quarta-feira, 11 de julho de 2012

SANTO TOMÁS DE AQUINO

 Oleo sobre tela, provavelmente da autoria de Frei Ambrósio, que se acha num dos corredores do 1º pavimento do Convento de Nossa Senhora das Neves de Olinda. Numa placa ao lado se lê:



Santo Tomás de Aquino (Itália 1225 - 1274)
Dominicano, Teólogo, Filósofo
Festa: 28 de janeiro.
Canonizado em 1323 por Joãp XXII. Foi o mais distinto expoente da Escolástica. Ecreveu a Summa Theoógica. Foi proclamado Doutor da Igreja em 1567 e cognominado "Doctor Communis" ou "Doctor Angelicus". Em 1879, o Papa Leão XIII promulgou a Encíclica Aeterni Patris, ordenando que os escritos de Santo Tomás fossem estudo obrigatório a todos os padres e estudantes de Teologia.


sexta-feira, 6 de julho de 2012

JOÃO DUNS SCOTUS

O HISTORIADOR FRANCISCANO AGOSTINHO GEMELLI assim apresenta o expoente máximo do Pensamento da Ordem Seráfica:








"São Boaventura fala de desejo e de amor; Duns Scot, de vontade e de ação.
 Á direita, tabela que acompanha a tela de Frei Ambrósio (abaixo), que se acha no corredor do 1º andar do Convento de Olinda.


  
 Não há talvez doutor medieval mais incompreendido do que este franciscano escocês que estudou em Oxford, ensinou em Paris, foi expulso por Felipe o Belo, e morreu em Colônia na idade em que os outros filósofos começam a produzir, como se a chama do pensamento lhe houvesse consumido a juventude. Até o título de "Doutor Subtil" , com que o decoraram, tem uma aparência de ironia. Foi qualificado de rebelde e entretanto é o continuador da mais antiga tradição
  escolástica, desenvolvendo as concepções de Santo Agostinho e harminizando-as quanto possível com as de Aristótelis. Foi alcunhdo de franciscano que perdeu o sentido do amor e contudo a sua filosofia é toda fundada sobre o amor. Foi chamado de contraditor sistemático, de teólogo caviloso, de precursor do voluntarismo e do imanenteismo, de Kant do século XIII, e, em vez disso, seu realismo é puramente escolástico, alheio a toda pretemsa autonomia da natureza e do eu; e as suas teorias sobre Nossa Senhora e sobre a Encarnação recebem confirmação, séculos depois, no dogma da Imaculada Conceição e no culto a Cristo Rei (em O Franciscanimo).

UM JOVEM ESCOTISTA: FREI SÉRGIO
Que alegria saber que um confrade jovem se dedica ao escotismo, sobretudo no que concerne ao Primado Absoluto de Cristo. Vou passar para vocês o que resultou de uma conversa que tivemos em Ipojuca sobre o assunto.

Acho por bem antecipar o resumo de nossas reflexões em Ipojuca por estes dados da internet.




João Duns Scotus nasceu em Duns, na Escócia em 1265/1266. Em 1280
entrou na Ordem franciscana; estudou filosofia e teologia em Oxford, sendo ordenado
sacerdote em 1291 em Northampton (Inglaterra). Entre os anos de 1291 e 1296,
aprofundou seus estudos de teologia na Universidade de Paris. Retornando à Inglaterra,
foi professor em Cambridge (1296-1300) e em Oxford (1300-1302). Foi chamado a
Paris para ministrar aulas de teologia e ali permaneceu durante apenas dois anos (1302-
1303), sendo obrigado a abandonar a universidade por não ter subscrito o apelo de
Filipe o Belo, rei da França, contra o papa Bonifácio VIII (1303). Depois de obter o
título de magister theologiae da própria Universidade de Paris, Scotus voltou a ministrar
ali aulas de teologia entre 1305 e 1306. Em 1307, foi transferido para Colônia
(Alemanha), vindo a falecer improvisa e prematuramente no dia 8 de novembro de
1308. Cognominado “Doutor sutil”, Scotus deixou-nos uma substancial produção
literária.


QUAL A IMPORTÂNCIA DE SCOTUS?


