sábado, 12 de outubro de 2013


OLINDA - CONVENTO DE NOSSA SENHORA DAS NEVES - CAPELA DE SANTA ANA
                                               CONTINUAÇÃO
 
 
Uma das fontes para a história de Santa Ana, inspirada na literatura apócrifa é a obra Flos Sanctorum:
FESTAS E SANTOS DO MÊS DE JULHO – LISBOA – TYPOGRAPHIA UNIVERSAL –FLOS SANCTORUM – OU HISTORIA DAS VIDAS DE CHRISTO E SUA SANTISSIMA MÃE E DOS SANTOS E SUAS FESTAS PELO PADRE DIOGO DO ROSARIO – NOVA EDIÇÃO PELO PADRE JOSÉ ANTONIO DA CONCEIÇÃO VIEIRA, VOLUME VII,  1870.
Resumo do que consta aí sobre Santa Ana (páginas 260 A 287):
DIA 26 DE JULHO – História da vida da gloriosa Santa Ana, Mãe de Nossa Senhora:
“Foi filha de Estolano e Emerenciana, ambos da descendência real de Davi.
Emerenciana visitava muito o Monte Carmelo, sendo instruída pelos filhos dos profetas na

doutrina em santos documentos da Lei.
Foi a eles que ela se dirigiu pedindo que rezassem para que desse certo o casamento que

o pai estava planejando para ela. Deste casamento brotou uma a mística vara – Ana – na

cidade de Belém. A menina era dotada dos mais valiosos dons de Deus, tanto em dotes

natuarais como em virtudes. Sabia harmonizar a vida ativa com a contemplativa, sendo

perfeita dona de casa como as esposas dos antigos patriarcas, e, ao mesmo tempo, orava 

para que Deus apressasse a vinda do Salvador prometido.
Um dia em que  Ana estava em oração, pedindo pela vinda do Messias, apareceu-lhe o

Anjo Gabriel para dizer-lhe que era do agrado de Deus que desposasse Joaquim, de

Nazaré.
A Joaquim, falou em sonho, dizendo-lhe que era a vontade de Deus que ele se casasse

com Ana de Belém e que a estimasse como verdadeira prenda do céu.
Voltaram ambos, casados, para Nazaré, onde viviam em perfeita harmonia. Dotados como

eram de muitos bens, reservaram um parte para o templo, outra para os pobres, restando

ainda o suficiente para viverem honestamente. Só uma coisa os fazia sofrer: não tinham

filhos, o que era considerado uma maldição pelo seu povo naquela época.
Dirigem preces fervorosas a Deus pedindo entre lágrimas que não os deixasse assim, que

consagrariam a seu serviço no templo o fruto do seu amor.
Foi assim, pois, que por inspiração do Espírito Santo, aquela que havia de ser morada do

Verbo, fosse, antes de ser formada, consagrada ao mesmo  Senhor.
Por ocasião da festa do templo, S. Joaquim se dirigiu com seus visinhos a Jerusalém, para

oferecer orações pela vinda  do Messias e pelo fruto desejado do seu amor conjugal. Mas

foi expulso como infecundo  pelo sacerdote Issacar.
Envergonhado o santo varão pela repreensão pública, não ousou voltar para casa para não

ser alvo de chacotas dos visinhos. Foi para sua quinta e seu monte onde moravam os

pastores dele. E ali pedia a Deus que o livrasse daquela vergonha.
Sabendo sua esposa Santa Ana a razão daquele afastamento do marido, orou: - Senhor

Deus de Israel, já que não quiseste dar-me filhos, por que me tiras também o marido? Uma

das servas a injuriou, atribuindo a esterilidade dela aos muitos pecados. Ela orou,

reonhecendo que aquela provação era fruto de seus pecados, pedindo conformidade a

Deus, mas, ao mesmo tempo, também a graça de conceber, para que com o fruto de seu

ventre servissem melhor a Deus.
Feita essa humilde deprecação, o Arcanjo S. Gabriel, que acabava de confortar também S.

