quarta-feira, 31 de outubro de 2012

OS QUILOMBOLAS DE BEZERROS
APIPUCOS DE BEZERROS 

Para começo de conversa, vamos começar por Apipucos do Recife:


PESQUISA GOOGLE; APIPUCOS, SIGNIFICADO DO NOME

Lúcia Gaspar
Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco:

“Apipucos ou Apopucos como se escrevia antigamente é um nome de origem tupi (Apé-Puc), que significa caminho longo, para alguns, caminho que se divide, encruzilhada ou onde os caminhos se encontram, para outros.
Segundo o cronista Pereira da Costa o nome Apipucos aparece em um mapa do período colonial de Pernambuco, assinalando um encontro de dois caminhos que se conjugavam.
Foi exatamente numa encruzilhada em forma de Y - configuração urbana que se conserva até hoje - onde nasceu o povoado.”
ISTO O QUE NOS DIZ A INTERNET.

Em Bezerros, existe o bairro APIPUCOS. Primitivamente, conforme a tradição, era chamado de várias maneiras:
- Quicuca: Assim lemos no termo do Batismo de 12 de setembro de 1819, quando aconteceu o batismo de José, “filho legitimo de Miguel Antonio da Silva e Francisca Thereza, “moradores no Quicuca”. Assim consta no Livro de Batismo do  Arquivo Paroquial de Bezerros, Nº 10 (1817 – 1824), 1º Termo, Fls. 5 V.
- No Livro de Óbitos de 1856, aparecem as vitimo do Bezerros cólera “no Quiquiculo” (lugar, sítio?), relacionadas pelo Franciscano Menor, Vigário Encomendado, Frei Lourenço da Imaculada Conceição e Silva,  Missionário de Aricobé, o mesmo que lançou o óbito do Vigário Manoel Clemente Torres Galindo, que morreu do cólera, a 18 de fevereiro de 1856 (Livro de Óbitos da Matriz de São José dos Bezerros,  Nº 11 (1856 – 1862), 1º lançamento, Fl 1) .
- Qicuco: Minha saudosa Mãe dizia que sempre ouviu dizer que Apipucos de Bezerros antigamente se chamava Quicuco e que seria uma palavra africana.
Tudo faz crer que se tratava de um lugar suburbano, na periferia de Bezerros, onde viviam remanescentes Quilombolas.
Entre os meus escritos, encontro um manuscrito que relaciona “a questão escravagista de Bezerros” com a introdução da cultura do café.  Daí a origem dos negros do Sítio Guaribas.
                  
                    BEZERROS SERRA DAS GUARIBAS



Haveria relação entre a comunidade negra das Guaribas e os quilombolas Caçulas e os Cré-crés?
Afirma que os Cré-crés vivem ainda hoje numa área antiga chamada de Sapucaia (hoje Sapucarana), onde está  o Município de São Joaquim do Monte.
Já vimos que a Pesquisa Google sobre os quilombolas de Pernambuco, relaciona;
O F      IBGE           MUNICÍPIO      COMUNIDADE 
PE     2601904        Bezerros           Guaribas


PE    2601904              Bezerros       Timbó Sítio das Goiabas




Sítio Guaribas


                                   Fazenda Serra das Guaribas                         

segunda-feira, 29 de outubro de 2012


EM BEZERROS
DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA



Está próximo um feriado que devia falar bem alto ao povo brasileiro: o Feriado da
Consciência  Negra no dia 20 de novembro, que este ano cai numa terça-feira.É um feriado facultativo. em homenagem a Zumbi dos Palmares.
Os Palmares no nome de Zumbi, se refere ao local onde ele formou seu quilombo, uma
espécie de reino, ou de república, como alguns consideram, que era auto-sustentável, e local de fuga para muitos escravos negros escapados das fazendas, prisões e senzalas. O reino chegou a alcançar quase o tamanho de Portugal, ficava no interior da antiga Bahia, hoje, estado do Alagoas, e a ter mais de 30 mil habitantes”.
Pouca gente sabe que que, em dados oficiais, o Brasil é a segundo maior população de afro descendentes. ficando atrás apenas da Nigéria. No Brasil, cerca de 80 milhões de indivíduos se declaram de “raça negra”. É bom saber também que o Brasil foi a segunda maior nação escravista dos últimos séculos e que foi o último país a abolir a escravidão. Foi o maior importador de escravos da história moderna.
“Não precisamos dizer que tudo isso gerou um efeito negativo sobre a imagem dos negros, que até hoje, mesmo depois da abolição da escravatura e da criação de leis contra o racismo, sofrem preconceito racial.”
“O Brasil e o mundo ainda têm muito chão para andar até extinguir de vez o racismo de sua cultura, dita civilizada” .


