quarta-feira, 13 de novembro de 2013


AS DAMAS DA INSTRUÇÃO CRISTÃ EM OLINDA

1897 - 1812

SÍNTESE da dissertação apresentada de Por Ramsés Nunes e Silva (ramsesnunes@gmail.com) para obtenção do título de Mestre em Educação do Programa de Pós Graduação em Educação da Univerdidade Federal da Paraiba (UEPB)

João Pessoa – 2006

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As Dames D`Intruction Cretienne (aqui denominda pela abreviação DIC (Damas da Instrução Cristã), enquanto Congregação dedicada à instrução, foi fundada a partir de um grupo de religiosas francesas do mesmo nome, que se a1808, ainda como instituto, onde iniciaram suas atividades de instrução na primeira metade do século XIX.

Devido aos conflitos das guerras napoleônicas, esse número inicial de religiosas retornaria à França inaugurando um período de apartamento entre s duas designações, ficando as Damas da Instrução Cristã como uma legítima congregação belga dedicada à educação a partir de 1814.

O parecer favorável delimitado pela Congregação dos Bispos e Regulares em Roma aprovaria a 1º de agosto de 1827, tanto a Instituição como a Congregação instrucional quanto suas Constituições.

Aquele documento em seu Código II do livro anexo às Constituições do Instituto das Damas da Instrução Cristã, apresentava a designação que estabelecia:

o serviço preferencial dos jovens e pobres.

Assim como em seu artigo 1, a missão do Instituto, tornado Congregação posteriormente, é a de se dedicar à educação católica. De acordo como o documento desdobrava-se: na educação dos jovens: escolas maternais, escolas primárias e secundárias, universdades, grupos de estudo, grupos de  jovens.

Verdadeira jornada missionária fundamentada sob o estandarte da educação confinada como lustre cultural.

Irmã Aghate Vehele seria responsável direta pela fundamentação doutrinária da Congregação. Primeira Superiora Geral designaria e produziria o modelo conventual a ser instalado, bem como o internato propriamente dito fundado em Ponto Uchoa, bairro do grande Recife.

 A década de 1820 e, especialmente, de 1830, foi de importância crescente na difusão e fundação dos colégios internos sob a batuta das DIC na Bélgica.

As DIC surgiram essencialmente naquela conjuntura como uma instituição dedicada á instrumentalização do internato como espaço educacional, mas também como esforço doutrinal no qual estavam noviças, a aprenderem o ofício educacional, freiras já detentoras do hábito, e educandos sob a prescrição de um catolicismo avesso à secularização instrucional. Estando a religiosa Aghate Vehele nos primeiros anos da instituição, não só como liderança maior, mas como uma incentivadora da organização de escolas católicas que se dispusessem a exercerem sobre o alunado o confinamento instrucional como prática usual. Foi assim na fundação daqueles colégios na primeira metade do século XIX e nas primeiras décadas do século XX.

As DIC desde o primeiro momento se  dispunham a atuarem inspiradas nos preceitos organizacionais dos jesuítas adaptando-os a seus propósitos, de modo a estarem a serviço da hierarquia eclesiástica, especialmente durante os duros conflitos que se abateram nos países baixos durante a primeira metade do século XIX.

Seguiam, pois, as Regras da Companhia de Jesus adaptadas por Madre Agathe que, (embora sem o texto) as sabia de cor.

Algumas irmãs a ajudaram a redigi-las, de maneira que puderam remetê-las a Leão XIII. E assim obtiveram a aprovação da sociedade e das Regras das Damas da Instrução Cristã, a 10 de agosto de 1827.

A Congregação aderia á solicitação papal de se fazer presente na América como crítica à mundaneidade secular aí presente, quanto tornar visível aqui que era a Europa e o catolicismo romanizado que ditariam as práticas a serem adotadas na guerra de morte contra  o secularismo e a laicidade.

Tratava-se de desenvolver em terras inóspitas (!)  a missão de civilizar a juventude (!) à luz do catolicismo bem como a luta contra a secularização dos costumes. Manifestação da qual se declaravam inimigas.

“À América do Sul estava destinada a recepção de uma nova dimensão instrucional, salvacionista, da qual as DIC se consideravam pontas de lança, seja enquanto missionárias da qual se revestiam discursivamente seja como “desbravadoras” de uma prática que pretendiam reforçar... Ainda mais sendo a Congregação experiente na construção de internatos e sua propagação havia décadas na Europa. Estavam as DIC por se lançarem sobre um espaço que, enfim, era também visto como atrasado, necessitado e frouxo em suas convicções dogmáticas” (Ramsés Nunes e Silva).

A Madre Loyoa Steyaert, líder das chamada pioneiras, consolava o pai, inconformado com sua retirada para o Brasil, que ele via como uma expatriação que Deus estava pedindo, dizendo-lhe é preciso terminar o holocauto. (Carta a 13 de agosto de 1896).

“Paladinas de uma concepção de um mundo sacralizado...Essa posição não é inerente à Congregação, é fruto, de se verem, à revelia, como atores sociais...

A descrição realizada pelo DCSFO (= Diário da Casa da Sagrada Família de Olinda) de junho de 1895, aborda um fato que circunscreve exatamente na realização, dos dois lados do Atlântico, de ações circunstanciais ligando a reação católica brasileira à europeia. Convocadas a se posicionarem frente às novas deliberações do missionarismo, e convidadas pelos beneditinos belgas a se deslocarem ao Brasil, sob a proteção dos monges daquela Congregação - baseados em Olinda – as DIC entrariam em nova fase.

