quarta-feira, 5 de junho de 2013



CONSPECTO HISTÓRICO

PARA O LANÇAMENTO DO LIVRO FREI CASIMIRO
1. OS PRIMEIROS MISSIONÁRIOS DO BRASIL - Foram os franciscanos os primeiros evangelizadores do Brasil. Já em 1500, o franciscano Frei Henrique de Coimbra celebrou a primeira missa na Terra de Santa Cruz. O Brasil só conheceu missionários franciscanos até a chegada do Primeiro Governador Geral com os primeiros jesuítas em 1549.
2. FUNDAÇÃO DA CUSTÓDIA DE SANTO ANTÔNIO – Mas só em 1584 foi criada a Custódia de Santo Antônio do Brasil, dependente da Província Franciscana do mesmo nome de Portugal. Os fundadores chegaram a Olinda a 12 de abril de 1585, chefiados por Frei Melquior de Santa Catarina. Tomaram posse, a 4 de outubro do mesmo ano, do Convento de Nossa Senhora das Neves, construído para eles pela terciária franciscana Maria da Rosa.
3. AS PRIMEIRASA ATIVIDAdES DOS FUNDADORES – Fundaram muitos conventos que ainda hoje são preciosas relíquias do passado e inúmeras Missões entre os índios. Fundaram obras sociais, escolas e davam atenção especial aos hospitais e leprosários. Pregavam também Missões populares.
4. CRIAÇÃO DA PROVÍNCIA – A 24 de agosto de 1657 o Papa Alexandre VII elevou a Custódia de Santo Antônio à categoria de Província autônoma.
5. PROVÍNCIA DA IMACULADA CONCEIÇÃO - Em 1675, com a ajuda da Província de Santo Antônio, foi criada a Província da Imaculada Conceição, no Sul do Brasil.
6. DECADÊNCIA DAS ORDENS RELIGIOSAS NO BRASIL – Desde o século XVIII as Ordens Religiosas no Brasil sofriam grande repressão por parte do poder régio. Mas o golpe de morte foi o Decreto de D. Pedro II em 1845 proibindo a admissão de noviços. Com isto, os conventos foram fechando por falta de frades. Ao chegar a República, havia apenas 9 franciscanos no Brasil, 8 no Nordeste e 1 no Sul.
7. A RESTAURAÇÃO – a República separou a Igreja do Estado. Foi uma libertação. O último Ministro Provincial da Província de Santo Antônio, Frei Antônio de Lellis, fez inúmeros apelos ao Ministro Geral da Ordem Francisacana para que mandasse frades da Europa para restaurarem as Províncias Franciscanas do Brasil. A Província Franciscana da Saxônia (Alemanha) aceitou esta missão. A 27 de dezembro de 1892 chegavam à Bahia os primeiros restauradores. A 2 de março de 1893 foi decretado o início da reforma e restauração da Província Franciscana de Santo Antônio. Foram muitas expedições de frades jovens e velhos que vieram povoar os conventos abandonados. Das cinzas ia surgindo a vida com vigor.
8. A PROVÍNCIA RESTAURADA - Finalmente, a 14 de setembro de 1901, o Governo Geral da Ordem Franciscana publicava um decreto considerando restaurada a Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil.
9. FREI CASIMIRO FOI UM DOS MISSIONÁRIOS RESTAURADORES.

Resumo de sua caminhada:

Nasceu a 10 de março de 1868, numa pequena  Fazenda do Município de Luedinghausen, na Westfália / Alemanha, no seio de uma família pobre, mas de sólida formação religiosa. Filho de Bernardo e  Gertrudes Brochtrup. No Batismo, a criança recebeu o nome de Hermano.

Dos 6 aos 14 anos freqüentou a Escola Pública. Fez Curso pedagógico para ser professor. Cumpriu o seu tempo de serviço militar. Dedicou-se ao ensino.