BEZERROS  E AS COMUNIDADES QUILOMBOLAS

Turismo e Cultura
Bezerros lembra o Dia da Consciência Negra
Data: 20/11/2009 02:00 - Atualizado em - 23/11/2009 11:10
 O dia da Consciência Negra, lembrado hoje em todo o país, mereceu destaque no município de Bezerros, Agreste do Estado. A praça central da cidade serviu de palco para as apresentações de mais de cinco grupos folclóricos que, em suas evoluções, representaram um pouco da cultura negra no país, o que chamou a atenção dos moradores da cidade que passavam pelo Centro. “Não sabia que hoje se comemorava esse dia, mas acho muito importante pela contribuição que eles (os negros) deram a nossa história”, comentou Maria de Lourdes, agricultora que mora em Serra Negra e parou para prestigiar os grupos.

“Esse evento fortalece a nossa cultura, é uma forma de reconhecermos a importância da classe em nossa história”, enfatizou a secretária de turismo de Bezerros, Valquíria Lizandra.
De J. Borges
"Chegada da prostituta no céu"

CUlTURA POPULAR




O diretor de Cultura do município, Roberval Lima, enfatizou a importância do evento. “Pela primeira vez Bezerros, que tem uma história ligada à cultura negra, faz jus ao seu passado”, lembrou.
A decisão para a realização do evento partiu da prefeita Bete Lima, que recentemente visitou a comunidade dos quilombolas no município, para anunciar ações do governo na comunidade, que conta com 109 famílias. 
O Dia da Consciência Negra é um dos capítulos da História do Brasil mais lembrados pelas comunidades quilombolas, que lutaram muito para criar sua própria sociedade nos tempos da escravidão. Nesta sexta-feira, 20.11.2009, enquanto a Consciência Negra era lembrada em diversos cantos do País, Bezerros deu a sua parcela de contribuição ao movimento com apresentações afroculturais no centro da cidade. Vários grupos folclóricos fizeram apresentações com participação da comunidade quilombola Guaribas de Baixo, enraizada no distrito de Boas Novas, do município. O Folc Popular representou a dança Afro Zumbi, enquanto o Papanguart, o Maracatu Imperial. Já os Guaribas de Baixo representaram em grande estilo a Dança da Mazurca. Dentro da programação, houve apresentações de afoxés, capoeiras e relatos sobre o papel do negro na conquista de uma sociedade mais humana. Durante as apresentações, a Secretária de Turismo do Município, Vaquíria Lizandra registrou seu pensamento: “Esse evento fortalece a nossa cultura, uma forma de reconhecermos a importância da classe em nossa história”. Por sua vez, o Diretor de Cultura do Município, Roberval Lima, lembrou: “Pela primeira vez Bezerros, que tem uma história ligada à cultura negra, faz jus ao seu passado”.


" Na segunda série de reportagens especiais sobre o mapa da fome no Brasil, os repórteres Xico Sá e Ubirajara Dettmar, da Agência Brasil, visitaram as Guaribas brasileiras, a do Piauí e a de Pernambuco. As duas cidades são xarás no batismo e na geografia da miséria, da necessidade e do esquecimento."
Aguarde próxima postagem.




"A maioria das mães perdeu filhos por conta da desnutrição. Toda casa já mandou seus 'anjinhos´ pro colo de Nosso Sernhor", diz uma senhora ao repórter., Veja foto acima, à esquerda.
O

FAZENDA DA SERRA DAS GUARIBAS
BEZERROS  - AGRESTE PERNAMBUCANO

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

CONVENTO DE NOSSA SENHORA DAS NEVES DE OLINDA
CAPELA DA SANTÍSSIMA TRINDADE

Sabia você que no Convento de Nossa Senhora das Neves de Olinda existia uma Capela da Santíssima Trindade?
Em toda a minha vida de franciscano (hoje conto com 78 anos) nunca ouvi falar que houvesse sinais de uma antiga Capela da Santíssima Trindade no Convento de Olinda.
Em sua obra O Azulejo na Arquitetura Religiosa de Pernambuco – Séculos XVII e XVIII, São Paulo, 2006, Metalivros, escreve a pesquisadora Sylvia Tigre de Hollanda Cavalcanti:
“São azulejos  dos dois séculos (XVII e XVIII) em que o convento verdadeiramente se edificou e, sendo assim, abordo primeiro os mais antigos.
Estes são os da antiga Sala do Capítulo e também os da Capela da Santíssima Trindade (grifo nosso), pequeno cômodo com acesso pela galeria sul do claustro” (pg. 67)”.
Hoje, não há sinal de azulejos na capela da Santíssima Trindade. “O padrão dos azulejos é do tipo `massaroca´, azul e amarelo com cercadura nos mesmos tons, mas noutro padrão, típico dessa utilização”, escreve a autora. Isto é plenamente válido para a Sala do Capítulo. Mas não resta nenhum sinal de azulejo na tal Capela da Santíssima Trindade. Mas se vê que restam aí os sinais da Capela: o grande nicho encimado por debrum em alvenaria, como se vê nas fotos deste Blog.
 