Aliás, a identificação do DCSFO da convocação como um signo da submissão ao projeto de Leão XIII de recatolização da América, seria uma constante.   

A escolha de Pernambuco e Olinda, especialmente, estaria atrelada à ajuda que se prontificaram os beneditinos a dar à Congregação, mas especialmente às instalações monacais daqueles monges que serveriam momentaneamente de internato e hospedariam as primeiras missionárias da DIC.

O Jornal do Commercio a 16 de outubro de 1896 noticiava a chegada de 8 religiosas das Damas.

Sua primeira casa em Olinda foi o Convento de São Francisco.

A utilização das antigas dependências do Convento para receber as primeiras alunas andava de vento em popa.

“Os dormitórios estavam prontos e o refeitório já se munia do necessário (Nov. de 1896)”.

A 2 de fevereiro de 1897 comemorava-se a primeira festa escolar, por ocasião do aniversário de Madre Loyola Steyart.

Em 1901 compraram um sítio em Ponte de Uchoa, próximo ao Recife mas não necessariamente ás ruas centrais. Para lá se transferem as Damas. Aí as alunas poderiam desenvolver perfeitamente suas atividades.   

sábado, 12 de outubro de 2013


OLINDA - CONVENTO DE NOSSA SENHORA DAS NEVES - CAPELA DE SANTA ANA
                                               CONTINUAÇÃO
 
 
Uma das fontes para a história de Santa Ana, inspirada na literatura apócrifa é a obra Flos Sanctorum:
FESTAS E SANTOS DO MÊS DE JULHO – LISBOA – TYPOGRAPHIA UNIVERSAL –FLOS SANCTORUM – OU HISTORIA DAS VIDAS DE CHRISTO E SUA SANTISSIMA MÃE E DOS SANTOS E SUAS FESTAS PELO PADRE DIOGO DO ROSARIO – NOVA EDIÇÃO PELO PADRE JOSÉ ANTONIO DA CONCEIÇÃO VIEIRA, VOLUME VII,  1870.
Resumo do que consta aí sobre Santa Ana (páginas 260 A 287):
DIA 26 DE JULHO – História da vida da gloriosa Santa Ana, Mãe de Nossa Senhora:
“Foi filha de Estolano e Emerenciana, ambos da descendência real de Davi.
Emerenciana visitava muito o Monte Carmelo, sendo instruída pelos filhos dos profetas na

doutrina em santos documentos da Lei.
Foi a eles que ela se dirigiu pedindo que rezassem para que desse certo o casamento que

o pai estava planejando para ela. Deste casamento brotou uma a mística vara – Ana – na

cidade de Belém. A menina era dotada dos mais valiosos dons de Deus, tanto em dotes

natuarais como em virtudes. Sabia harmonizar a vida ativa com a contemplativa, sendo

perfeita dona de casa como as esposas dos antigos patriarcas, e, ao mesmo tempo, orava 

para que Deus apressasse a vinda do Salvador prometido.
Um dia em que  Ana estava em oração, pedindo pela vinda do Messias, apareceu-lhe o

Anjo Gabriel para dizer-lhe que era do agrado de Deus que desposasse Joaquim, de

Nazaré.
A Joaquim, falou em sonho, dizendo-lhe que era a vontade de Deus que ele se casasse

com Ana de Belém e que a estimasse como verdadeira prenda do céu.
Voltaram ambos, casados, para Nazaré, onde viviam em perfeita harmonia. Dotados como

eram de muitos bens, reservaram um parte para o templo, outra para os pobres, restando

ainda o suficiente para viverem honestamente. Só uma coisa os fazia sofrer: não tinham

filhos, o que era considerado uma maldição pelo seu povo naquela época.
Dirigem preces fervorosas a Deus pedindo entre lágrimas que não os deixasse assim, que

consagrariam a seu serviço no templo o fruto do seu amor.
Foi assim, pois, que por inspiração do Espírito Santo, aquela que havia de ser morada do

Verbo, fosse, antes de ser formada, consagrada ao mesmo  Senhor.
Por ocasião da festa do templo, S. Joaquim se dirigiu com seus visinhos a Jerusalém, para

oferecer orações pela vinda  do Messias e pelo fruto desejado do seu amor conjugal. Mas

foi expulso como infecundo  pelo sacerdote Issacar.
Envergonhado o santo varão pela repreensão pública, não ousou voltar para casa para não

ser alvo de chacotas dos visinhos. Foi para sua quinta e seu monte onde moravam os

pastores dele. E ali pedia a Deus que o livrasse daquela vergonha.
Sabendo sua esposa Santa Ana a razão daquele afastamento do marido, orou: - Senhor

Deus de Israel, já que não quiseste dar-me filhos, por que me tiras também o marido? Uma

das servas a injuriou, atribuindo a esterilidade dela aos muitos pecados. Ela orou,

reonhecendo que aquela provação era fruto de seus pecados, pedindo conformidade a

Deus, mas, ao mesmo tempo, também a graça de conceber, para que com o fruto de seu

ventre servissem melhor a Deus.
Feita essa humilde deprecação, o Arcanjo S. Gabriel, que acabava de confortar também S.

