segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

IPOJUCA ENGENHO TABATINGA



MARTÍRIO DO CAPELÃO
A vida nos engenhos daquela região canavieira da Mata Sul de Pernambuco, apesar dos sofrimentos trazidos sobretudo pela escravidão, tinha o seu lado alegre que fazia esquecer um pouco as agruras da opressão dos pequenos pelos que detinham o poder. A moagem era um tempo em que os senhores de engenho e os trabalhadores braçais usufruíam os benefícios da cana-de-açúcar. Todo mundo esperava com ansiedade a festa da botada. Os pobres viviam de barriga cheia, não faltava o caldo-de-cana, o mel-de-engenho, o alfinim, a rapadura. Muitos escravos, é bom lembrar, compravam a alforria com a venda dos produtos dos seus trabalhos, vantagens que perderam com a Lei Áurea, a 13 de maio de 1888. O abolicionista Joaquim Nabuco já temia que isso viesse a acontecer, se a Abolição não se fizesse acompanhar de uma legislação complementar que nunca veio.
Falávamos da alegria do tempo da moagem.
Pois bem:
[...] O invasor, porém, acabara com tudo aquilo.
[...] C0m a invasão holandesa, cessara a moagem em toda aquela rica zona açucareira de Sirinhaém, Rio Formoso, Cabo, Ipojuca. [...] Os engenhos ficaram parados e tristes. Os escravos sem trabalho. As casas-grandes assustadas e sem defesa. Os bois à toa pelo cercado ou destruindo as plantações. Os carros abandonados nos pátios. E os holandeses cometendo violências.
O Capelão do engenho, homem de bondade e de fé, poderia ter fugido à aproximação do estrangeiro, mas não quis fazê-lo.
Preferiu ficar com os seus fiéis [...]
Embora fossem os batavos de credo diferente [calvinistas radicais], o sacerdote, no dia seguinte, um domingo, logo de manhã, preparou-se para dizer a sua missa, ele próprio subindo a colina verde para tanger o sinosinho da Capela, chamando os trabalhadores.
No silênci0 da madrugada, o sino cantou alegremente, espalhando sons pelos campos desertos, engenhos parados, estradas abandonadas...
Acordando de brusco, o comandante holandês pulou do leito, mandou tocar a reunir. Era homem dsconfiado e mau. Aqueles toques de sino lhe pareceram, não convite religioso, porém sinal ao inimigo.
Os oficiais concordaram e o exército ocupante formou em atitude de batalha, esperando ordens. O próprio comandante dirigiu-se à Capela para prender quem estivesse puxando a corda do campanário.
Lá encontrou apenas o Padre. Deu-lhe voz de prisão, disse-lhe ir mandar matá-lo como traidor.
O sacerdote, sereno, pediu somente deixassem-no celebrar a missa pela última vez.
E subiu ao altar.
Quando terminou, foi fusilado no pátio do engenho.
(Mário Sette, Terra Pernambucana, São Paulo, 9ª Edição, pags. 44-46).

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

ENGENHO TABATINGA DE IPOJUCA

A capela atual do Engenho Tabatinga situa-se numa pequena colina com longa escadaria, mas tão bem feita que os portadores de bengalas ou mesmo muletas sobem por ela com prazer.
Aí se venera Santa Luzia, cuja festa acontece a 13 de dezembro. Tudo leva a crer que a pequena imagem barroca, muito linda, que se vê no altar seja a original do século 17. Mas a capela não é mais a primitiva cujas ruínas ainda hoje se conservam dentro de uma das matas (que encantadoras matas!) a que se pode chegar a pé ou carro (se o tempo não for de chuva). Todos os anos a procissão sai da atual capela com a imagem, percorrendo cerca de 3 km (ou uma çlégua de ida e volta) subindo e descendo ladeiras, passando pelas ruínas da primitiva igreja cujas pedras ciclópicas e bem talhadas ali se amontoam de mistura com tijolos de cerca de 2 palmos por um de tamanho e aproximadamente 8 cm de espessura, pesando não menos de 5 kl. Ainda podem ser vistos restos das paredes em meio aos troncos de árvores centenárias num emaranhado galhos de todos os tamanhos e grossura, recamados de musgos, avencas, líquens, bromélias e orquídeas, numa festa de sombras e de luzes tropicais, ao estrídulo das cigarras, ao canto dos sabiás e aos zumbidos de milhares de insetos de cores as mais variegadas, voejando para todos os lados. Aqui e ali, as clareiras que nos deixam descortinar os vales cobertos de canaviais e encimados por restos da mata atlântica escapos à furia dos machados e tratores. Creio que ainda se podem ver o mar, a barra de SUAPE, a orla marítima de Porto de Galinhas, Maracaípe, Nossa Senhora do Oiteiro. Podem ser vistos também um açude e a barragem que abastece de água potável a região.
UMA HISTÓRIA A SER RESGATADA - Voltando a algumas das nossas postagens:
EGENHOS DA FREGUESIA DE IPOJUCA
CONFORME RELATÓRIO HOLANDÊS
DOS ANOS DE 1637 A 1639. Documento 5,
[1]
[1] Apud MELL O, José Antônio Gonçalves de, A Economia Açucareira, I, 2.ª edição, Recife, 2004, pp. 83 ss.
- Engenho Santa Luzia, confiscado e vendido a Amador Araújo. É d´água e moente.