VISTA DA SACRISTIA  PARA A CAPELA DA SS. TRINDADE
PARA O BLOG DE FREI JOSÉ MILTON:


A CAPELA CAPITULAR DO CONVENTO DE NOSSA SENHORA DAS NEVES DE OLINDA

Na década de 30 Frei Matias Teves voltava a Olinda como Professor de Filosofia. Possivelmete dessa época são os seus escritos sobre o Convento de Olinda: história, arquitetura, pinturas, azulejos...

Desta vez, vamos transmitir o que ele nos legou sobre a “Capela Capitular” ou, como é mais conhecida, a “Capela do Capítulo”.

É uma pequena capela, único resto do primitivo Convento. Com azulejps de duas cores com desenhos geométricos; no fundo, entre duas janelas, destaca-se o altar de Nossa Senhora, ladeada de São Francisco e de santo Antônio. As obras de talha, em parte estragadas, em parte renovadas no mesmo estilo, revelam o desejo dos religiosos de zelar as obras antigas e, por outro lado, a falta de recursos, porque “a verba solicitada por Frei Matias” (destaque nosso) há poucos anos, e obtida do Governo, não era suficiente para levar a termo o trabalhão iniciado de restauração.

Dignos de nota são ainda os painéis do teto, assim como a lápide de mármore em frente ao altar que, desde o ano de 1656 tem guardado os restos mortais do patrono da Capela: Capitão Francisco do Rego Barros e de sua esposa Dona Arcanja da Silveira. Além dos dizeres alusivos, o epitáfio ostenta em relevo o seu brasão d´darmas.

Até aqui o que devemos a Frei Matias Teves. Na mesma década de trinta, como catedrático da Escola de Belas Artes de Pernambuco (ele foi um dos fundadores) recebeu muitas veze o encargo de pedir auxílio financeiro ao Presidente Getúlio Vargas, para não ver a Escola fechar as portas. Em 1940 vai pessoalmente ao Rio para angariar recursos da Presidência para a Escola de BelasArtes. Estava, pois tarimbado para conseguir verba para o seu querido Convento de Olinda.

Aqui, gostaríamos de emitir uma opinião sobre o costume de adotar patronos para as obras de arte dos Conventos.

Os religiosos não contavam com meios financeiros para a coservação do patrimônio artístico. Recorriam a benfeitores ricos que patrocinavam um altar ou uma capela, como legado, obtendo o direito de sepultura com lápide, recebendo, os benefícios espirituais garantidos pelo Direito da Igreja e da Ordem.

Muitas vezes, porém, os herdeiros não cumpriam suas obrigações, caindo muitos legados no esquecimento.

Temos o exemplo de Ipojuca: o benfeitor Francisco Dias Delgado (doador do terreno para a construção do Convento) e sua Esposa D. Catarina Moreno fizeram doação ao Convento de Ipojuca de muitas léguas de terra, com gado vacum, em Porto de Galinhas e Oiteiro de Maracaípe para manutenção do Convento, especialmente da sustentação do culto à imagem milagrosa do Senhor Santo Cristo. Os herdeiros se negaram a realizar a vontade dos doadores e os frades perderam tudo.

Até o terreno do Convento extramuros foi roubado pelo dono de um Engenho vizinho que mudou a posição dos marcos e nunca devolveu a escritura que um Guardião ingenuamente lhe confiara, acreditando que iria servir para

confirmar os limites, sobre os quais haveria a dúvidas.

Se o Convento ainda fosse possuidor dessas terras, hoje poderia reparti-las do com os pobres como gostaria de fazê-lo.

Frei Fulgêncio (soube isto de um grande amigo dele advogado), vigário de mão cheia em Ipojuca na década de 50, conseguiu boa soma de dinheiro na Alemnha, para a construção de casa para os pobres de Ipojuca. Não chegou a levantar uma única casa. A razão: o usineiro da Usina Salgado que também era Prefeito, não cedeu um palmo de terra para o projeto do Vigário. O dinheiro foi devolvido aos doadores.

Nossa Senhora do Oiteiro passou ao Patrimônio Diocesano.

Já os Currais de São Miguel, foi doação feita ao Patrimônio do Padroeiro da Paróquia e ainda hoje rende em benefício da Paróquia de Nossa Senhora do Ó (!), embora sua administração tenha sido confiada ao Vigário de Ipojuca.

Voltando à Capela do Capílulo, e pensando em outras riquezas arquitetônicas do Convento, poderíamos perguntar de onde vinha tanto dinheiro para essas obras que hoje admiramos.

Quem nos vai responder é a escritora Sylvia Tigre de Hollanda Cavalcanti, no livro, fruto de sua pesquisa e texto: O Azulejo na Arquitetura Religiosa de Pernambuco - Séculos XVII e XVIII (São Paulo, 2006, Metalivros), quando, à página 16, escreve: “O grande repertório do acervo de azulejos é o Nordeste, com destaque para Pernambuco e Bahia. Dora Alcântara associa os círculos econômicos nordestino à profusão dos nossos azulejos, A região era mesmo próspera e rica nos séculos em que a arte se propagou” (pg. 16).