Joaquim com a mesma promessa, lhe anuncia:
- Ana, não te aflijas mais, porque os teus rogos e os de Joaquim, foram atendidos por Deus. Sou eu que apresento á Divina Majestade vossos rogos e esmolas. E agora sou mandado pelo mesmo Senhor a anunciar-vos a conceição da que Deus escolheu para remédio do mundo. Tem por certo que hás de conceber uma filha, cujo nome será Maria, a qual será bendita entre todas as mulheres. Esta é a que o Filho de Deus escolheu para sua morada. E esta é a que há de conceber sem relação com varão.  Pelo que, passados os três anos de sua idade, a apresentareis no templo, como tendes prometido. Levanta-te, pois, e vai a Jerusalém, para onde parte também teu marido Joaquim. Lá vos encontrareis  à porta da cidade que se chama Dourada, e ireis ao templo dar graças a Deus por tão grande benefício.
CONTINUA...     
 



 
 
 
 


 

 

 

OLINDA – CONVENTO DE NOSSA SENHORA DAS NEVES - CAPELA DE SANTA ANA – AZULEJOS

  (12-10-2013):

DO LADO ESQUERDO DE QUEM ENTRA PELA RUA:

1º PAINEL: É de dia, indicado pelo sol lá em cima:

NASCIMENTO DE SANTA ANA

- Do lado equerdo, num canto: Esmeriana após o parto, deitada. Uma mulher lhe serve mingau ou papa: traz uma colher na mão esquerda e uma tigelinha na direita.

- Em primeiro plano: a menina Ana, recem-nascida, no colo de uma mulher.O nome da criança aparece três vezes:

ANNA

ANNA

ANNA.

2º PAINEL: ANÚNCIO DO ANJO SOBRE O CASAMENTO DE JOAQUIM E ANA:.

- Há uma estrela acima do painel, indicando que é noite.

- À Esquerda: Joaquim, deitado,  sonha com um anjo anunciando-lhe que vai casar com Ana.

- No centro: o Anjo aparece visivelmente a Ana, acordada, e diz-lhe que vai casar com Joaquim.

 

3º PAINEL:  CASAMENTO DE ANA E  JOAQUIM

A lua, em cima, diz que é noite.

O sacerdote do templo abençoa o casamento.

 

DO LADO DIREITO DO ALTAR DE SANTANA:

 

4º PAINEL: SANTA ANA E A MENINA

Santa Ana  ensina a menina a ler de pé, a seu lado, diante de um livro. S. Joaquim, embevecido,  ao lado.

Acima: Uma flor de lírio.

 

DO LADO DIREITO, APÓS A PORTA DO CLAUSTRO:

 

5º PAINEL: ANÚNCIO DA MATERNIDADE DE ANA:

- Um Anjo anuncia a Santa Ana que ela vai ser mãe da Virgem Maria.

- Santa Ana se imagina com a criança no colo.

- Em cima há um castelo.

 

6º PAINEL: NASCIMENTO DA VIRGEM MARIA

- A Menina se acha nos braços de uma senhora sentada frente a uma bacia com água.

Outra mulher derrama água na bacia.

- Deus abençoa, de cima, cercado de anjos.

-Do lado direito, num canto,  uma mulher com uma cesta  e outra aquece roupas ao fogo.

 

7º PAINEL: A MORTE DE ESMERIANA

No centro: Esmeriana no leito mortuário. Santa Ana e São Joaquim velam ao lado.

Acima, Deus Pai e o Divino Espírito Santo com anjos ao redor.

Do lado direito, Maria (criança de 4 a 5 anos) rezando certamente pela avó.

PAINÉIS AVULSOS (MISTURADOS):

Do lado esquerdo, entre a janela e a grande porta de entrada: uma mulher rezando ajoelhada diante de um livro.

Em cima há um espelho.

Do lado direito, entra a porta e a janela, uma mistura de azulejos (há azulejos iguais aos do corredor da sacristia).

     


  

quarta-feira, 5 de junho de 2013



CONSPECTO HISTÓRICO

PARA O LANÇAMENTO DO LIVRO FREI CASIMIRO
1. OS PRIMEIROS MISSIONÁRIOS DO BRASIL - Foram os franciscanos os primeiros evangelizadores do Brasil. Já em 1500, o franciscano Frei Henrique de Coimbra celebrou a primeira missa na Terra de Santa Cruz. O Brasil só conheceu missionários franciscanos até a chegada do Primeiro Governador Geral com os primeiros jesuítas em 1549.
2. FUNDAÇÃO DA CUSTÓDIA DE SANTO ANTÔNIO – Mas só em 1584 foi criada a Custódia de Santo Antônio do Brasil, dependente da Província Franciscana do mesmo nome de Portugal. Os fundadores chegaram a Olinda a 12 de abril de 1585, chefiados por Frei Melquior de Santa Catarina. Tomaram posse, a 4 de outubro do mesmo ano, do Convento de Nossa Senhora das Neves, construído para eles pela terciária franciscana Maria da Rosa.
3. AS PRIMEIRASA ATIVIDAdES DOS FUNDADORES – Fundaram muitos conventos que ainda hoje são preciosas relíquias do passado e inúmeras Missões entre os índios. Fundaram obras sociais, escolas e davam atenção especial aos hospitais e leprosários. Pregavam também Missões populares.
4. CRIAÇÃO DA PROVÍNCIA – A 24 de agosto de 1657 o Papa Alexandre VII elevou a Custódia de Santo Antônio à categoria de Província autônoma.
5. PROVÍNCIA DA IMACULADA CONCEIÇÃO - Em 1675, com a ajuda da Província de Santo Antônio, foi criada a Província da Imaculada Conceição, no Sul do Brasil.
6. DECADÊNCIA DAS ORDENS RELIGIOSAS NO BRASIL – Desde o século XVIII as Ordens Religiosas no Brasil sofriam grande repressão por parte do poder régio. Mas o golpe de morte foi o Decreto de D. Pedro II em 1845 proibindo a admissão de noviços. Com isto, os conventos foram fechando por falta de frades. Ao chegar a República, havia apenas 9 franciscanos no Brasil, 8 no Nordeste e 1 no Sul.
7. A RESTAURAÇÃO – a República separou a Igreja do Estado. Foi uma libertação. O último Ministro Provincial da Província de Santo Antônio, Frei Antônio de Lellis, fez inúmeros apelos ao Ministro Geral da Ordem Francisacana para que mandasse frades da Europa para restaurarem as Províncias Franciscanas do Brasil. A Província Franciscana da Saxônia (Alemanha) aceitou esta missão. A 27 de dezembro de 1892 chegavam à Bahia os primeiros restauradores. A 2 de março de 1893 foi decretado o início da reforma e restauração da Província Franciscana de Santo Antônio. Foram muitas expedições de frades jovens e velhos que vieram povoar os conventos abandonados. Das cinzas ia surgindo a vida com vigor.
8. A PROVÍNCIA RESTAURADA - Finalmente, a 14 de setembro de 1901, o Governo Geral da Ordem Franciscana publicava um decreto considerando restaurada a Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil.
9. FREI CASIMIRO FOI UM DOS MISSIONÁRIOS RESTAURADORES.