DO DOCUMENTO 4 DOS RELATÓRIOS HOLANDESES:
INVENTÁRIO DE TODOS OS ENGENHOS SITUADOS ENTRE O RIO DAS JANGADAS E O RIO UMA, EM PERNAMBUCO, FEITO PELO CONSELHEIRO WILLEN SCHOTT EM 1636. - Sobre o Engenho Tabatinga:
Engenho de Tabatinga, de Santa Luzia, pertencente a Cosme Dias da Fonseca, que fugiu, situado calculadamente duas milhas distante do Cabo. Mói com água e tem um belo açude. A casa de purgar e a casa das caldeiras são de alvenaria, mas muito velhas e começam a decair. Tem também cerca de uma milha e meia de terra com uma boa várzea, bem plantada com canavial, que anualmente pode produzir cerca de 5.000 a 6.000 arrobas de açúcar; as caldeiras e os tachos foram todos retirados.” [3]
- Sobre o Engenho dos Salgados: “...do mesmo Cosme Dias, situado uma milha e meia distante do antes citado engenho, tem cerca de uma milha de terra, na maioria várzeas, das quais se obtêm boas canas.. Mói com bois e tem duas moendas e, pela comodidade do rio Ipojuca, que corre bem perto, pode moer o ano inteiro. Tem fornecido 5.000 arrobas e paga de recognição 30 arrobas de açúcar branco e encaixado; a casa de purgar tem paredes de taipa, mas está totalmente destruída, como também as moendas; as caldeiras foram retiradas e escondidas.” [4]
[1] Apud MELL O, José Antônio Gonçalves de, A Economia Açucareira, I, 2.ª edição, Recife, 2004, pp.142 a 143,
[2] Apud MELL O, José Antônio Gonçalves de, A Economia Açucareira, I, 2.ª edição, Recife, 2004, pp. 47 ss.; sobre Ipojuca: pp. 61 ss.
[3] Id. Ibd. p. 61.
[4] Id. Ibd. p.61.- Engenho Santa Luzia, confiscado e vendido a Amador Araújo. É d´água e moente.

PESQUISA GOOGLE: “ AMADOR DE ARAÚJO DO ENGENHOTABATINGA”!
ABRINDO:
PDF]
IPOJUCA
Formato do arquivo: PDF/Adobe Acrobat - Visualização rápidade Ipojuca já contava com muitos engenhos de açúcar, ... O encontro com as forças pernambucanas ocorreu no dia 23 de julho de 1645, no engenho Tabatinga. ... seguida, o capitão-mor Amador de Araújo e sua tropa marcharam até a Várzea, ...www.portais.pe.gov.br/c/document_library/get_file?folderId

ABRINDO:

"Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco – CONDEPE/FIDEM
Município IPOJUCA
Prefeitura Municipal
Prefeito: PEDRO SERAFIM DE SOUZA FILHO
Vice-prefeito: Fernando Eduardo Alves da Silva
Endereço da Prefeitura Municipal de IPOJUCA
Rua Cel. João de Souza Leão, s/n CEP: 55.590-000
Fone: (81) 3551 1156/1147 Fax: (81) 3551 0207
E-mail: ipojuca@zaz.com.br
Site: www.ipojuca.pe.gov.br
Eleitorado
Número de eleitores – 2008
Total Masculino Feminino Não informado
56.606 28.127 28.444 35
Fonte: TRE.
Aspectos Históricos
Criação da vila de Ipojuca: 09/05/1864 Lei Provincial nº 587
Data cívica (aniversário da cidade): 30/03
A povoação da área do município de Ipojuca é bastante remota; embora não se possuam dados exatos acerca da
fundação da localidade, supõe-se que tenha surgido ainda no primeiro século da colonização, através da doação de
sesmarias. Entre as famílias que se estabeleceram inicialmente na várzea do Ipojuca mencionam-se: Lacerda,
Cavalcanti, Rolim e Moura.
O distrito foi criado anteriormente a 1608, com a denominação de Nossa Senhora do Ó de Ipojuca, confirmado pela
Lei Municipal nº 2, de 12 de novembro de 1895. Por ocasião da invasão holandesa, toda a região do atual município
de Ipojuca já contava com muitos engenhos de açúcar, graças à fertilidade de suas terras, ricas em massapê. Em 17
de julho de 1645 começou a luta em Ipojuca para a expulsão dos batavos, dirigida pelo capitão-mor Amador de Araújo
que dispunha de apenas 16 homens armados. A luta teve início em decorrência de um incidente entre um judeu e um
morador da localidade, aproveitando-se os habitantes desse fato para combater os invasores. O destacamento
holandês tentou manter a ordem, mas o povo, incentivado por Amador de Araújo, mesmo sem armas apropriadas,
incendiou o quartel holandês e matou muitos soldados. Do Recife foi enviado um reforço holandês, comandado pelo
coronel Haus. O encontro com as forças pernambucanas ocorreu no dia 23 de julho de 1645, no engenho Tabatinga.
Nesse dia, os revoltosos de Ipojuca atacaram os holandeses numa emboscada, derrotando-os completamente. Em
seguida, o capitão-mor Amador de Araújo e sua tropa marcharam até a Várzea, a fim de se juntar às forças de
Fernandes Vieira. Posteriormente, tomaram parte no combate de Tabocas."

O MARTÍRIO DO CAPELÃO - Em seu livro "Terra Pernambucana" (São Paulo, 9ª Edição), o escritor Mario Sette, no Capítulo "O Sino da Capela", nos conta a história do trucidamento pelos holandeses do capelão de um engenho situado em Ipojuca. O inimigo havia descido de Sirinhaém, ocupando as terras do engenho de Ipojuca. Não diz o nome do engenho. Mas não pode ser outro, a não ser o Engenho Tabatinga, na éppoca, do bravo Amador de Araújo. Era o único Engenho de Ipojuca a manter um Capelão morando no lugar.
Sabemos que em 24 de janeiro de 1594 já era falecido o primeiro vigário de Ipojuca de que temos conhecimento, o Padre Gaspar Neto, que desde 1589 regia a Freguesia, ocupando o seu lugar o Padre Paulo Róiz de Távora. Este permanece à frente da Paróquia até 1608. Seu sucessor foi o Padre Domingos Vieira de Lima de 1646 a 1650, seguido do Padre José Vieira de Melo. São dados colhidos por Frei Venâncio Willeke e que figuram na breve história da Paróquia constituído pelo Capítulo IV de sua obra "Convento de Santo Antônio de Ipojuca" (Rio de Janeiro, 1956). Serviu de fonte a Frei Venâncio principalmente o livro "Denunciações de Pernambuco", do Tribunal da Inquisição, órgão eclesiástico encarregado de averiguar os casos de heresia. Consta nesse livro o nome de vários Capelães do Engenho Tabatinga de Ipojuca. Pelõs autos das várias denunciações citadas ´por Frei Venâncio, "verifica-se que já em 1591, havia, além do viogário,.um Capelão com residência no Engenho de Santa Luzia (Tabatinga)".
O Padre Paulo Róiz de Távora e o Padre Cosme Neto eram respectivamente, Vigário de ipojuca Capelão de Santa Luzia de Tabatinga em 1594.
Já vimos, pelos relatórios holandeses, que em 1636 eles já haviam tomado o Engenho Tabatinga. Nessa época o Vigárioo de SãoMigueel de Ipojuca era o Padre Sebastião Rodrigues. O Engenho Tabatinga pertrencia, então, a Cosme Dias da Fonseca, que fugiu commatias de Albuquerque para Alagoa do Sul (hoje Marechal Deodoro).
Voltemos ao que já foi por nós citado nesta postagem:
"EGENHOS DA FREGUESIA DE IPOJUCA CONFORME RELATÓRIO HOLANDÊS DOS ANOS DE 1637 A 1639. Documento 5,[1] [1] Apud MELL O, José Antônio Gonçalves de, A Economia Açucareira, I, 2.ª edição, Recife, 2004, pp. 83 ss.
- Engenho Santa Luzia, confiscado e vendido a Amador Araújo. É d´água e moente. "
Creio que o martírio do capelão se deu entre 1636 e 1639. Quem teria sido o Capelão martirizado?
Teria sido o Padre o Padre Cosme Neto, aquele que em fevereiro de 1594 era o Capelão de Santa Luzia em Tabatinga?
Suponhamos quie, como capelão, ele tivese de 30 a 33 anos de idade (se ordenavam muito moços então!).
Se o trucidamento do capelão se deu entre 1636 a 1639, ele teria
sido morto entre os 72 e 74 anos de vida, o que me parece razoável. Na próxima postagem contaremos como se deu o martírio do capelão, fato giuardado na memória de alguns ipojucanos.


terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

SONHAR É POSSIVFEL?

VEJA O QUE NOS CANTA MARIA BETÂNIA

ALGUNS MINUTOS MAIS COM FREI ALOÍSIO

A ORAÇÃO SE FAZ POESIA OU A POESIA SE FAZ ORAÇÃO?

FREI ALOÍSIO FRAGOSO E OS POBRES

CONHEÇA MAIS A HISTÓRIA A PARTIR DOS POBRES.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

UMA NOVA VISÃO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

PASSO PARA OS LEITORES A ENTRVISTA COM O JORNALISTA E ESCRITOR LAURENTINO GOMES ACONTECIDA MAIS UMA VEZ HOJE NA TV CÂMARA (www.sempreumpapo.br).
QUE SURPREENDENTE VISÃO DE NOSSA HISTÓRIA!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

FRANCISCO E CLARA

A VOCAÇÃO FRANCISCANA PASSA POR FRANCISCO E CLARA.
Esperamos que já gostam de São Francisco e de Santa Clara passarão a gostar ainda mais e aqueles que ainda não os conhecem passem a amá-los e a tentar seguir um pouquinho, ao menos, os mesmos passos que eles seguiram, na trilha do Evangelho.

1. FRANCISCO -
Vida e Obra de São Francisco de Assis Este Santo homem, pequeno e frágil, não vivia para si mesmo, mais para aquele que morreu por todos nós. Enchia a terra com o Evangelho de Cristo e em um dia percorria 4 ou 5 povoados anunciando o Reino de Deus, a Salvação, a Penitência e a Oração. Não sabia favorecer a vida dos pecadores e os repreendia pacientemente. Seus maiores milagres sempre foram através da Oração.
São Francisco era como um rio caudaloso de graça celeste que alimentava os corações com sua palavra e exemplo, propunha uma nova forma de vida, o caminho da salvação, o amor a Deus.
Estava sempre preocupado com a construção espiritual de seus filhos, o caminho das virtudes, a pobreza, obediência, a castidade e sobretudo com a renúncia. São Francisco tinha o rosto alegre, de olhar simples, afeto sincero e com o abraço fraterno colhia os desamparados. Amava tanto a Deus que lutava constantemente pela salvação das almas, seu amor ao próximo era tão intenso que quando não podia mais andar e quase cego, percorria as terras montado em um jumento para levar a benção do Senhor. Em seu amor a Deus sempre repetia: "Senhor! Minha alma tem sede de Vós e meu corpo mais ainda".
Veio ao mundo com assinalado e luminoso destino, filho de pais abastados, nasceu em Assis velha cidade da Itália, situada na região da Úmbria em 26 de Setembro de 1182 e foi criado no luxo e na vaidade.
Seu pai Pedro Bernardone, rico comerciante de tecidos, sonhava fazê-lo homem de negócios e de fortuna, mas Francisco, de gênio alegre e cavaleiresco pensava mais nas glorias do mundo do que nos negócios.
Em 1202, com 20 anos, foi a guerra entre sua cidade natal e Perusa, ao partir, jurou voltar consagrado cavaleiro. Caiu prisioneiro, ficando um ano na prisão. Comportou-se com serenidade, levantou a moral dos seus companheiros, transmitindo confiança e alegria. É resgatado pelo pai, por estar muito doente.
Permanece um tempo em Assis para sua recuperação. Após uma mensagem em sonhos quis alistar-se novamente, mais ainda debilitado e doente, desiste e aceita os desígnios de Deus. Primeiro chamado Divino