Mas, não se pode explicar tudo pela riqueza de Pernambuco e Bahia. Dora Alcântara, acrescenta ainda três fatores: o social, o político e o geográfico.

Os templos pernambucanos são beneficiados pelo fator social: o surto de ufanismo, a renovação do sentimento religioso católico. Mas não bastava isso: a riqueza advinda da cana de açúcar e o propósito dos senhores de engenho de manter sempre boas relações o com a Igreja Católica “de marcante presença na sociedade daquela época foi fundamental para o recebimento pelas Ordens religiosas, de grandes doações financeiras, heranças em testamento etc. Os recursos se refletiam no embelezamento dos templos religiosos como o ouro que tanto enriquece as talhas da igrejas e capelas, na imaginária e nas pinturas e, claro, Também na azulejaria” (p. 17).

Já na Bahia predominou o fator político. Capital da Colônia desde 1763, esteve em liderança durante todo o período de expansão da arte de azulejaria. Claro que isto beneficia sobejamente os patrimônios históricos e artísticos baianos, em quantidade e qualidade, opina Dora Alcântara.











quarta-feira, 17 de outubro de 2012

CONVENTO DAS NEVES DE OLINDA

A CAPELA CAPITULAR DO CONVENTO DE NOSSA SENHORA DAS NEVES DE OLINDA
Na década de 30 Frei Matias Teves voltava a Olinda como Professor de Filosofia. Possivelmete dessa época são os seus escritos sobre o Convento de Olinda: história, arquitetura, pinturas, azulejos...


CAMPA SEPULCRAL DO
CAPITÃO FRANCISCO
DO REGO BARROS E ESPOSA
PATRONOS DA CAPELA



Desta vez, vamos transmitir o que ele nos legou sobre a “Capela Capitular” ou, como é mais conhecida, a “Capela do Capítulo”.
É uma pequena capela, único resto do primitivo Convento. Com azulejps de duas cores com desenhos geométricos; no fundo, entre duas janelas, destaca-se o altar de Nossa Senhora, ladeada de São Francisco e de santo Antônio. As obras de talha, em parte estragadas, em parte renovadas no mesmo estilo, revelam o desejo dos religiosos de zelar as obras antigas e, por outro lado, a falta de recursos, porque  “a verba solicitada por Frei Matias” (destaque nosso) há poucos anos, e obtida do Governo, não era suficiente para levar a termo o trabalhão iniciado de restauração.

Dignos de nota são ainda os painéis do teto, assim como a lápide de mármore em frente ao altar que, desde o ano de 1656 tem guardado os restos mortais do patrono da Capela: Capitão Francisco do Rego Barros e de sua esposa Dona Arcanja da Silveira. Além dos dizeres alusivos, o epitáfio ostenta em relevo o seu brasão d´darmas.

Até aqui o que devemos a Frei Matias Teves. Na mesma década de trinta, como catedrático da Escola de Belas Artes de Pernambuco (ele foi um dos fundadores) recebeu muitas veze o encargo de pedir auxílio financeiro ao Presidente Getúlio Vargas, para não ver a Escola fechar as portas. Em 1940 vai pessoalmente ao Rio para angariar recursos da Presidência para a  Escola de BelasArtes. Estava, pois tarimbado para conseguir verba para o seu querido Convento de Olinda.

 Aqui, gostaríamos de emitir uma opinião sobre o costume de adotar patronos para as obras de arte dos Conventos.

Os religiosos não contavam com meios financeiros para a coservação do patrimônio artístico. Recorriam a benfeitores ricos que patrocinavam um altar ou uma capela, como legado, obtendo o direito de sepultura com lápide, recebendo, os benefícios espirituais garantidos pelo Direito da Igreja e da Ordem.

Muitas vezes, porém, os herdeiros não cumpriam suas obrigações, caindo muitos legados no esquecimento.

Temos o exemplo de Ipojuca: o benfeitor Francisco Dias Delgado (doador do terreno para a construção do Convento) e sua Esposa D. Catarina Moreno fizeram doação ao Convento de Ipojuca de muitas léguas de terra, com gado vacum, em Porto de Galinhas e Oiteiro de Maracaípe para manutenção do Convento, especialmente da sustentação do culto à imagem milagrosa do Senhor Santo Cristo. Os herdeiros se negaram a realizar a vontade dos doadores e os frades perderam tudo.

Até os terrenos do Convento extramuros foram roubados pelo dono de um Engenho vizinho.