Aos 26 anos de idade, resolveu procurar os franciscanos, desejoso de servir melhor a Deus. Sabendo que a Província da Santa Cruz da Saxônia havia aceito trabalhos no Brasil,  foi admitido, com outros aspirantes, a 7 de janeiro de 1894, ao Noviciado, no Colégio Seráfico de Harreveld, na Holanda, para servirem como Missionários no Brasil. Recebeu o nome de Frei Casimiro.

Frei  Casimiro  Brochtrup nasceu aos 10 de março de  1868,  na zona rural da pequena cidade de  Lüdingenhausen, na Westfália (Alemanha). Era de uma família pobre e sinceramente  religiosa. Os pais, Bernardo e Gertrudes Brochtrup, primavam em transmitir aos filhos os ensinamentos da Igreja Católica e eram os primeiros a praticá-los. Recebeu na pia  batismal o nome  de  Hermano.[1] Dos 6 aos 14 anos de idade,  o garoto freqüentou  a escola pública do lugar. Fez depois o curso pedagógico para  exercer o magistério.  Foi professor até se decidir a entrar  na vida religiosa.  Um fato contribuiu  para isto: a experiência junto a um companheiro de caserna  que sofria de tuberculose, no período em que, pela Lei,  teve de prestar o serviço militar. O biógrafo dele, o confrade Fr. Matias Teves, registra, como  manifestação de seu bom caráter,  a fidelidade  com  que cumpria todos os deveres militares  e a caridade para com o colega de quartel.  Tendo assistido aquele companheiro  doente  como enfermeiro e lhe prestado todo  conforto espiritual  até  aos últimos instantes de vida,  sentiu  o  jovem Hermano  como a vida é transitória  e que devia empregá-la a serviço de uma causa maior.  Vale a pena assinalar as palavras da mãe,  quando lhe confidenciou a resolução de ser religioso:

Meu filho, logo que me casei, vinha pedindo a Nosso Senhor, e principalmente por ocasião da consagração, a graça de ter um filho sacerdote. Nunca disse uma palavra sobre este meu desejo a nenhum de vocês, esperando que Deus haveria de atender os meus rogos; nunca desanimei, e hoje vejo que N. Senhor atendeu as minhas súplicas.[2]

Sob o impulso da graça de Deus, não  foi difícil  ao moço romper com os laços mais ternos, deixar a família e os queridos alunos para internar-se no Colégio Seráfico dos franciscanos.  Foi admitido e tomou  o hábito no dia 7 de janeiro de 1894 com o nome religioso de Frei Casimiro

A 21 de junho de 1894, embarcou para o Brasil, num grupo de 51 Missionários (Noviços, Clérigos, Irmãos Leigos e Sacerdotes).

A 10 de julho de 1894,[3] chega à Salvador / Bahia.[4]

A 8 de janeiro de 1895,  Foi admitido à Profissão dos Votos Simples (temporários). Começou a caminhada para o sacerdócio, preparando-se pelos cursos de Filosofia e Teologia.

Em princípio de 1896, teve que interromper os estudos, devido à epidemia de febre amarela, que começou na Bahia, estendo-se logo para o Recife. Frei Casimiro foi destacado como enfermeiro dos confrades atingidos pela peste. Cuidou, com competência e extrema caridade, primeiramente dos enfermos do Recife, depois, dos de Salvador. Foram muitas as vidas de jovens frades ceifadas pela febre. 

A 31 de janeiro de 1898, emitiu a profissão dos Votos Perpétuos (solenes). Continuou, em Salvador, os estudos de Teologia.

A 19 de outubro de 1899, ordenou-se sacerdote. Foi logo nomeado Professor dos alunos do Colégio Seráfico fundado no Convento de São Francisco. Seu primeiro campo de trabalho apostólico foram as comunidades pobres do bairro operário de Plataforma, subúrbio da Capital baiana.

Em 1904, foi nomeado Definidor pelo Congresso Capitular do Primeiro Capítulo Provincial da Província restaurada.