TESTEMUNHO DAS FONTES FRANCISCANAS SOBRE OS ESTIGMAS DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS

Dos "Fioretti" - Terceira consideração dos Sacrossantos Estigmas

"Um dia, no princípio de sua conversão, ele rezava na solidão e, arrebatado por seu fervor, estava totalmente absorto em Deus e lhe apareceu o Cristo Crucificado. Com esta visão, sua alma se comoveu e a lembrança da Paixão de Cristo penetrou nele tão profundamente que, a partir deste momento, era-lhe quase impossível reprimir o pranto e suspiros quando começava a pensar no Crucificado".
Tomás de Celano - Vida II, 211

O TESTEMUNHO DE TOMÁS DE CELANO (Tomás de Celano - Vida II, 211):

"Francisco já tinha morrido para o mundo, mas Cristo estava vivo nele. As delícias do mundo eram uma cruz para ele, porque levava a cruz enraizada em seu coração. Por isso fulgiam exteriormente em sua carne os estigmas, cuja raiz tinha penetrado profundamente em seu coração

2. CLARA<

Santa Clara
Em 1212, a jovem Clara de Assis seguiu o atraente exemplo de Francisco e viveu, dentro da clausura e na contemplação, o ideal de pobreza evangélica. Surgiu, assim, a Ordem das Clarissas, ou a Segunda Ordem Franciscana.
Santa Clara nasceu em Assis, Itália, por volta de 1194, numa família rica e nobre. Seus pais chamavam-se Favarone e Hortolana, sendo Clara a filha primogênita. Com Inês e Beatriz, suas irmãs menores, que mais tarde também entrariam no Mosteiro de São Damião, Clara esforçava-se no amor a Jesus e sentia em seu coração o chamado para segui-lo.
Clara sonhava com uma vida mais cheia de sentido, que lhe trouxesse uma verdadeira felicidade e realização. O estilo de vida dos frades a atraía cada vez mais.
Depois de muitas conversas com Francisco, aos 18 de março de 1212, (Domingo de Ramos), saiu de casa sorrateiramente em plena noite, acompanhada apenas de sua prima Pacífica e de outra fiel amiga, e foi procurar Francisco na Igrejinha de Santa Maria dos Anjos, onde ele e seus companheiros já a aguardavam.
Frente ao altar, Francisco cortou-lhe os longos e dourados cabelos, cobrindo-lhe a cabeça com um véu, sinal de que a donzela Clara fizera a sua consagração como Esposa de Cristo. Nem a ira dos seus parentes, nem as lágrimas de seus pais conseguiram fazê-la retroceder em seu propósito. Poucos dias depois, sua irmã, Inês, veio lhe fazer companhia, imbuída do mesmo ideal. Alguns anos após, sua mãe, Ortulana, juntamente com sua terceira filha Beatriz, seguiu Clara, indo morar com ela no conventinho de São Damião, que foi a primeira moradia das seguidoras de São Francisco.
Com o correr dos anos, rainhas e princesas, juntamente com humildes camponesas, ingressaram naquele convento para viver, à luz do Evangelho, a fascinante aventura das Damas Pobres, seguidoras de São Francisco, muitas das quais se tornaram grandes exemplos de santidade para toda a Igreja.
As Irmãs Clarissas vivem um estilo de vida contemplativa, sendo enclausuradas. Quer dizer que não têm, normalmente, uma atividade pública no meio do povo, dedicando-se mais à oração, à meditação e aos trabalhos internos dos mosteiros.

FRANCISCO E CLARA

"Suas preciosas Vidas são colocadas em realce para conhecimento e admiração do universo cristão. Inspirados no modelo Divino construíram com humildade e admirável perseverança, uma magnífica obra cujos ensinamentos e benefícios permanecem vivos, agraciando generosamente todos os corações que procuram caminhar na direção do CRIADOR."

