quarta-feira, 15 de julho de 2015

INÉDITOS DO ARQUIVO PROVINCIAL FRANCISCANO









Frei Roberto  informa que  o projeto Resgate Documental da Província Franciscana de Santo Antônio do Nordeste do Brasil tem patrocíno da Petrobras  (edital Cultural, de 2012) no valor de R$ 640 mil.

O coordenador de Patrimônio da Província Franciscana, frei Roberto Soares, motivado pelas viagens a vários conventos e em contato com  raridades históricas -  manuscritos impressos e iconográficos cartas papais, documentos avulsos, livros, etc - teve a ideia de reuni-las em um só local.
·         Cerca de 200 fotografias feitas por frei alemão na Bahia foram descobertas em Recife
Cerca de 200 fotografias inéditas do candomblé baiano, com  habitantes de comunidades negras, além de imagens de alimentos e indumentárias  do culto afro integram o acervo do  projeto Resgate Documental da Província Franciscana de Santo Antônio do Nordeste do Brasil, realizado pelo  Arquivo Provincial Franciscano, em Recife, Pernambuco.

O curioso é que as fotos  foram feitas pelo frei  alemão Thomás Kockmeyer, entre os anos de 1930 e 1940, o  que demonstra,  em época de  tanta intolerância religiosa, que sempre há espaço para respeito às diferenças. O projeto, de fôlego, pretende  recuperar  parte importante da história da ordem franciscana da Igreja Católica do Brasil.

"Ao todo, estão sendo recuperados documentos de 42 localidades diferentes, entre igrejas, conventos e casas franciscanas de  sete estados da região Nordeste, mais o Pará", informa a a coordenadora do projeto Resgate Documental da Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil, a restauradora Débora Mendes.
Tesouro

"Estas fotos têm grande importância histórica, cultural e antropológica  não só para a Bahia, mas para o país . É um verdadeiro  tesouro .  Cada foto é um texto, que instiga uma investigação", complementa o  antropólogo Raul Lody, curador da Fundação Pierre Verger,  na Bahia, que foi convidado  também para integrar o projeto.
As fotos, que  foram encontradas no Arquivo,  em uma pequena caixa com os dizeres Candomblé - Fotografias de Frei Thomás Kockmeyer  em sua tampa, medem  5x7 cm. Elas registram atos do cotidiano de um candomblé, com  manifestações religiosas típicas de matriz africana.
Lody afirma que tem convicção que as fotos foram  feitas em locais do Recôncavo Baiano. O estudioso, responsável por vários estudos na área das religiões afro-brasileiras, sobretudo na Bahia,  chama a atenção pelas fotografias não se prenderem  ao exótico, ao caráter sensacionalista.

"São fotos que surpreendem  pela qualidade, diversidade do olhar e importância documental", frisa o antropólogo, autor de vários livros. 
Patrocínio

"Neste momento, nossa equipe técnica está trabalhando na identificação (com relação à origem, língua em que foi escrito e assunto), higienização e catalogação de todo este material. Desta forma, os documentos estarão disponíveis a estudiosos que poderão realizar pesquisas mais aprofundadas sobre estes arquivos", salienta Débora Mendes.

Ela informa que  o projeto Resgate Documental da Província Franciscana de Santo Antônio do Nordeste do Brasil tem patrocíno da Petrobras  (edital Cultural, de 2012) no valor de R$ 640 mil.

O coordenador de Patrimônio da Província Franciscana, frei Roberto Soares, motivado pelas viagens a vários conventos e em contato com  raridades históricas -  manuscritos impressos e iconográficos cartas papais, documentos avulsos, livros, etc - teve a ideia de reuni-las em um só local.
·         Cerca de 200 fotografias feitas por frei alemão na Bahia foram descobertas em Recife
Cerca de 200 fotografias inéditas do candomblé baiano, com  habitantes de comunidades negras, além de imagens de alimentos e indumentárias  do culto afro integram o acervo do  projeto Resgate Documental da Província Franciscana de Santo Antônio do Nordeste do Brasil, realizado pelo  Arquivo Provincial Franciscano, em Recife, Pernambuco.

O curioso é que as fotos  foram feitas pelo frei  alemão Thomás Kockmeyer, entre os anos de 1930 e 1940, o  que demonstra,  em época de  tanta intolerância religiosa, que sempre há espaço para respeito às diferenças. O projeto, de fôlego, pretende  recuperar  parte importante da história da ordem franciscana da Igreja Católica do Brasil.