Em 1906, ainda Definidor, foi transferido para Penedo / Alagoas, como Superior do Convento de Nossa Senhora dos Anjos. Ficou em Penedo de 1 de fevereiro de 1906, a 18 de junho de 1907.[5]

Em julho  de 1907,  o Congresso Capitular  o transferiu como  Guardião do Convento de Santo Antônio do Recife. Deixou também de ser Definidor.

Em 1909, é confirmado como Guardião do Convento do Recife.

Em 1910, no Congresso Capitular, deixa o cargo de Guardião daquele Convento e é eleito, pela 2ª vez, Definidor Provincial.(a 1ª vez foi de 1904 a 1907)., “e vem designado, pela primeira vez, na Tabela Capitular, como Missionário.” [6] 

Em 1913, figura na Tabela Capitular como membro da Comunidade do Convento de São Francisco de Salvador  e como Missionário.

Em 1914, no Congresso Definitorial , é transferido para o convento de Sirinhaém, Zona da Mata pernambucana, como Superior e Administrador da Paróquia.

Em 1917, é transferido de Sirinhaém  para o Convento do Recife.[7]

Em 1918, é transferido para Olinda, “onde foi desempenhar o cargo de Vigário da Casa, e de onde partia para as suas Missões Populares”.[8] O I º Livro de Crônica do Convento de Olinda (1920) registra que, no fim do mês de maio, Frei Casimiro acompanhou o Bispo do Maranhão nas Visitas pastorais, só voltando a 17 de dezembro (p. 82). Fica no Convento de Olinda até 1923. A partir do ano de 1918 até 1926, a vida de Frei Casimiro é inteiramente tomada pela pregação de Missões Populares. É o seu trabalho predileto. Prega nos  Sertões  de quase todos os Estados do Nordeste.

A 10-10-1919, desembarca em Penedo Fr. Casimiro. Permanece 3 dias em seu antigo Convento. No dia 14, viaja para o Sertão, em Visita Pastoral do Sr. Bispo D. Jonas Batinga,[9] voltando a 2 de dezembro.

De 29 a 31 de dezembro de 1919, volta ao  seu antigo rebanho de Penedo para pregar o Tríduo Eucarístico na igreja do Convento.[10]

A 29-2-1920, chega Frei Casimiro a Penedo, com o Sr. Bispo D. Jonas Batinga, e começa uma Santa Missão no Barro Duro, a pedido do Vigário; mas já no dia 4 de março teve de interromper a Missão, chamado por telegrama a Olinda.[11]

No final de 1922, fora para Ipojuca o Pe. Definidor Frei Matias Teves a fim de  substituir o Superior daquela Casa, temporariamente, até a chegada de Frei Casimiro em janeiro de 1923.

A 26 de janeiro de1923, é mandado para Ipojuca, chegando lá no dia seuinte, como registra o livro de Crînica do Convento. em substituição do Superior da Casa, “por motivos conhecidos” [12], e como Administrador da Paróquia de São Miguel,  até o Capítulo Provincial que teve lugar no Convento de São Francisco de Salvador a 28 de abril de 1923.[13][14]

         Em fins de dezembro de 1923 Frei Casimiro foi transferido para o Convento do Recife.

Em julho de 1923, já faz parte da comunidade do Convento do Recife.[15]

Em maio1924, é mandado para o Convento de Ipojuca, como Administrador provisório da Paróquia, substituindo Fr. Estanislau Cleven, que se encontrava na Alemanha, tratando-se de doença contraída no Amazonas, como se  lê no Livro de Crônica  daquela  Casa (1924).[16] Em Ipojuca deveria ficar até a volta de Frei Estanislau, que retornou  em fins de agosto. Mas os Superiores mandam-no ao Ceará: a 29 de junho, viaja para o Crato, a fim de pregar o retiro do Clero e acompanhar o Sr. Bispo na Visita Pastotral.[17] Pode-se dizer que, a partir de 1924, o Convento de Frei. Casimiro é o do Recife. Mesmo assim, vive mais fora, pois nunca deixou de ser mandado a ajudar os Senhores Bispos em suas Visitas Pastorais.