Em uma informação ministrada ao Governo civil pelo Guardião Frei Jerônimo do Patrocínio de S. José, consta o seguinte: os terrenos extramuros doados aos frades por Francisco Dias Delgado, com seus marcos, esteve sempre na posse dos religiosos até o ano de 1822. "Tendo o senhor do Engenho naquele tempo, Joaquim Pedro do Rego de levantar outro Engenho anexo às nossas terras, denominado Bom Jesus da Conceição Nova, - escreve ao Governador o mesmo Frei jerônimo - pediu em confiança, os títulos de nossas trerras ao prelado atual, que era naquele tempo o padre pregador Frei Antônio de Santa Margarida, o qual lh´os deu, como ele mesmo confessou perante testemunhas. E tendo de entregar o Convento a outro Guardião, e , com ele, os títulos das terras, este (Joaquim  Pedro do Rego) foi protelando com desculpas, que afinal nem àquele nem a outro algum Guardião, os entregou mais, e subrepticiamente as anexou ao seu Engenho Conceição Nova, que é hoje dos herdeiros da viúva de Domingos Costa do Engenho Emboasica, esbulhado, dese modo, ao Convento o direito de suas terras. Afirmo estas circunstâncias ouvidas, não só por ser notórias, como mesmo por me ter  contado o mesmo Frei Margarida, no ano de 1826, mais ou menos". 

Se o Convento ainda fosse possuidor dessas terras, hoje poderia reparti-las  com os pobres como gostaria de fazê-lo.

Frei Fulgêncio (soube isto de um grande amigo dele advogado), vigário de mão cheia em Ipojuca na década de 50, conseguiu boa soma de dinheiro na Alemanha, para a construção de casas para os pobres de Ipoojuca. Não chegou a levantar uma única casa. A razão: o usineiro da Usina Salgado que também era Prefeito, não cedeu um palmo de terra para o projeto do Vigário. O dinheiro foi devolvido aos doadores.

Nossa Senhora do Oiteiro passou ao Patrimônio Diocesano.

Já os Currais de São Miguel, foi doação feita ao Patrimônio do Padroeiro da Paróquia e ainda hoje rende em benefício  da Paróquia de Nossa Senhora do Ó (!), embora sua administração tenha sido confiada ao Vigário de Ipojuca.

Voltando à Capela do Capílulo, e pensando em outras riquezas arquitetônicas do Convento, poderíamos perguntar de onde vinha tanto dinheiro para essas obras que hoje admiramos.

Quem nos vai responder é a escritora Sylvia Tigre de Hollanda Cavalcanti, no livro, fruto de sua pesquisa e texto:  O Azulejo na Arquitetura Religiosa de Pernambuco - Séculos XVII e XVIII (São Paulo, 2006, Metalivros), quando, à página 16, escreve: “O grande repertório do acervo de azulejos é o Nordeste, com destaque para Pernambuco e Bahia. Dora Alcântara* associa os círculos econômicos nordestino à profusão dos nossos azulejos, A região era mesmo próspera e rica nos séculos em que a arte se propagou” (pg. 16).



 PEDRA SEPULCRAL NO CLAUSTRO DO CONVENTO






Mas, não se pode explicar tudo pela riqueza de Pernambuco e Bahia. Dora Alcântara, acrescenta ainda três fatores: o social, o político e o geográfico.

Os templos pernambucanos são beneficiados pelo fator social: o surto de ufanismo, a renovação do sentimento religioso católico. Mas não bastava isso: a riqueza advinda da cana de açúcar e o propósito dos senhores de engenho de manter sempre boas relações com a Igreja Católica “de marcante presença na sociedade daquela época foi fundamental para o recebimento pelas Ordens religiosas, de grandes doações financeiras, heranças em testamento etc. Os recursos se refletiam no embelezamento dos templos religiosos como o ouro que tanto enriquece as talhas da igrejas e capelas, na imaginária e nas pinturas e, claro, Também na azulejaria” (p. 17).

Já na Bahia predominou o fator político. Capital da Colônia desde 1763, esteve em liderança durante todo o período de expansão da arte de azulejaria. Claro que isto beneficia sobejamente os patrimônios históricos e artísticos baianos, em quantidade e qualidade, opina Dora Alcântara.
Quanto ao fator geográfico, "ele foi determinante não apenas nos dois Estados já referidos, como em todos os outros que dispunham de porto marítimo (do Pará ao Rio de Janeiro)  e que, em maior ou menor escala, têm os bens culturais acrescidos em valor e beleza pelos azulejos portuguêses.
É, em parte, pela dificuldade de transporte de um material frágil (que
teria de ser levado em lombo de animais) que a cidade de São Paulo
não tem nada de azulejaria religiosa. Em todo o Estado do mesmo
nome existe apenas no convento franciscano de Itanhaém, no litoral
norte. De outra parte, volta o fator econômico, porque o poderio
financeiro do  Estado só ocorreria muito depois.
Noutro Estado, Minas Gerais, que enriqueceu a partir da sexta
década do século XVIII, com a descoberta do ouro, só há uma igreja -
a de Nossa senhora do Carmo, em Ouro Preto - que ostenta alguns
painéis azulejares.
Contribuiu também, neste caso, o fato de lá não existirem as Ordens
Religiosas, que eram as grandes demandantes da azulejaria: a
Franciscana, em primeiro lugar, a Beneditina e a Carmelita."
E conclui a autora:
"Portanto, dentre tudo o que a sempre desprestigiada Região Nordeste tem para orgulhar-se se encontra, indubitavelmente, todo o valioso acervo da azulejaria religiosa portuguesa do Brasil ” (p. 17).