"Ao todo, estão sendo recuperados documentos de 42 localidades diferentes, entre igrejas, conventos e casas franciscanas de  sete estados da região Nordeste, mais o Pará", informa a a coordenadora do projeto Resgate Documental da Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil, a restauradora Débora Mendes.
Tesouro

"Estas fotos têm grande importância histórica, cultural e antropológica  não só para a Bahia, mas para o país . É um verdadeiro  tesouro .  Cada foto é um texto, que instiga uma investigação", complementa o  antropólogo Raul Lody, curador da Fundação Pierre Verger,  na Bahia, que foi convidado  também para integrar o projeto.
As fotos, que  foram encontradas no Arquivo,  em uma pequena caixa com os dizeres Candomblé - Fotografias de Frei Thomás Kockmeyer  em sua tampa, medem  5x7 cm. Elas registram atos do cotidiano de um candomblé, com  manifestações religiosas típicas de matriz africana.
Lody afirma que tem convicção que as fotos foram  feitas em locais do Recôncavo Baiano. O estudioso, responsável por vários estudos na área das religiões afro-brasileiras, sobretudo na Bahia,  chama a atenção pelas fotografias não se prenderem  ao exótico, ao caráter sensacionalista.

"São fotos que surpreendem  pela qualidade, diversidade do olhar e importância documental", frisa o antropólogo, autor de vários livros. 

Patrocínio

"Neste momento, nossa equipe técnica está trabalhando na identificação (com relação à origem, língua em que foi escrito e assunto), higienização e catalogação de todo este material. Desta forma, os documentos estarão disponíveis a estudiosos que poderão realizar pesquisas mais aprofundadas sobre estes arquivos", salienta Débora Mendes.

Ela informa que  o projeto Resgate Documental da Província Franciscana de Santo Antônio do Nordeste do Brasil tem patrocíno da Petrobras  (edital Cultural, de 2012) no valor de R$ 640 mil.

O coordenador de Patrimônio da Província Franciscana, frei Roberto Soares, motivado pelas viagens a vários conventos e em contato com  raridades históricas - 
manuscritos impressos e iconográficos cartas papais, documentos avulsos, livros, etc - teve a ideia de reuni-las em um só local.

domingo, 12 de julho de 2015

 O BOSQUE
 
 
 
 
 
 

BICA DE SÃO FRANCISCO



Ao assumir o Guardianato de Olinda, uma das preocupações de Frei Francisco Rogério  da Silva  (nosso Bin-Laden) foi valorizar o nosso sítio, especialmenta o Bosque ecológico onde se encontra uma das fontes de água que nunca secou. Não foi fácil abrir a trilha que permitisse até aos turistas o acesso ao local.O capim era muito alto e fechado. Mas aos poucos se conseguiu realizar a pretensão. Parabéns, Frei Chico!

Na obra "OLINDA uma história por trás das estórias" (de Argus Vasconcelos de Almeida e outros organizadores) se encontra: "Na cartografia holandesa de Olinda (Barlaeus e Nieuhoiff), no conjunto franciscano aparece a bica assinalada por um pequeno quadrilátero por trás do mosteiro. Isto significa que a sua construção data de antes da ocupação holandesa".
Os autores lembram que Frei Jaboatão fala da construção e manutenção de uma "cIsterna" em meados do século 18. (Jaboatam, Frei Antonio de Santa Maria, "Novo orbe seráfico brasilico; chronica dos frades menores da provincia do Brasil, Recife, 1979 edição fac-similar (Rio de Janeiro; Typ. Brasiliense de Máximo Gomes Ribeirnanao, 1858) p. 232.  Parece tratar-se da cisterna localizada no terraço-mirante do convento, como hoje a vemos.
Consta no Arquivo do Convento de Olinda uma folha sem em que se lê: "Do tempo em que a doadora (Maria da Rosa) principiou ou fundou esta nossa igreja (de Nossa Senhora das Neves) nada posso dizer. Da demarcação das terras deste Ex-Colégio de Olinda, consta que junto à fonte de um Rocio está a pedreira que Maria da Rosa descobriu. A fonte é esta que fica de fora do nosso muro para a parte do Norte. O campo ou Brejal da mesma fonte. he o Rocio A pedreira é a que na linguagem comum chamam Pedreira do Colegio, que está no entrar do mato deste mesmo Rocio. Foi feita esta demarcação no ano de 1575, no 1 de Março, em tempo do segundo Donatario deste Pernambuco, chamado Duarte Coelho de Albuquerque, Podemos entender que no dito tempo, já esta nossa igreja estava fabricada, e que a sua e a nossa Fundadora no dito tempo cuidaria do Claustro e mais oficinas do Connvento" 


"A fonte d'água, que estava escondida pelo mato, virou mais uma atração do convento
Foto: Edmar Melo/JC Imagem

Um bosque com pés de aroeira, coco, goiaba, pitanga, araçá, fruta-pão, cajá, trapiá, caju, manga e jenipapo é a nova atração do Convento São Francisco, na Cidade Alta de Olinda. O sítio, no oitão do histórico refúgio dos frades, sempre esteve ali. Mas só agora os religiosos resolveram estimular as visitas.