Scotus vive em um contexto desafiador e, ao mesmo tempo,
extremamente fecundo. O século XIII, no qual também viveram Tomás de Aquino e
Boaventura, é atravessado por duas trajetórias filosófico-teológicas bem definidas:
agostiniano-boaventuriana e aristotélico-tomista. E uma única matriz polêmica a
provocá-las e animá-las: o ingresso das obras de Aristóteles na universidade de Paris.
Nesse contexto, Scotus assume uma postura crítica face aos pressupostos e às principais
posições defendidas por ambas as escolas, revelando-se como um pensador original.
Destaca-se pela fina acribia em bem discernir, o que lhe possibilitou dissipar inúmeras
confusões e esmerar-se na especulação acerca das questões filosóficas e dos mistérios
da fé. O Doutor sutil se caracteriza, ainda, por um raciocínio deveras singular capaz de,
num cerrado diálogo com seus interlocutores, desconstruir seus argumentos e forjar
conceitos e linguagem novos cada vez mais precisos e inclusivos. Com Scotus, talvez o
pensamento cristão tenha atingido o mais alto vértice da especulação.


SCOTUS É AINDA ATUAL?


Scotus é filho daquele período plasticamente descrito pelo grande
historiador Huizinga como “outono da Idade Média”. Fruto maduro daquela fecunda
estação, ele sorveu no melhor dos modos a mais genuína seiva que corria pelos veios
mais profundos dos sulcos de então, situando-se, para todos os efeitos, entre a Idade
Média e a Modernidade. O “nosso tempo” parece marcado pela experiência da
dissolução dos grandes sistemas, pela deslegitimação das grandes narrativas, pelo
desencanto diante dos grandes projetos construídos sobre a razão, que parecia constituir
um sólido alicerce. Chega-se a falar em pós-Modernidade como termo apto a exprimir o
total desencanto face aos projetos totalizantes e por demais pretensiosos da
Modernidade. Denominador comum a todos os projetos da Modernidade seria
propriamente a “epistemologia forte”: racionalista e naturalista. No entanto, poder-se-ia
dizer que a Modernidade nasce e se desenvolve num viés oposto àquele inaugurado e
proposto por Scotus, em fins do século XIII e inícios do século XIV. Talvez seja essa a
razão do crescente interesse, perceptível em nossos dias, por Scotus e seu pensamento."
O PRIMADO DE CRISTO