E, ao assumir a “Missão Permanente” de Santo Amaro e Campo Grande, no Recife, residia mais no seu campo de trabalho do que no Convento. O Cronista do Convento do Recife registra que eram apenas 5 os sacerdotes daquela comunidade, sendo que Frei Roberto viajara à Alemanha e que Frei Casimiro vivia pregando Missões e que, por isso, ficavam 3 Padres sobrecarregados de trabalhos.[18]       

No ano de1925, vemo-lo no Convento do Recife.[19]

 O ano de 1925 foi ano que marcou a opção de Frei Casimiro pela “Missão Permanente”  entre os operários do  Recife. Com o apoio do Ministro Provincial Frei Eduardo Heberhold, o pedido de Frei Casimiro é levado ao Capítulo da Província que aprova  ficasse Frei Casimiro inteiramente liberado para aquela grande Missão.

Em 1926, ANO DA ABERTURA DA MISSÃO PERMANENTE: O novo Ministro Provincial, que assumiu em 1926, Frei Cornélio Neises, é quem vai abençoar a “MISSÃO PERMANENTE” INAUGURADA NO BAIRRO DE SANTO AMARO, NO RECIFE, A 15 DE NOVEMBRO DE 1926. Depois, A “Missão Permanente”  se estenderá ao bairro de Campo Grande.

DE 1926 ATÉ O DIA 25 DE MAIO DE 1944, ESTEVE À FRENTE DA “MISSÃO PERMANENTE”. NAQUELE DIA DE MAIO, FOI SURPREENDIDO PELA IRMÃ MORTE, COM 76 ANOS DE IDADE, 50 DE VIDA FRANCISCANA, E 45 DE SACERDÓCIO.

Eis o que sobre Frei Casimiro escreveu um grande amigo e admirador dele, Agamenon Magalhães:

.  Agamenon Magalhães e Frei Casimiro

 

Entre os muitos artigos publicados na Imprensa do Recife, a propósito do falecimento de Fr. Casimiro Brochtrup no dia 29 de maio de 1944, merece destaque o do Governador, jornalista Agamenon Magalhães, pelo testemunho desinteressado sobre o frade amigo a quem tanto admirava e ajudava, pelo exemplo de humildade, pelo serviço religioso e social que mostrou em prol dos operários nos bairros de Santo Amaro e Campo Grande, e a quem considerava grande colaborador e inspirador no projeto de reformas sociais que o Governo empreendia, junto às populações mais carentes da Capital pernambucana.

Inspirou-se em Frei Casimiro, como este, em Carlos Allberto de Menezes. Mas, sem dúvida, a própria formação cristã, social e política do Governador, dava-lhe o esteio e o impulso para as reformas que pretendia a bem do operariado, assim como o espírito franciscano embasava e tornava criativo o dinamismo apostólico de Frei Casimiro. Escreve Frei Romeu Peréa:

Agamenon quis, na medida do possível,  ressuscitar aquilo que ainda se poderia aproveitar da Idade Média, isto é, seu espírito, em benefício de todos, mas sobretudo, das classes mais abandonadas, daquelas que sempre são as que mais sofrem, e têm menos defesa, tanto nas suas pessoas, como na reinvidicação de seus direitos, pessoais ou de classe.

Daí a criação da Vila das Lavadeiras, das Costureiras e de tantas classes, como os Centros para operários, classes humildes, portadoras também de direitos e merecedoras de participarem da economia de seu povo, como membros da sociedade, garantidas, igualmente, nos seus direitos e com órgãos para a reinvidicação de seus interesses de classe, de grupo humano, de partido, enfim, da sociedade.[20]

Fale o próprio Governador do que o ligava ao Missionário Franciscano:

 

O  APÓSTOLO  DOS  MOCAMBOS

 

                                      Agamenon Magalhães

 

           (Para a Folha da Manhã e Rádio Clube de Pernambuco)

 

A Cruzada Social Contra o Mocambo perdeu, com a morte de frei Cassimiro (sic), um dos seus pioneiros. Levado pelo seu coração e pelo seu braço, é que conhecemos a Macaxeira, o arraial mais denso e mais triste de miséria e abandono social.