CONVENTO DE NOSSA SENHORA DAS NEVES DE OLINDA




* Dora Monteiro e Silva de - Patrimônio Azulejar Brasileiro: Aspcto Histórico e de Conservação. Azulejo, Documento da nossa Cultura. Brasília: Monumenta  BID / Ministério de Cultura, 2001, p. 28.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A CAPELA DA SENHORA SANT´ANA


DO CONVENTO DE NOSSA SENHORA DAS NEVES DE OLINDA

A devoção à Senhora Sant´Ana deve ter sido muito intensa pelos meados do século XVIII, quando foi construída a sua Capela no pavimento térreo da nova parte do Convento, no ano de 1754, como diz um inscrição no frontispício. O conjunto é maravilhoso e bem conservado. Assim se expressa Frei Matias Teves num breve escrito sobre o Convento de Nossa Senhora das Neves de Olinnda.

Entrando pela porta da rua, está-se num vasto salão artisticamente decorado. Na parede de frente encontra-se o altar. Ricamente lavrado e dourado, encimado por valiosa imagem do orago. As paredes da Capela revestidas estão de grandes azulejos, apresentando cenas da vida de Sant´Ana, inspiradas em antigos apócrifos. São de caráter ingenuamente simples. O maior cuidado, parece, mereceu dos arrtistas a pintura do teto que, num grande painel apresenta o estado da Ordem naquele tempo. Vemos São Francisco enlaçando com o cíngulo de três nós o mundo, na figura dos quatro continentes até então conhecidos pelo artista (faltando a Oceania). Intitula-se o painel “Novo Orbe Seráfico”. Encontram-se na pintura, os algarismos indicando o número de Papas, cardeais, bispos, mártires, santos e bem-aventurados franciscanos, sendo tudo isso ilustrado pelas figuras correspondentes.

Mas vamos colocar em destaque os conjuntos de azulejos em torno da vida de Sant´Ana, de Nossa Senhora, São José...

É isto que resumimos do artigo de Frei Matias Teves, um especialista em arte religiosa, um dos fundadores da Escola de Belas Artes de Pernambuco em 1932.


"Orbe Seráfico”: parte do grande painel no teto da capela de Sant’Ana do Convento de n. Senhora das Neves de Olinda, provavelmente do século XVIII. Representa S. Francisco enlaçando os quatro Continentes (África, América, Europa e Ásia,  sem a Oceania) com o “cordão de S. Francisco”, destacando-se as figuras de egrégios vultos da Igreja e da Ordem Seráfica.  Trata-se, na verdade de um projeto de evangelização universal da ordem a que o idealizador (no séc. XVII?) deu o nome de “ORBE SERÁFICO” , projeto este que sugeriu a Fr. Jaboatão o título de sua grande obra.

 




quinta-feira, 11 de outubro de 2012


OS AZULEJOS DO CONVENTO DE NOSSA SENHORA DAS NEVES DE OLINDA




1. O CLAUSTRO DO CONVENTO

 



Um dos elementos arquitetônicos da era colonial, assim como o alpendre na Casa Grande e nas igrejas, era o Claustro do Convento, o pátio interior em forma de quadrado.

Escreve Frei Matias Teves: “Obedecendo ao plano dos conventos de Portugal, também o Convento de Nossa Senhora das Neves de Olinda se desenvolve em redor do claustro, sendo a igreja a conclusão do lado norte. O claustro forma um ambiente de recolhimento e de paz, completamente afastado do sussurro de fora. Simples e bem proporcionado, as paredes são cobertas de azulejos que representam cenas da vida de São Francisco.”

O claustro do Convento Franciscano de Olinda abre quatro arcadas sustentadas por colunas, tudo de arenito esculpido sendo que às colunas do pátio térreo, correspondem outras tantas do pavimento superior.

Logo após a construção da igreja e sacristia, cerca de 1725, procederam à do claustro.

2. OS AZULEJOS DO CLAUSTRO


O revestimento das paredes do pavimento térreo, foi deixado para tempos posteriores, aguardando a remessa dos azulejos encomendados em Portugal.


Estes azulejos contam, em 16 painéis, a vida de São Francisco, sem respeitar a ordem cronológica, como os quadros da preciosa coleção que lhes serviram de modelo e que pertence à Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.