Síntese das relexões entre Frei Sérgio e Fr. José Milton em Ipojuca:
São Francisco empregava as palavras “fraternidade” e “irmão” num sentido bastante original, como observa  o franciscano Eric Doyle em sua obra  Francisco de Assis  e o  Cântico da Fraternidade Universal (Edições Paulinas , São Paulo, 1985).
É que S. Francisco tinha muito presente em seu espírito e coração, o mistério da Encarnação do Filho de Deus. Escreve Doyle:
“Francisco de Assis não foi teólogo. Contudo, é responsável por uma doutrina teológica sobre a razão da encarnação do Filho de Deus, razão que, desde o tempo de Duns Escoto,  leva a característica da teologia franciscana.” Acha Eric Doyole “que a formulação dessa doutrina no início d século XIV é o resultado lógico da mística totalmente cristocêntrica de São Francisco”.
Para ele, as palavras de S. Franciaco na Admoestação nº 6, onde afirma explicitamente que o corpo humano foi criado e formado segundo a imagem do Filho Jesus, são, “claramente, uma formulação embrional  da razão da encarnação, expressa teologicamente como o primado incondicional de Cristo” (obra citada, p. 79).
Santo Antônio, São Boaventura e Duns Escoto deram expressão teológica ao ensinamento de S. Francisco.
Em termos simplificados, podemos resumir assim essa doutrina:
- Em termos negativos, se recusa a aceitar que o pecado possa explicar suficientemente a razão da encarnação no Filho de Deus.
- Em termos positivos, ensina que a razão da encarnação é primordialmente a livre decisão de Deus, desde toda a eternidade, de amar a si mesmo em outros fora de si e ser louvado e amado de modo perfeito por um outro fora de Deus.
“Por isso Deus prevê a união entre o Verbo e a Criatura Cristo que lhe deve supremo amor, mesmo que jamais tivesse havido a queda” (ob. cit. p. 80).
“Só em último lugar [Duns Escoto] vê o Cristo como Mediador vindo para sofrer e redimir o seu povo por causa do pecado [...]. Não se trata de negar o valor redentor dos sofrimentos de Cristo. Trata-se de inverter a ordem das prioridades. A encarnação do Filho de Deus, como centro orgânico e propósito final da criação, não teria sido menos necessária em termos do amor de Deus (que se explica por si mesmo), se jamais tivesse existido o pecado. Por toda a eternidade, é vontade amorosa de Deus unir em Cristo toda a criação. O mal nem  causou nem deu ocasião para essa vontade amorosa” (ob. Cit. pg. 80).
Assim podemos entender porque Francisco se sentia irmanado não só a todos os homens, mas a toda e qualquer criatura. É porque ele sentiu no momento de sua conversão o elo que o unia a Jesus Cristo como seu irmão. Para Francisco Cristo era seu irmão, era um frade ou  frei, lembra Eric Douyle. E cita a Carta aos Fiéis: “Quão santo[...] é ter um irmão como esse” , inspirado em Mt 12, 50 (vide:    Escritos, Vozes, 1981, pg. . 20).
Francisco recupera para a Igreja o Jesus Cristo do Evangelho, o Deus-Conosco, o Emanuel. E nele a razão mais profunda da fraternidade entre os homens e entre estes e as demais criaturas, vistas agora não mais como objetos  do domínio do homem  sobre elas, mas como irmãos e irmãs por causa de Cristo, Primogênito de todas as criaturas.
Precisamos de regatar para nós mesmos, irmãos de Francisco, o pensamento dos grandes líderes da Teologia do primado de Jesus Cristo:
-Santo Antônio de Pádua (+ 1231) a nos dizer que Cristo está no centro de cada coração, no centro de todas as coisas;
- São Boaventura (+1274) a proclamar Cristo como princípio fundamental de todo conhecimento, [...] desde a investigação racional até a união contemplativa com Deus;
- João Duns Escoto com a sua doutrina sobre o lugar ocupado por Cristo no universo, ou seja, a doutrina do primado absoluto de Jesus Cristo (obra citada pg. 79).
Não foi sem razão que Warren G. Hansen  [em livro publicado em Chicago em 1971] deu a S. Francisco o título de Patrono do meio ambiente. Francisco  reinterpreta o dominai toda criatura do Gênesis (1, 27) não no sentido tradicional que, na prática, lhe deram os cristãos de usar e abusar da matéria e da vida, mas no sentido bíblico de gerir, administrar, para o bem delas e dos homens, as criaturas de Deus. Trata-se de um domínio de amor, não de escravização.
“Não foi apenas a simpatia e amor pelas criaturas que moveu Francisco a escrever o Cantico do Irmão Sol, o egoísmo dos seres humanos também o motivou a fazê-lo, como esclarece o texto: Quisera [...] fazer um novo Cântico de Louvor ao Senhor pelas suas criaturas que usamos diariamente e sem as quais não poderíamos viver. Ofendendo-as, a raça humana ofende gravemente o Criador (“Espelho da Perfeição”, 100, em
“Escritos de São Francisco”, Vozes, 1981, pg. 975; veja também Eric Doyle, pg. 87).  
   
Convento de Olinda -
Óleo sobre tela
de Frei José Milton




NOTE BEM:  A 1ª foto à esquera (Duns Scotus ajoelhado diante da Virgem e do Menino) se encontra na primitiva sala de aula do Convento de Oinda (do século XVIII) cujo teto é decorado com figuras da Escolástica Franciscana comprometida m a defesa da Imaculada Conceição.
O óleo sobre tela de Frei Ambrósio é do corredor do 1º andar, juntamente com a tabela alusiva a Duns Scotua.
(Talvez da década de 1940).


DUNS SCOTUS IMAGENS DA INTERNET


Escolásticos escotistas do final da Idade Média e a filosofia da religião.