Resumo de sua caminhada:

Nasceu a 10 de março de 1868, numa pequena  Fazenda do Município de Luedinghausen, na Westfália / Alemanha, no seio de uma família pobre, mas de sólida formação religiosa. Filho de Bernardo e  Gertrudes Brochtrup. No Batismo, a criança recebeu o nome de Hermano.

Dos 6 aos 14 anos freqüentou a Escola Pública. Fez Curso pedagógico para ser professor. Cumpriu o seu tempo de serviço militar. Dedicou-se ao ensino.

Aos 26 anos de idade, resolveu procurar os franciscanos, desejoso de servir melhor a Deus. Sabendo que a Província da Santa Cruz da Saxônia havia aceito trabalhos no Brasil,  foi admitido, com outros aspirantes, a 7 de janeiro de 1894, ao Noviciado, no Colégio Seráfico de Harreveld, na Holanda, para servirem como Missionários no Brasil. Recebeu o nome de Frei Casimiro.

Frei  Casimiro  Brochtrup nasceu aos 10 de março de  1868,  na zona rural da pequena cidade de  Lüdingenhausen, na Westfália (Alemanha). Era de uma família pobre e sinceramente  religiosa. Os pais, Bernardo e Gertrudes Brochtrup, primavam em transmitir aos filhos os ensinamentos da Igreja Católica e eram os primeiros a praticá-los. Recebeu na pia  batismal o nome  de  Hermano.[1] Dos 6 aos 14 anos de idade,  o garoto freqüentou  a escola pública do lugar. Fez depois o curso pedagógico para  exercer o magistério.  Foi professor até se decidir a entrar  na vida religiosa.  Um fato contribuiu  para isto: a experiência junto a um companheiro de caserna  que sofria de tuberculose, no período em que, pela Lei,  teve de prestar o serviço militar. O biógrafo dele, o confrade Fr. Matias Teves, registra, como  manifestação de seu bom caráter,  a fidelidade  com  que cumpria todos os deveres militares  e a caridade para com o colega de quartel.  Tendo assistido aquele companheiro  doente  como enfermeiro e lhe prestado todo  conforto espiritual  até  aos últimos instantes de vida,  sentiu  o  jovem Hermano  como a vida é transitória  e que devia empregá-la a serviço de uma causa maior.  Vale a pena assinalar as palavras da mãe,  quando lhe confidenciou a resolução de ser religioso:

Meu filho, logo que me casei, vinha pedindo a Nosso Senhor, e principalmente por ocasião da consagração, a graça de ter um filho sacerdote. Nunca disse uma palavra sobre este meu desejo a nenhum de vocês, esperando que Deus haveria de atender os meus rogos; nunca desanimei, e hoje vejo que N. Senhor atendeu as minhas súplicas.[2]

Sob o impulso da graça de Deus, não  foi difícil  ao moço romper com os laços mais ternos, deixar a família e os queridos alunos para internar-se no Colégio Seráfico dos franciscanos.  Foi admitido e tomou  o hábito no dia 7 de janeiro de 1894 com o nome religioso de Frei Casimiro

A 21 de junho de 1894, embarcou para o Brasil, num grupo de 51 Missionários (Noviços, Clérigos, Irmãos Leigos e Sacerdotes).

A 10 de julho de 1894,[3] chega à Salvador / Bahia.[4]

A 8 de janeiro de 1895,  Foi admitido à Profissão dos Votos Simples (temporários). Começou a caminhada para o sacerdócio, preparando-se pelos cursos de Filosofia e Teologia.

Em princípio de 1896, teve que interromper os estudos, devido à epidemia de febre amarela, que começou na Bahia, estendo-se logo para o Recife. Frei Casimiro foi destacado como enfermeiro dos confrades atingidos pela peste. Cuidou, com competência e extrema caridade, primeiramente dos enfermos do Recife, depois, dos de Salvador. Foram muitas as vidas de jovens frades ceifadas pela febre. 

A 31 de janeiro de 1898, emitiu a profissão dos Votos Perpétuos (solenes). Continuou, em Salvador, os estudos de Teologia.

A 19 de outubro de 1899, ordenou-se sacerdote. Foi logo nomeado Professor dos alunos do Colégio Seráfico fundado no Convento de São Francisco. Seu primeiro campo de trabalho apostólico foram as comunidades pobres do bairro operário de Plataforma, subúrbio da Capital baiana.