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

VOCAÇÃO FRANCISCANA

FRANCISCANOS CONSTRUINDO PAZ E BEM
Os irmãos da Ordem dos Frades Menores
pela Profissão,
consagram-se totalmente a Deus,
o Sumo Bem,
vivendo o Evangelho na igreja,
segundo a forma
vivida e observada por São Francisco.
UM POUCO DA HISTÓRIA
CHEGADA DOS PORTUGUESES - Aos 24 de abril de 1500 Pedro Álvares Cabral entrava na baía de Porto Seguro. Frei Henrique, Superior da caravana de Missionários, celebrou, no ilhéu da Coroa Vermelha, no dia 26 de abril, um Domingo de Páscoa, a Primeira Missa na Terra de Vera Cruz. "Segundo atesta Frei Vicente do Salvador - escreve Frei Venâncio Willeke - os primeiros franciscanos teriam cogitado em se demorar em Porto Seguro para se dedicarem à catequese dos indígenas; mas Pedro Álvares Cabral teria urgido a ordem régia de todos os sacerdotes e religiosos se dirigirem para a Índia, como de fato aconteceu".
OS PROTOMÁRTIRES DO BRASIL - Foi, provavelmente, a conselho de Frein Henrique de Coimbra que Dom Manuel I, em 1516, enviou os primeiros missionários franciscanos para Porto Seguro. "Historicamente consta que, por volta de 1516, chegaram a Porto Seguro, dois missionários da Província de São Francisco de Portugal, desenvolvendo, em breve, uma catequese exemplar entre os Tupiniquim e prestando assistência espiritual aos colonos, soldados e degredados lusos. Os franciscanos construíram para o culto divino a primeira igreja do Brasil, dedicando-a provavelmente a São Francisco de Assis" (Frei Willeke).
O Padre Nóbrega, S. J., em carta, guardou para a posteridade, a notícia do martírio dos bravos franciscanos de Porto Seguro e o Padre Anchieta o confirmou. Quem lhes transmitiu o martírio dos frades foram cerca de vinte a trinta índios que haviam sido batizados pelos referidos missionários.
Também o franciscano português Frei Manoel da Ilha cita o testemunho de um colono, que atesta a vida virtuosa dos protomártires, em documento guardado no Arquivo Provincial de lisboa.
Sabemos que foram vítimas dos maus exemplos dos colonos contra os quais se revoltaram os Tupiniquim, os quais se vingaram começando pelo massacre dos missionários, dentro da igreja. Vestidos com seus hábitos, se dirigiram à feira, dando sinais aos demais índios escondidos, e assim exterminaram toda a colônia lusa.
O SANGUE DOS MÁRTIRES É SEMENTE DE CRISTÃOS - O aforismo dos primeiros séculos do Cristianismo pode ser aplicado no casos dos protomártires do Brasil.
Até à chegada dos Jesuítas com o Primeiro Governador Geral Tomé de Sousa em 1549, o Brasil só conheceu missionários franciscanos.
A semente da fé se multiplicou a tal ponto que os jesuítas não mediram elogios aos frutos das Missões Franciscanas.
HOJE - Hoje, buscamos juntos, em comunhão com a comunidade, cultivr os sentimentos que alimentam as transformações em nosso meio.
Estas transformações tornam realidade o sonho de Deus para a humanidade e faz de nós uma grande família na vivência e na difusão do espírito franciscano.
CONSTRUÇÃO - Todos somos chamados para a construção do Reino de Deus. Você é peça fundantal nesta grande obra do Criador. Seja um Franciscano e, segundo o ideal de Francisco, ajude-nos na transformação do mundo.
JUNTOS É MUITO MAIS FÁCIL
- Princípios da Paz
* Amar e respeitar a vida humana como valor absoluto.
* Perdoar sempre, sem restrição.
* Tomar sempre o partido dos fracos.
* Participar!
PROVÍNCIA FRANCISCANA DE SANTO ANTÔNIO DO BRASIL
SERVIÇO PROVINCIAL DO CUIDADO
PASTORAL DAS VOCAÇÕES
Informações:
Convento de Santo Antônio
Rua do Imperador, 206
50010-240 Recife - PE
Fone: 81 / 3224 - 1419

Teologando UNICAP - Frei Domingos Sávio

Não consigo vencer a tentação de postar o link do e-mail que recebi do confrade Frei Domingos Sávio de Meneses, "Teologando nº 2" apresentando a Bíblia como inspiração para a arte. Perdoe-me, Mingo, pois sei que você e o Prof. João Luís estarão fazendo, neste link, um grande bem.