Já ele tinha erigido ali uma igreja e uma escola. “Comece por aqui”, dizia-me frei Cassimiro, “a sua obra contra o mocambo”. Atendemos ao seu apelo, e iniciamos a construção da Vila das Cozinheiras. Depois a Vila dos Estivadores. Depois a Vila Popular. Depois a Vila da Tecelagem de Seda. Depois outras vilas. As construções foram se multiplicando, abençoadas por Deus e pelos homens, aumentando o fervor apostólico do missionário, que não tinha medo da pobreza e que vivia os seus sofrimentos, pobreza que ocupou cinqüenta anos de sua vida, iluminada pela caridade e a fé.[21] Quando inauguramos a primeira vila da Macaxeira, a Vila das Cozinheiras, ele nos pediu, com aquela humildade, que só os santos sabem ter, para falar ao povo. A sua oração foi simples, dizendo, em resumo, o seguinte:  “Quem pede a Nosso Senhor, não pede em vão, os pobres souberam esperar e vão ter a sua casinha, isso era motivo para dar graças a Deus e confiar sempre mais na sua divina misericórdia”.

Frei Cassimiro  realizou o seu destino na terra e a sua obra social e cristã continuará depois dele. A caridade de hoje será a justiça de amanhã. Os seus olhos ainda viram esta verdade. A Macaxeira foi transformada. Os mocambos que cercava a sua igreja e a sua escola, ele os viu cair um a um, como viu surgirem, no seu lugar, as centenas de casas populares, que tornam hoje aquele sítio tão festivo e tão feliz.

Depois da caridade de frei Casimiro é que surgiu a justiça do Estado. Foi apóstolo dos mocambos. Sentiu, como nenhum outro, a aflição dos que não tinham casa. (Grifos nossos).

 

                             * * *

 

Fr. Romeu Peréa reproduz, na íntegra, o artigo publicado em jornal do Recife, artigo a que ele aludiu no Diálogo I com Agamenon Magalhães. [22]  Creio não estar abusando da paciência do leitor ao transcrevê-lo, para nos ajudar a compreender melhor a riqueza da pessoa e do empreendimento social do Apóstolo dos Operários.

 Ei-lo:

 

FAZER O ELOGIO DE FREI CASIMIRO equivale, indiretamente, a tecer comentários, igualmente, elogiosos em torno da figura, nem sempre compreendida,  do Prof. Agamenon Magalhães que viu logo no modesto franciscano um de seus maiores colaboradores no Governo do Estado, sem demagogia, nem interesses particulares de espécie alguma.

Antes do Prof. Agamenon Magalhães começar a luta contra a moradia pobre e imunda dos mocambos, encontrou ali frei Casimiro a moralizar aquele ambiente, levando a seus moradores palavras de compreensão e amor, de justiça e de paz.

Abriu frei Casimiro, por entre os Mocambos, Centros de Catecismo e improvisou Capelas de palha suficientes para nelas reunir as crianças a fim de aprenderem o verdadeiro sentido da vida e ficarem certas do amor que deviam a Deus, apesar de sua pobreza, por ser Deus o único valor e riqueza que voga nesta e na outra vida.

Frei Casimiro, neste sentido, o verdadeiro precursor da chamada Liga Social Contra o Mocambo, embora em outro estilo como depois se continuou e levou a cabo, pois ao ilustre e virtuoso franciscano não interessava única e exclusivamente a distribuição de casas populares que, diga-se em sua honra, ele queria, também, mas seguindo o critério da caridade, e não o da política interesseira e partidária.

Com outras palavras, atendendo, de preferência, os pedidos dos mais necessitados e não o dos privilegiados de sempre, daqueles que encontram - necessitados ou não! - um bom padrinho.