Joaquim com a mesma promessa, lhe anuncia:
- Ana, não te aflijas mais, porque os teus rogos e os de Joaquim, foram atendidos por Deus. Sou eu que apresento á Divina Majestade vossos rogos e esmolas. E agora sou mandado pelo mesmo Senhor a anunciar-vos a conceição da que Deus escolheu para remédio do mundo. Tem por certo que hás de conceber uma filha, cujo nome será Maria, a qual será bendita entre todas as mulheres. Esta é a que o Filho de Deus escolheu para sua morada. E esta é a que há de conceber sem relação com varão.  Pelo que, passados os três anos de sua idade, a apresentareis no templo, como tendes prometido. Levanta-te, pois, e vai a Jerusalém, para onde parte também teu marido Joaquim. Lá vos encontrareis  à porta da cidade que se chama Dourada, e ireis ao templo dar graças a Deus por tão grande benefício.
CONTINUA...     
 



 
 
 
 


 

 

 

OLINDA – CONVENTO DE NOSSA SENHORA DAS NEVES - CAPELA DE SANTA ANA – AZULEJOS

  (12-10-2013):

DO LADO ESQUERDO DE QUEM ENTRA PELA RUA:

1º PAINEL: É de dia, indicado pelo sol lá em cima:

NASCIMENTO DE SANTA ANA

- Do lado equerdo, num canto: Esmeriana após o parto, deitada. Uma mulher lhe serve mingau ou papa: traz uma colher na mão esquerda e uma tigelinha na direita.

- Em primeiro plano: a menina Ana, recem-nascida, no colo de uma mulher.O nome da criança aparece três vezes:

ANNA

ANNA

ANNA.

2º PAINEL: ANÚNCIO DO ANJO SOBRE O CASAMENTO DE JOAQUIM E ANA:.

- Há uma estrela acima do painel, indicando que é noite.

- À Esquerda: Joaquim, deitado,  sonha com um anjo anunciando-lhe que vai casar com Ana.

- No centro: o Anjo aparece visivelmente a Ana, acordada, e diz-lhe que vai casar com Joaquim.

 

3º PAINEL:  CASAMENTO DE ANA E  JOAQUIM

A lua, em cima, diz que é noite.

O sacerdote do templo abençoa o casamento.

 

DO LADO DIREITO DO ALTAR DE SANTANA:

 

4º PAINEL: SANTA ANA E A MENINA

Santa Ana  ensina a menina a ler de pé, a seu lado, diante de um livro. S. Joaquim, embevecido,  ao lado.

Acima: Uma flor de lírio.

 

DO LADO DIREITO, APÓS A PORTA DO CLAUSTRO:

 

5º PAINEL: ANÚNCIO DA MATERNIDADE DE ANA:

- Um Anjo anuncia a Santa Ana que ela vai ser mãe da Virgem Maria.

- Santa Ana se imagina com a criança no colo.

- Em cima há um castelo.

 

6º PAINEL: NASCIMENTO DA VIRGEM MARIA

- A Menina se acha nos braços de uma senhora sentada frente a uma bacia com água.

Outra mulher derrama água na bacia.

- Deus abençoa, de cima, cercado de anjos.

-Do lado direito, num canto,  uma mulher com uma cesta  e outra aquece roupas ao fogo.

 

7º PAINEL: A MORTE DE ESMERIANA

No centro: Esmeriana no leito mortuário. Santa Ana e São Joaquim velam ao lado.

Acima, Deus Pai e o Divino Espírito Santo com anjos ao redor.

Do lado direito, Maria (criança de 4 a 5 anos) rezando certamente pela avó.

PAINÉIS AVULSOS (MISTURADOS):

Do lado esquerdo, entre a janela e a grande porta de entrada: uma mulher rezando ajoelhada diante de um livro.

Em cima há um espelho.

Do lado direito, entra a porta e a janela, uma mistura de azulejos (há azulejos iguais aos do corredor da sacristia).