Em 1904, foi nomeado Definidor pelo Congresso Capitular do Primeiro Capítulo Provincial da Província restaurada.

Em 1906, ainda Definidor, foi transferido para Penedo / Alagoas, como Superior do Convento de Nossa Senhora dos Anjos. Ficou em Penedo de 1 de fevereiro de 1906, a 18 de junho de 1907.[5]

Em julho  de 1907,  o Congresso Capitular  o transferiu como  Guardião do Convento de Santo Antônio do Recife. Deixou também de ser Definidor.

Em 1909, é confirmado como Guardião do Convento do Recife.

Em 1910, no Congresso Capitular, deixa o cargo de Guardião daquele Convento e é eleito, pela 2ª vez, Definidor Provincial.(a 1ª vez foi de 1904 a 1907)., “e vem designado, pela primeira vez, na Tabela Capitular, como Missionário.” [6] 

Em 1913, figura na Tabela Capitular como membro da Comunidade do Convento de São Francisco de Salvador  e como Missionário.

Em 1914, no Congresso Definitorial , é transferido para o convento de Sirinhaém, Zona da Mata pernambucana, como Superior e Administrador da Paróquia.

Em 1917, é transferido de Sirinhaém  para o Convento do Recife.[7]

Em 1918, é transferido para Olinda, “onde foi desempenhar o cargo de Vigário da Casa, e de onde partia para as suas Missões Populares”.[8] O I º Livro de Crônica do Convento de Olinda (1920) registra que, no fim do mês de maio, Frei Casimiro acompanhou o Bispo do Maranhão nas Visitas pastorais, só voltando a 17 de dezembro (p. 82). Fica no Convento de Olinda até 1923. A partir do ano de 1918 até 1926, a vida de Frei Casimiro é inteiramente tomada pela pregação de Missões Populares. É o seu trabalho predileto. Prega nos  Sertões  de quase todos os Estados do Nordeste.

A 10-10-1919, desembarca em Penedo Fr. Casimiro. Permanece 3 dias em seu antigo Convento. No dia 14, viaja para o Sertão, em Visita Pastoral do Sr. Bispo D. Jonas Batinga,[9] voltando a 2 de dezembro.

De 29 a 31 de dezembro de 1919, volta ao  seu antigo rebanho de Penedo para pregar o Tríduo Eucarístico na igreja do Convento.[10]

A 29-2-1920, chega Frei Casimiro a Penedo, com o Sr. Bispo D. Jonas Batinga, e começa uma Santa Missão no Barro Duro, a pedido do Vigário; mas já no dia 4 de março teve de interromper a Missão, chamado por telegrama a Olinda.[11]

No final de 1922, fora para Ipojuca o Pe. Definidor Frei Matias Teves a fim de  substituir o Superior daquela Casa, temporariamente, até a chegada de Frei Casimiro em janeiro de 1923.

A 26 de janeiro de1923, é mandado para Ipojuca, chegando lá no dia seuinte, como registra o livro de Crînica do Convento. em substituição do Superior da Casa, “por motivos conhecidos” [12], e como Administrador da Paróquia de São Miguel,  até o Capítulo Provincial que teve lugar no Convento de São Francisco de Salvador a 28 de abril de 1923.[13][14]

         Em fins de dezembro de 1923 Frei Casimiro foi transferido para o Convento do Recife.

Em julho de 1923, já faz parte da comunidade do Convento do Recife.[15]

Em maio1924, é mandado para o Convento de Ipojuca, como Administrador provisório da Paróquia, substituindo Fr. Estanislau Cleven, que se encontrava na Alemanha, tratando-se de doença contraída no Amazonas, como se  lê no Livro de Crônica  daquela  Casa (1924).[16] Em Ipojuca deveria ficar até a volta de Frei Estanislau, que retornou  em fins de agosto. Mas os Superiores mandam-no ao Ceará: a 29 de junho, viaja para o Crato, a fim de pregar o retiro do Clero e acompanhar o Sr. Bispo na Visita Pastotral.[17] Pode-se dizer que, a partir de 1924, o Convento de Frei. Casimiro é o do Recife. Mesmo assim, vive mais fora, pois nunca deixou de ser mandado a ajudar os Senhores Bispos em suas Visitas Pastorais.

E, ao assumir a “Missão Permanente” de Santo Amaro e Campo Grande, no Recife, residia mais no seu campo de trabalho do que no Convento. O Cronista do Convento do Recife registra que eram apenas 5 os sacerdotes daquela comunidade, sendo que Frei Roberto viajara à Alemanha e que Frei Casimiro vivia pregando Missões e que, por isso, ficavam 3 Padres sobrecarregados de trabalhos.[18]       

No ano de1925, vemo-lo no Convento do Recife.[19]

 O ano de 1925 foi ano que marcou a opção de Frei Casimiro pela “Missão Permanente”  entre os operários do  Recife. Com o apoio do Ministro Provincial Frei Eduardo Heberhold, o pedido de Frei Casimiro é levado ao Capítulo da Província que aprova  ficasse Frei Casimiro inteiramente liberado para aquela grande Missão.

Em 1926, ANO DA ABERTURA DA MISSÃO PERMANENTE: O novo Ministro Provincial, que assumiu em 1926, Frei Cornélio Neises, é quem vai abençoar a “MISSÃO PERMANENTE” INAUGURADA NO BAIRRO DE SANTO AMARO, NO RECIFE, A 15 DE NOVEMBRO DE 1926. Depois, A “Missão Permanente”  se estenderá ao bairro de Campo Grande.