E com a distribuição de casas, queria também o virtuoso filho de S. Francisco a distribuição do alimento do espírito, para aquelas almas; alimento tão necessário à alma, quanto as casa aos corpos.

Os Centros Educativos, por outro lado, não eram tão pouco os Centros que queria frei Casimiro, justamente,  para as finalidades de cultura,  de educação e assistência, tudo isso com uma boa dose de catecismo, sobretudo, para as crianças.

Seu ideal, era mais alto, talvez mais prático e menos dispendioso...

Mas, como sempre acontece, a política prevaleceu sobre a caridade.

O resultado foi os poderosos vencerem o frade que contava com menos facilidades, embora gozasse de maior prestígio.

Sua missão era a de pedir e suplicar; e a dos outros, a de mandar e ordenar, que é diferente.

Em todo caso, seu esforço, seu sacrifício, seu heroísmo floresceram em frutos que davam na vista de todos até o ponto de o Governador do Estado proclamá-los em artigo assinado para a “Folha da Manhã”.

Esta, uma das atitudes de Agamenon Magalhães para com frei Casimiro.

De outra feita, chamou-o em Palácio para pedir-lhe que não só continuasse a colaborar com ele, mas o ajudasse,  também,  na direção de sua própria consciência e, ainda,  fosse seu assessor para assuntos, ou problemas mistos, sobretudo, os relacionados, ou mais ligados à moral e à política.

Infelizmente aquela orientação do virtuoso franciscano durou pouco porque a morte arrebatou o servo de Deus do nosso convívio, sem dúvida para Deus recompensar seus méritos no exercício do apostolado entre os pobres mais pobres do Recife - os moradores dos mocambos.

Agamenon foi um dos que mais sentiram sua morte, pegando reverente e emocionado no caixão do heróico religioso como se todo o Estado se curvasse, na sua pessoa, ante a majestade da virtude do heroísmo cristão”. (Grifos nosso)
Foram surgindo novos conventos. A prioridade era promover as vocações nacionais. Para isto foram fundados o Colégio Seráfico de Ipuarana (Lagoa Seca / PB) em 1940, além de Escolas Apostólicas ou Preparatórias .
Também na Alemanha foi fundado o Colégio de Bardel (1921) e a Residência de Mettingen (1960), para mandarem vocações européias para o Brasil.
O Concílio Vaticano II promoveu ma grande reforma na Igreja. A Província Franciscana de Santo Antônio achou por bem fechar o Seminário e as Escolas Apostólolicas, renovando a sua pastoral vocacional.
Temos hoje, em cada Estado do Nordeste as equipes vocacionais, empenhadas em envolver na promoção vocacional todas as Paróquias confiadas aos Franciscanos.
Uma grande esperança de que a comemoração dos 800 Anos do Carisma Franciscano impulsione mais ainda a promoção vocacional, não somente em termos de aumento numérico, mas sobretudo em termos de



[1] Apud TEVES, Fr. Matias – OFM,  Entre os Mocambos do Recife, Editora
Mensageiro da Fé, 1948, Salvador / BA, pp. 9-10.;
  FRAGOSO, Fr. Hugo -, ofm, Cadernos da Restauração da Província Franciscana de Santo Antônio do    Brasil, Nº 10: Franciscanos Restauradores, Salvador / BA, 1996, p. 34.
[2] TEVES, op. cit. p. 5.
[3] Data fornecida por Fr. Matias Teves em  Entre os Mocambos do Recife, Editora Mensageiro da Fé, Salvador / Bahia, 1948,  p.21.