Pedro Auriol (ou de Aurilac, Auréolo, Aureolus, Auréoli) (c. 1280 - 1322).
Pedro Auréolo.
Da internet podemos colher alguns dados: 
Doctor Facundus. Filósofo e teólogo francês. Franciscano. Discípulo de Duns Escoto em Paris, onde se formou mestre em teologia. Provincial da Ordem em Aquitânia. Em 1321 arcebispo de Aix-en-Provence, vindo a falecer no ano seguinte. 
Graças a Frei João Sanig (Joãozinho), a quem consultei passando-lhe os dados que se acham abreviadamente sob o último painel setecentista da primitiva sala de estudos do Convento Nossa Senhora das Neves de Olinda (antiga capela) apresentando a Escolástica Franciscana que batalhou pela Imaculada Conceição, graças a Frei João Sanig (Joãozinho), repito, tive a confirmação dos dados que tinha encontrado na  Pesquisa Google.Ele me recomendou explorar mais a pesquisa para descobrir mais coisas sobre o ilustre Arcebispo, aliás Cardeal de acordo com o painel do nosso convento de Olinda.


Os dados que passei a Frei João foram ios seguintes:

PTR. AUR. ARCHIEP. F. T. CARD. SCH 6.


 O que consta no livro que ele tem na mão:

“QUAE EXCOGITAVI IN USUM, REDUXI IN PRAXIM”.

Não sou latinista as vou tentar a tradução: O que refleti maduramente no estudo, levei à prática.
NB: As fotos aqui estampadas devo-as a Frei Ronaldo César, estudante franciscano do Convento de Olinda.


RAIMUNDO LULLO, UM FRANCISCANO EXEMPLAR

A antiga sala de estudos (século XVIII) do Convento de Nossa Senhora das Neves de Olinda, estampa em seu teto, painéis com as principais figuras da Escolástica Franciscana, sobretudo dos que se empenhavam pela declaração do dogma da Imaculada Conceição. Um dos quadros apresenta o Bem-aventurado Raimundo lullo, de hábito sem capuz, com os dizeres: “Raimundo Lullo o Doutor Iluminado”

Figura excepcional de franciscano foi, no século treze, Raimundo Lullo. Escreve Frei Agostinho Gemelli em seu livro O Franciscanismo, que este expoente da Escolástica Franciscana reunia em si a elevação mística de São Boaventura, a idéia da Encarnação E Realeza de Cristo de Duns Scot, o espírito missionário de Bacon.

Tudo começou quando, nos 30 anos de sua vida na Corte, redigia um poema a um amor ilícito. Caiu em si, resolveu deixar, a vida mundana e logo redigiu, em estlilo cavaleresco, o poema Diálogo entre o Amigo e a Amiga. Nisto já espelhava o traço de São Francisco, o trovador da Dama Pobreza. Sabemos que era franciscano terciário; não era, portanto, frade. Como leigo, inaugurava um estilo de vida missionária, em que a filosofia, a arte, a poesia, a ciência entravam como meios de atingir as cristãos acomodados, os gnósticos, ao ateus, os pagãos. Na sua itinerância, percorreu a Europa, a África, a Terra Santa; ia aos campos, às periferias urbanas, aos casebres, aos palácios, às praças públicas e aos antros de pecado, procurando reconduzir a Cristo os pecadores, levar o testemunho do Evangelho aos gentios, ser presença amiga entre os mulçumanos e até aos grupos religiosos radicais. Nutria a esperança do martírio, o que de fato veio a acontecer, depois de 80 anos de trabalhos, em Buggia, na Argélia.

Seus restos mortais foram sepultados com honra de santo em Sua terra natal, Maiorca.

Foi declarado bem-aventurado. Uma das glórias franciscanas para todos os tempos.

 
Só Deus sabe quanto bem fez o colégio de Miramar, na ilha de Palma, fundado por ele com apoio do Papa e do Rei, e entregue aos Frades Menores que se preparavam como missionários para converter os islamitas.

Ensinando em Montpellier ou em Paris, adaptava o talento filosófico ao ideal de reconduzir a humanidade a Cristo.

 
Suas obras literárias incluíam três romances em prosa: Bloquerna, Felix , Livro de Cavalaria, e tinham como idéia dominante a conversão dos infiéis.

Como missionário, olhava todos os membros do Corpo de Cristo como continuadores da Cabeça.

Quem desejar conhecer mais Raimundo Lullo, pode optar pela pesquisa Google, na Intenet.