DE 1926 ATÉ O DIA 25 DE MAIO DE 1944, ESTEVE À FRENTE DA “MISSÃO PERMANENTE”. NAQUELE DIA DE MAIO, FOI SURPREENDIDO PELA IRMÃ MORTE, COM 76 ANOS DE IDADE, 50 DE VIDA FRANCISCANA, E 45 DE SACERDÓCIO.

Eis o que sobre Frei Casimiro escreveu um grande amigo e admirador dele, Agamenon Magalhães:

.  Agamenon Magalhães e Frei Casimiro

 

Entre os muitos artigos publicados na Imprensa do Recife, a propósito do falecimento de Fr. Casimiro Brochtrup no dia 29 de maio de 1944, merece destaque o do Governador, jornalista Agamenon Magalhães, pelo testemunho desinteressado sobre o frade amigo a quem tanto admirava e ajudava, pelo exemplo de humildade, pelo serviço religioso e social que mostrou em prol dos operários nos bairros de Santo Amaro e Campo Grande, e a quem considerava grande colaborador e inspirador no projeto de reformas sociais que o Governo empreendia, junto às populações mais carentes da Capital pernambucana.

Inspirou-se em Frei Casimiro, como este, em Carlos Allberto de Menezes. Mas, sem dúvida, a própria formação cristã, social e política do Governador, dava-lhe o esteio e o impulso para as reformas que pretendia a bem do operariado, assim como o espírito franciscano embasava e tornava criativo o dinamismo apostólico de Frei Casimiro. Escreve Frei Romeu Peréa:

Agamenon quis, na medida do possível,  ressuscitar aquilo que ainda se poderia aproveitar da Idade Média, isto é, seu espírito, em benefício de todos, mas sobretudo, das classes mais abandonadas, daquelas que sempre são as que mais sofrem, e têm menos defesa, tanto nas suas pessoas, como na reinvidicação de seus direitos, pessoais ou de classe.

Daí a criação da Vila das Lavadeiras, das Costureiras e de tantas classes, como os Centros para operários, classes humildes, portadoras também de direitos e merecedoras de participarem da economia de seu povo, como membros da sociedade, garantidas, igualmente, nos seus direitos e com órgãos para a reinvidicação de seus interesses de classe, de grupo humano, de partido, enfim, da sociedade.[20]

Fale o próprio Governador do que o ligava ao Missionário Franciscano:

 

O  APÓSTOLO  DOS  MOCAMBOS

 

                                      Agamenon Magalhães

 

           (Para a Folha da Manhã e Rádio Clube de Pernambuco)

 

A Cruzada Social Contra o Mocambo perdeu, com a morte de frei Cassimiro (sic), um dos seus pioneiros. Levado pelo seu coração e pelo seu braço, é que conhecemos a Macaxeira, o arraial mais denso e mais triste de miséria e abandono social.

Já ele tinha erigido ali uma igreja e uma escola. “Comece por aqui”, dizia-me frei Cassimiro, “a sua obra contra o mocambo”. Atendemos ao seu apelo, e iniciamos a construção da Vila das Cozinheiras. Depois a Vila dos Estivadores. Depois a Vila Popular. Depois a Vila da Tecelagem de Seda. Depois outras vilas. As construções foram se multiplicando, abençoadas por Deus e pelos homens, aumentando o fervor apostólico do missionário, que não tinha medo da pobreza e que vivia os seus sofrimentos, pobreza que ocupou cinqüenta anos de sua vida, iluminada pela caridade e a fé.[21] Quando inauguramos a primeira vila da Macaxeira, a Vila das Cozinheiras, ele nos pediu, com aquela humildade, que só os santos sabem ter, para falar ao povo. A sua oração foi simples, dizendo, em resumo, o seguinte:  “Quem pede a Nosso Senhor, não pede em vão, os pobres souberam esperar e vão ter a sua casinha, isso era motivo para dar graças a Deus e confiar sempre mais na sua divina misericórdia”.

Frei Cassimiro  realizou o seu destino na terra e a sua obra social e cristã continuará depois dele. A caridade de hoje será a justiça de amanhã. Os seus olhos ainda viram esta verdade. A Macaxeira foi transformada. Os mocambos que cercava a sua igreja e a sua escola, ele os viu cair um a um, como viu surgirem, no seu lugar, as centenas de casas populares, que tornam hoje aquele sítio tão festivo e tão feliz.

Depois da caridade de frei Casimiro é que surgiu a justiça do Estado. Foi apóstolo dos mocambos. Sentiu, como nenhum outro, a aflição dos que não tinham casa. (Grifos nossos).

 

                             * * *

 

Fr. Romeu Peréa reproduz, na íntegra, o artigo publicado em jornal do Recife, artigo a que ele aludiu no Diálogo I com Agamenon Magalhães. [22]  Creio não estar abusando da paciência do leitor ao transcrevê-lo, para nos ajudar a compreender melhor a riqueza da pessoa e do empreendimento social do Apóstolo dos Operários.

 Ei-lo:

 

FAZER O ELOGIO DE FREI CASIMIRO equivale, indiretamente, a tecer comentários, igualmente, elogiosos em torno da figura, nem sempre compreendida,  do Prof. Agamenon Magalhães que viu logo no modesto franciscano um de seus maiores colaboradores no Governo do Estado, sem demagogia, nem interesses particulares de espécie alguma.