Inscrição do Noviciado 2011



"Inscrição do Noviciado 2011 que aconteceu na cidade de Lagoa Seca - PB."

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A PARÓQUIA DE SÃO MIGUEL
E O CONVENTO SANTO ANTÔNIO DE IPOJUCA
(PEQUENO HISTÓRICO)

A Paróquia de São Miguel de Ipojuca é uma das mais antigas de Pernambuco. O historiador franciscano Frei Venâncio Willeke, acha que há boas razões para se supor que já existia por volta de 1580.
O Convento de Santo Antônio de Ipojuca foi fundado em 1606, mas o lançamento de sua primeira pedra se deu em 1608.
Durante a Guerra Holandesa tanto a Paróquia como o Convento estiveram sob o poder do protestantismo radical calvinista. Muitos frades e leigos morreram em defesa da Fé e da Pátria.
Em 1645, foram expulsos de Ipojuca pela ação heróica dos ipojucanos, tendo à frente Amador Araújo. O Convento foi restituído aos frades.
O Convento é também Santuário do Senhor Santo Cristo desde 1663, ano em que chegou de Portugal a imagem milagrosa do Senhor Bom Jesus, uma das mais antigas do Brasil.

O PAROQUIATO FRANCISCANO

No final do século XIX, o Convento de Ipojuca estava abandonado e em ruínas, sem nenhum frade, isto devido à política imperial contra os religiosos no Brasil. Com a República e a separação entre Igreja e Estado tornou-se possível a restauração da Província Franciscana de Santo Antônio. Com a chegada dos frades alemães mandados pela Santa Sé uma vida nova começou a surgir em Ipojuca. Em maio de 1895, o Senhor Bispo Dom Manuel dos Santos Pereira entregou a Paróquia de São Miguel aos franciscanos com esta palavras: “Agora tomai conta da pior freguessia de Pernambuco.”
O primeiro vigário Franciscano foi Frei Adalberto Kirschbaum.
Seu primeiro trabalho foi restaurar o Convento e a igreja do Livramento que funcionava como matriz.
Fundou no mesmo ano de 1895 uma Escola Paroquial para meninos e outra para meninas, com freqüência de mais de 100 alunos. O Convento contava com vários sacerdotes copperadores, com cerca de vinte estudantes franciscanos que também serviam na pastoral e vários Irmãos leigos que trabalhavam como marceneiros, mecânicos, enfermeiros.
Pregavam-se missões e desobrigas nas povoações, praias e engenhos. Em 1909, já havia o Aposlolado da Oração em Ipojuca, em Nossa Senhora do Ó, Camela, Gaipió e Engenho Maranhão.
Havia Ordem Terceira de São Francisco, Filhas de Maria, Vicentinos.
Em Ipojuca as principais festas eram as do Senhor Santo Cristo, do Coração de Jesus e de São Miguel. Em Nossa Senhora do Ó, a do Coração de Jesus e do Rosário.
A 06 de janeiro de 1897, o Vigário frei Adalberto Kirschbaum instalava a Associação do Apostolado da Oração da Paróquia de São Miguel , após meses de preparação dos paroquian0s para que entendessem o significado daquela devoção. Mandou buscar na Alemanha uma linda imagem do Coração de Jesus que foi benta no dia da instalação. Em breve voltaremos ao assunto.
A 06 de janeiro de 2012, ocorrerá os 115 anos da fundação do Apostolado de Ipojuca. Está sendo pensada pelo pessoal do Apostolad0 da Oração para janeiro de 2012 uma belíssima Festa comemorativa do evento.
Após quatro anos da entrega da Paróquia aos Franciscanos, o Sr. Bispo, desta vez, já falou diferente: “Agora estou diante da melhor freguesia de Pernambuco!” .
De lá para cá, tem sido longa a caminhada. Uns semeando, outros colhendo, mas é Deus quem faz crescer a messe.
Sigamos a advertência de Jesus: “A colheita é grande e poucos os operários. Pedi ao Senhor que mande operários para a sua messe!”

Fonte: "1º Livro de Crônica do Convento de Santo Antônio de Ipojuca".