A ideia de abrir o quintal ao público surgiu em agosto último, nas férias dos 14 frades estudantes, moradores do convento. Durante o dia, eles trocaram os livros por pás, enxadas e facões, para fazer uma faxina no bosque. Corta mato aqui, tira mato dali e os jovens se depararam com uma raridade: a bica dos franciscanos, há anos escondida na vegetação.


“É uma das cinco bicas que existiam na Cidade Alta e, no passado, servia para o abastecimento humano. Estamos fazendo pesquisas para tentar resgatar essa história”, conta frei Bruno Santana, um dos estudantes (professo temporário, no termo mais adequado). Os religiosos querem saber a data de construção e o uso dado à fonte, se era privativo dos frades ou coletivo.


A construção de tijolos antigos ainda preserva o nicho, onde, imagina-se, ficava uma representação de São Francisco, e parte dos elementos decorativos. “Vamos providenciar exames químicos, físicos e biológicos para avaliar a qualidade da água, oriunda de uma cacimba por trás da bica. Queremos recuperar o acesso à fonte e a utilidade da água para o convento e a população”, declara frei Bruno.

Possivelmente, a bica remonta ao século 16 e é anterior à chegada dos franciscanos a Olinda, diz frei José Milton de Azevedo Coelho, veterano no convento. Segundo ele, documento de 1575 faz referência à fonte do rossio, no local mais tarde ocupado pelo templo dos religiosos. A área pertencia a Dona Maria da Rosa, benfeitora que havia erguido uma casa e uma capela no terreno e doou aos franciscanos, logo após a chegada dos frades ao Brasil, em 1585, conta frei Milton.

No verão de 1976, para economizar a água do prédio, frei Milton e os demais frades tomavam banho de cuia na fonte, que fica na parte baixa do terreno. “Tinha um banheiro ao lado da bica, usávamos só para o banho, pois não sabíamos se a água era poluída”, recorda. O Convento São Francisco de Olinda é o primeiro da ordem franciscana no Brasil.


Os frades querem integrar as visitas ao patrimônio histórico – a edificação é composta da Igreja de Nossa Senhora das Neves, das capelas de Sant’Ana e de São Roque e do claustro – com passeios pelo bosque. “O sítio é um espaço ecológico, um lugar sossegado para a pessoa sentir o vento e o cheiro da natureza, bem de acordo com a filosofia de São Francisco. Falta mais estrutura”, diz frei Bruno.


“Vamos providenciar exames químicos, físicos e biológicos para avaliar a qualidade da água, oriunda de uma cacimba por trás da bica
”afirma frei Bruno Santana


Protetor dos animais, São Francisco de Assis viveu no século 13 e é considerado o padroeiro da ecologia na Igreja Católica, título conferido pelo Papa João Paulo II. No bosque há bem-te-vis, sabiás e guriatãs-de-coqueiro, entre outros bichos. Os religiosos abriram uma pequena trilha até a fonte e pretendem ampliar a vereda.

O projeto de recuperação do sítio também prevê o reflorestamento da área com espécies da Mata Atlântica (substituindo invasoras) e o plantio de frutíferas. O pomar ficaria mais próximo do convento, fornecendo frutas aos frades. Por segurança, as pessoas só descem até o bosque acompanhadas de um dos estudantes, usando sapatos fechados e calça comprida.


Não é cobrada taxa para conhecer o monumento, no alto de uma colina da Cidade Patrimônio Cultural e Natural da Humanidade. Doações são espontâneas e o dinheiro da contribuição dos visitantes é usado na manutenção do prédio – construído no século 16, reconstruído no século 18 e decorado com azulejos portugueses, forros com pinturas sacras, móveis de jacarandá, imagens barrocas – e no projeto de resgate do bosque e da fonte d’água.


JC Cidades
Galeria de imagens



Franciscanos abriram trilha no bosque do convento, em Olinda.Visitantes já desfrutam do passeio