Antes do Prof. Agamenon Magalhães começar a luta contra a moradia pobre e imunda dos mocambos, encontrou ali frei Casimiro a moralizar aquele ambiente, levando a seus moradores palavras de compreensão e amor, de justiça e de paz.

Abriu frei Casimiro, por entre os Mocambos, Centros de Catecismo e improvisou Capelas de palha suficientes para nelas reunir as crianças a fim de aprenderem o verdadeiro sentido da vida e ficarem certas do amor que deviam a Deus, apesar de sua pobreza, por ser Deus o único valor e riqueza que voga nesta e na outra vida.

Frei Casimiro, neste sentido, o verdadeiro precursor da chamada Liga Social Contra o Mocambo, embora em outro estilo como depois se continuou e levou a cabo, pois ao ilustre e virtuoso franciscano não interessava única e exclusivamente a distribuição de casas populares que, diga-se em sua honra, ele queria, também, mas seguindo o critério da caridade, e não o da política interesseira e partidária.

Com outras palavras, atendendo, de preferência, os pedidos dos mais necessitados e não o dos privilegiados de sempre, daqueles que encontram - necessitados ou não! - um bom padrinho.

E com a distribuição de casas, queria também o virtuoso filho de S. Francisco a distribuição do alimento do espírito, para aquelas almas; alimento tão necessário à alma, quanto as casa aos corpos.

Os Centros Educativos, por outro lado, não eram tão pouco os Centros que queria frei Casimiro, justamente,  para as finalidades de cultura,  de educação e assistência, tudo isso com uma boa dose de catecismo, sobretudo, para as crianças.

Seu ideal, era mais alto, talvez mais prático e menos dispendioso...

Mas, como sempre acontece, a política prevaleceu sobre a caridade.

O resultado foi os poderosos vencerem o frade que contava com menos facilidades, embora gozasse de maior prestígio.

Sua missão era a de pedir e suplicar; e a dos outros, a de mandar e ordenar, que é diferente.

Em todo caso, seu esforço, seu sacrifício, seu heroísmo floresceram em frutos que davam na vista de todos até o ponto de o Governador do Estado proclamá-los em artigo assinado para a “Folha da Manhã”.

Esta, uma das atitudes de Agamenon Magalhães para com frei Casimiro.

De outra feita, chamou-o em Palácio para pedir-lhe que não só continuasse a colaborar com ele, mas o ajudasse,  também,  na direção de sua própria consciência e, ainda,  fosse seu assessor para assuntos, ou problemas mistos, sobretudo, os relacionados, ou mais ligados à moral e à política.

Infelizmente aquela orientação do virtuoso franciscano durou pouco porque a morte arrebatou o servo de Deus do nosso convívio, sem dúvida para Deus recompensar seus méritos no exercício do apostolado entre os pobres mais pobres do Recife - os moradores dos mocambos.

Agamenon foi um dos que mais sentiram sua morte, pegando reverente e emocionado no caixão do heróico religioso como se todo o Estado se curvasse, na sua pessoa, ante a majestade da virtude do heroísmo cristão”. (Grifos nosso)
Foram surgindo novos conventos. A prioridade era promover as vocações nacionais. Para isto foram fundados o Colégio Seráfico de Ipuarana (Lagoa Seca / PB) em 1940, além de Escolas Apostólicas ou Preparatórias .
Também na Alemanha foi fundado o Colégio de Bardel (1921) e a Residência de Mettingen (1960), para mandarem vocações européias para o Brasil.
O Concílio Vaticano II promoveu ma grande reforma na Igreja. A Província Franciscana de Santo Antônio achou por bem fechar o Seminário e as Escolas Apostólolicas, renovando a sua pastoral vocacional.
Temos hoje, em cada Estado do Nordeste as equipes vocacionais, empenhadas em envolver na promoção vocacional todas as Paróquias confiadas aos Franciscanos.
Uma grande esperança de que a comemoração dos 800 Anos do Carisma Franciscano impulsione mais ainda a promoção vocacional, não somente em termos de aumento numérico, mas sobretudo em termos de



[1] Apud TEVES, Fr. Matias – OFM,  Entre os Mocambos do Recife, Editora
Mensageiro da Fé, 1948, Salvador / BA, pp. 9-10.;
  FRAGOSO, Fr. Hugo -, ofm, Cadernos da Restauração da Província Franciscana de Santo Antônio do    Brasil, Nº 10: Franciscanos Restauradores, Salvador / BA, 1996, p. 34.
[2] TEVES, op. cit. p. 5.
[3] Data fornecida por Fr. Matias Teves em  Entre os Mocambos do Recife, Editora Mensageiro da Fé, Salvador / Bahia, 1948,  p.21.

Os primeiros decênios da Restauração da Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil foram muito marcados pela falta de “mão-de-obra” para os trabalhos apostólicos e missionários. As transferências dos frades se multiplicam à medida do volume de compromissos  que vai aumentando sempre mais, da Bahia ao Pará. A esperança de que se multipliquem as vocações na Europa e no Brasil faz com que o Governo da Província atenda generosamente os pedidos dos Bispos interessados no trabalho dos frades. As “Atas dos Frades Menores” de janeiro de 1895 ( pp. 21-22) publicam, para toda a Ordem, a lista dos franciscanos que partiram para as Missões no Brasil nos dias 21 de junho e 14 de novembro de 1894: grande número de Sacerdotes, Clérigos e Irmãos Leigos, entre eles o jovem Casimiro Brochtrup. As “Atas” de agosto de 1903 (pp.128-129) fornecem alguns dados estatísticos: Catalogus Provinciarum et Custodiarum per circunscriptiones distributaram”,  que contemplam, entre outras, a Província de Santo Antônio do Brasil, com 6 Casas (já ocupadas), 38 Sacerdotes, 6 Clérigos, 19 Leigos, Noviços – (nenhum), Terciários (Oblatos): 3, ao todo: 66 membros. Para a Província da Imaculada Conceição: 9 Casas, 67 Sacerdotes, 8 Clérigos, 40 Irmãos Leigos, Noviços Clérigos: nenhum, Noviços Leigos: 3, Terciários (Oblatos):12, total: 130 religiosos. O total da Ordem no mundo era de 16.482 frades. Hoje, os frades (Sacedotes, Clérigos, Irmãos Leigos, Noviços, Diáconos Permanentes, Terciários (Oblatos), somam 17.064 (Cf. Acta Ordinis Fratrum Minorum. Januarii-Aprilis / 2001, pp. 71-93).  