Essa coleção é composta de 20 folhas , levando no frontispício o nome de “Philip pus Galeus”. Na seguinte folha lemos: “F. Harrewyn Inventor sculp. Lisboa 1730”.
 Na 3ª folha aparece a firma: “Franc° van den wijngaarde ox.”

Trata-se, portanto de desenhistas ou gravadores flamengos.

Reúne cada composição diversos assuntos, subordinados a uma idéia comum, marcadas por uma letra do ABC, à qual corresponde a citação ao pé do quadro. Por aí verificamos que as fontes aproveitadas foram a Legenda Maior de São Boaventura, publicada em 1262 e o Livro das conformidades da vida de São Francisco com a de Nosso Senhor, publicada por Frei Bartolomeu de Pisa em 1390.


3. AS CÓPIAS REPRODUZIDAS NOS  AZULEJOS 


Confrontando as gravuras com as cópias reproduzidas nos azulejos, não poderá escapar à nossa atenção a liberdade com que o ceramista português tratou seu assunto. Substituiu as molduras por outras mais vistosas, modificou a paisagem, melhorou a posição de algumas pessoas, dispensou parte do conteúdo de um quadro, transferindo-o para outro, desenvolveu algum assunto secundário no intuito de lhe prestar mais realce. De modo geral, reduziu o número de fatos indicados na gravura, receoso de sobrecarregar o quadro a ponto de cansar a vista.


Fundos do Conveto, vendo-se o "gigante" sustentando a parede da sacristia. Esse arrimo não existe mais, ficou na tela para a memória. 


Óleo sobre tela de Fr. J. Milton, 1977.





A coleção tendo saído do prelo em 1730, pouco depois de conhecida teria de ser aproveitada, de modo que é de supor que tenham sido colocados estes azulejos no lugar que hoje ocupam, entre 1735 e 1745.

Mede cada quadro 3 m de largura com 2,50 de altura, variando o número de azulejos entre 298 e 387.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

ORIENTAÇÃO TURÍSTICA

ORIENTAÇÃO TURÍSTICA


Com este título se encontra no Arquivo do Convento franciscano de Olinda um guia turístico de 20 páginas que poderíamos chamar também “arruando o Convento de Nossa Senhora das Neves”.

Vamos nos colocar em caminhada, a começar pela

FACHADA DO CONVENTO


É constante a primeira pergunta dos que avistam a fachada do convento: - De que ano é?

Bem poucos reparam a inscrição esculpida nas cornijas das duas janelas da Portaria: “Anno – 1754”. Esta data, porém, longe de nos revelar a época da fundação, apenas marca o ano em que se concluiu a reconstrução.

                                                 Vista da Sè com o Cruzeiro  do  Convento        
                                                                                                                                                              Óleo sobre tela de Silva Netto


Do convento primitivo somente resta a chamada “Capela do Capítulo” no interior do claustro. A maior parte da construção anterior foi destruída pelos invasoresm holandeses. Logo na tomada de Olinda a 16 de fevereiro de 1630, os frades tiveram tiveram que fugir para escapar à primeira fúria dos hereges. Voltando depois, encontraram seu Convento todo pilhado. O que deixaram nesta ocasião foi devorado pelas labaredas no incêndio da Vila no dia 24 de novembro de 1631, sobretudo o que havia de madeira, livros e alfaias.

Restabelecida a ordem pela Restauração de Pernambuco em 1654, os frades cogitaram na reedificação da casa e igreja mais amplas, tal qual hoje se apresentam. Traçada a planta, trataram de angariar materiais e donativos para iniciar os trabalhos em 1712, que letamente prosseguiram, pois só em 1754 terminaram. A principal razão que fez demorar a conclusão foi a divergência das opiniões a cerca da altura deste trecho. Julgavam uns que não devia exceder a altura da igreja; outros opinaram que deveria acompanhar a ala lateral na descida da ladeira. Afinal adotaram o parecer de levantar o trecho da Portaria como hoje se encontra. No entanto não carecia de base a ideia contrária, pois a igreja ficou um tanto prejudicada na sua arquitetura, assim do lado do Convento como do outro lado da Ordem Terceira, cuja porta de entrada leva a legenda de 1818.

Destaca-se, no alto do frontespício, a imagem de Nossa Senhora dentro do nicho e feita de pedra.

Entre a igreja e a Ordem Terceira avistamos uma cruz de pedra que provavelmente não entrara na planta original, por ser uma peça isolada da via-sacra, como se lê no pedestal:

“Esta 2ª estação representa o lugar onde leram a sentença a Jesus Christo e lhe puzeram a cruz as costas. Anno D. 1735”.

No Livro de Atas da Ordem Terceira lemos que, na sessão de 14 de setembro de 1862, o Pe. Comissario

fez a proposta que esta cruz de pedra, colocada fora da porta,


            Óleo sobre tela de Fr. J. Milton


fosse transferida para o centro do cemitério. Na sessão seguinte de 20 desse mês ficou resolvido que o cruzeiro ficasse no seu lugar em memória da antiguidade, e por ser um distintivo ao entrar da nossa Ordem. Vale dizer que nos meados do século passado não faltava quem considerasse esta cruz de pedra parte integrante da fachada.