[4] É a data  apontada por Frei Hugo Fragoso   em Cadernos da Restauração da Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil, N.º 5,  às  pp.. 27 e 59 (“5.ª Expedição”). No entanto, o próprio Fr. Matias Teves, que veio na mesma Expedição, registra como data da chegada à Bahia  o dia 11 de julho de 1894 (cf.  TEVES, Fr. Matias – OFM, op. cit. p. 21).  
[5] Conforme o 1.º Livro de Crônica da Casa, à fl. 23, Fr. Casimiro deixou o cargo, transferido para o Convento do Recife, naquela data de junho de 1907; certamente um lapso do cronista, pois o Capítulo que o transferiu aconteceu em julho daquele ano.
[6] Cf. BRASIL, Frei Honório Rito de Leão -, OFM, O Significado de uma Comemoração, apud Revista  Santo   Antônio,  Ano 59, N.º 99, dezembro de 1981, p. 28.
[7] Isto conforme Fr. Honório, que coloca a transferência para Olinda em 1920 (op. cit. p.29). Já Frei Hugo Fragoso não fala  da ida de Sirinhaém para o Recife, mas para Olinda, onde o manteve o Capítulo de 1920       (Cadernos da Restauração da Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil: Franciscanos Restauradores, N.º 10,  pp. 34 –35).
[8] FRAGOSO, FREI HUGO –, OFM, Cadernos da Restauração da Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil: Franciscanos Restauradores, N.º 10, p.34.
[9]  Cf. 1º L. de Crônica do Convento de Penedo, fl. 50. Dom Jonas de Araújo  Batinga (natural de Penedo, * 24-3-1865 - + em Penedo 30-7-1941).Cf. NOBREGA-,  obra já aqui citada, pp. 273. 
[10] Cf. 2º L. de Crônica do Convento de Penedo, 1919, fl. 45.
[11] Cf. 1º L. de Crônica do Convento de Penedo, 1920, fl. 55 v.
[12] O guardião [Frei Serafim Funke] deixara a Ordem franciscana, em 1922. A 16.II.1922 Frei Matias veio substituí-lo, como lemos no 1º Livro de  Crônica do Convento de ipojuca.
[13]  Neste Capítulo foram eleitos: como Ministro Provincial, Frei Eduardo Herberhold; como Custódio Provincial, o Ex-Ministro Provincial Frei Damião Klein;  como Definidores, Frei  Maurício Mellage, Frei Matias Teves, Frei Cornélio Neises, Frei Huberto Triffterer. Cf.   I Livro de Crônica do Convento de N. Senhora das Neves, de Olinda, 1923, p. 102.
[14]  Cf. a Crônica do Convento de Ipojuca escrita pelo próprio Frei Casimiro, apud Santo Antônio, N. 2., 1 Jahrgang, August 1923, pp. 61-62.
[15] Cf. Arquivo Provincial Franciscano, Pasta “Frei Casimiro Brochtrup”, B. VII, Doc. 8: “Frei Casimiro – Crônica do Convento do Recife”, 1932, p. 1.
[16] Cf. as Crônicas do Convento do Recife e de Ipojuca, apud Santo Antônio, N. 2 , 2. Jahrgang, August 1924, respectivamente, pp.  61 e 62-63.
[17] Cf. a Crônica do Convento do Recife, apud Santo Antônio, N. 2 , 2. Jahrgang, August 1924, p. 61.
[18] Cf. a Crônica do Convento do Recife, apud Santo Antônio,  N. 1, 3. Jahrgang, April 1925, p. 36.
[19] Cf. Livro de Crônica do Convento do Recife, início do ano de 1925.
[20]  Id. Op. cit. P. 58.
[21]  Por  ocasião das Bodas de Ouro de vida religiosa de Fr. Casimiro, a 7 de janeiro de 1944, publicava Agamenon Magalhães artigo intitulado FREI CASSIMIRO,  em que pergunta: Quem não tem admiração e respeito por esse franciscano? Quem não lhe inveja a vida tão cheia de renúncias e de beleza cristã?  A igreja e a escola de Frei Cassimiro na Macaxeira não estão hoje  mais rodeadas de mocambos. As vilas populares destacam a cruz e a escola que o apóstolo erigiu, indo a Liga Social Contra o Mocambo ao encontro da civilização que ele sozinho, lutando contra tudo, plantou à beira dos mangues, recuperando almas e centenas de crianças das trevas da maldade e do vício. ( Apud FOLHA DA MANHÃ, RECIFE, PE, 8-1-1944, Edição das 16 horas, p. 3 ).
[22]  PERÉA, Padre Romeu -, op. cit., pp. 19 -20.