O cruzeiro do convento é um monumento bem acabado, mas o que lhe diminue a importância é tanto a distância como o nível mais baixo que a igreja do Convento.

terça-feira, 9 de outubro de 2012


NICOLAU DE LYRA

FRANCISCANISMO

ESCOLÁTICOS EM DEFESA DA IMACULADA CONCEIÇÃO
Vamos nos dirigir novamente à primitiva sala de aula no térreo deste nosso Convento de Nossa Senhora das Neves de Olinda, que durante 200 anos foi escola de Filosofia dos frades da Antiga Província. A Biblioteca Pública ficou nesta sala do Convento de 1822 a 1884. "Para ninguém supor que os frades de então tivessem cedido de propósito alguma sala imprópria para os livros dos cursos jurídicos, queremos explicar que a sala em apreço era a única disponível na parte térrea, poupando aos consulentes o trabalho de subir escada. Mede a sala 13,15 m de cumprimento, quase igual às dimensões da biblioteca do Convento com 11,50 m por 9,30 m.

Nos anos anteriores, a mesma sala tinha servido de aula de Filosofia, como ainda hoje lembram os belos quadros de pintura bem conservados do teto..."

Assim consta num escrito do Arquivo Conventual.

Na década de 1950, funcionou como Capela, com o SS. Sacamento.

É que os religiosos transferiram a Capela do andar superior para a primitiva sala de aula em vista de ser mais ventilada. Aí passaram a rezar o Divino Ofício, a fazer a meditação, a celebrar a santa missa, e os demais exercícios espirituais da Comunidade.
O mesmo escrito por nós consultado, elenca os painéis do teto:.

1. Cardeal S. Boaventura, chamado Doctor Seraphicus.
2. Alexandre de Hales, Doctor Irrefragabilis, mestre de S. Boaventura.
3. Guilherme de Ockam, Doctor Invencibilis, nominalista.
4. Duns Scotus, Doctor Subtilis, especial defensor da Imaculada Conceição.
5. Raymundus Lulus, Doctor Iluminatus, da Ordem Terceira.
6. Nicolaus Lyra, Doctor Planus et Utilis, , fundador da Escola Expositiva.
7. Card. Arceb. Petrus Aureolus, Doctor Facundus.
Passemos, agora, especialmente para

NICOLAUS   DE LYRA





Mais uma vez recorro à Internet para completar meus dados sobre os filósofos franciscanos que defenderam a Imaculada Conceição.
Nicolaus de Lyra (1270-1349), ou Lirano, da Ordem dos Frades Menores, nasceu em Lyra. Foi professor de Teologia em Paris e chamado doctor planus ou doctor utillis. Ele não admitia como canônicos os livros Deuterocanônicos. Sua importância como exegeta consistiu em que ele reconheceu corretamente a distinção entre o sentido literal e o sentido místico, e o levou à prática. Esclareceu quase toda a Sagrada Escritura. Sua Postilla Litteratis exerceu grande influência. Ele foi o melhor exegeta da Idade Média tardia, e o elo de união entre a Exegese da Idade Média e dos novos tempos. Ele foi uma natureza profundamente piedosa e toda penetrada do ideal de Francisco de Assis no amor a Cristo, na humildade, no trabalho e na submissão ao magistério da Igreja. (Lexicon Für Theologie und Kirche, Fribourg: 1962). Obras: Postilla Litteralis et Moralis; Tractatus de Differentia nostrae Tramslatinis ab Hebraica Littera Veteris Testamenti; Probatio Adventus Christi; Responsio ad Quemdam Judeum; De Visione Beatifica; Oratio Seu Contemplatio ad Honorem S. Francisci; Commentariuus in sententias Petri Lombardi. Doctor Planus. Regente em Paris, insigne escriturista, autor das Postillas Perpetuas in Universam Sacram Scrituram, obra que exerceu grande influência; escreveu também vários tratados dirigidos aos hebreus (IRIARTE, Lázaro OFM. História Franciscana. Petrópolis: Vozes/CEFEPAL, 1995. (Estudos Franciscanos. p. 203). Segundo Gemelli “o pensamento franciscano assinalou sua entrada na literatura informativa e divulgativa do século XVI com o Postilla Perpetuae in Universam Sacram Scrituram e com o Repertorium Super Bibliam de Nicolau de Lyra o doutíssimo exegeta normando, docente da Sorbonne, tão conhecido, que dele se dizia: Si Lyranus non lyrasset, totus mundus delirasset...” (GEMELLI, Frei Agostinho. O Franciscanismo. Petrópolis, Vozes, 1944. 468 páginas. p. 121).Retornaremos ao assunto.