Os primeiros decênios da Restauração da Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil foram muito marcados pela falta de “mão-de-obra” para os trabalhos apostólicos e missionários. As transferências dos frades se multiplicam à medida do volume de compromissos  que vai aumentando sempre mais, da Bahia ao Pará. A esperança de que se multipliquem as vocações na Europa e no Brasil faz com que o Governo da Província atenda generosamente os pedidos dos Bispos interessados no trabalho dos frades. As “Atas dos Frades Menores” de janeiro de 1895 ( pp. 21-22) publicam, para toda a Ordem, a lista dos franciscanos que partiram para as Missões no Brasil nos dias 21 de junho e 14 de novembro de 1894: grande número de Sacerdotes, Clérigos e Irmãos Leigos, entre eles o jovem Casimiro Brochtrup. As “Atas” de agosto de 1903 (pp.128-129) fornecem alguns dados estatísticos: Catalogus Provinciarum et Custodiarum per circunscriptiones distributaram”,  que contemplam, entre outras, a Província de Santo Antônio do Brasil, com 6 Casas (já ocupadas), 38 Sacerdotes, 6 Clérigos, 19 Leigos, Noviços – (nenhum), Terciários (Oblatos): 3, ao todo: 66 membros. Para a Província da Imaculada Conceição: 9 Casas, 67 Sacerdotes, 8 Clérigos, 40 Irmãos Leigos, Noviços Clérigos: nenhum, Noviços Leigos: 3, Terciários (Oblatos):12, total: 130 religiosos. O total da Ordem no mundo era de 16.482 frades. Hoje, os frades (Sacedotes, Clérigos, Irmãos Leigos, Noviços, Diáconos Permanentes, Terciários (Oblatos), somam 17.064 (Cf. Acta Ordinis Fratrum Minorum. Januarii-Aprilis / 2001, pp. 71-93).  

[4] É a data  apontada por Frei Hugo Fragoso   em Cadernos da Restauração da Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil, N.º 5,  às  pp.. 27 e 59 (“5.ª Expedição”). No entanto, o próprio Fr. Matias Teves, que veio na mesma Expedição, registra como data da chegada à Bahia  o dia 11 de julho de 1894 (cf.  TEVES, Fr. Matias – OFM, op. cit. p. 21).  
[5] Conforme o 1.º Livro de Crônica da Casa, à fl. 23, Fr. Casimiro deixou o cargo, transferido para o Convento do Recife, naquela data de junho de 1907; certamente um lapso do cronista, pois o Capítulo que o transferiu aconteceu em julho daquele ano.
[6] Cf. BRASIL, Frei Honório Rito de Leão -, OFM, O Significado de uma Comemoração, apud Revista  Santo   Antônio,  Ano 59, N.º 99, dezembro de 1981, p. 28.
[7] Isto conforme Fr. Honório, que coloca a transferência para Olinda em 1920 (op. cit. p.29). Já Frei Hugo Fragoso não fala  da ida de Sirinhaém para o Recife, mas para Olinda, onde o manteve o Capítulo de 1920       (Cadernos da Restauração da Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil: Franciscanos Restauradores, N.º 10,  pp. 34 –35).
[8] FRAGOSO, FREI HUGO –, OFM, Cadernos da Restauração da Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil: Franciscanos Restauradores, N.º 10, p.34.
[9]  Cf. 1º L. de Crônica do Convento de Penedo, fl. 50. Dom Jonas de Araújo  Batinga (natural de Penedo, * 24-3-1865 - + em Penedo 30-7-1941).Cf. NOBREGA-,  obra já aqui citada, pp. 273. 
[10] Cf. 2º L. de Crônica do Convento de Penedo, 1919, fl. 45.
[11] Cf. 1º L. de Crônica do Convento de Penedo, 1920, fl. 55 v.
[12] O guardião [Frei Serafim Funke] deixara a Ordem franciscana, em 1922. A 16.II.1922 Frei Matias veio substituí-lo, como lemos no 1º Livro de  Crônica do Convento de ipojuca.
[13]  Neste Capítulo foram eleitos: como Ministro Provincial, Frei Eduardo Herberhold; como Custódio Provincial, o Ex-Ministro Provincial Frei Damião Klein;  como Definidores, Frei  Maurício Mellage, Frei Matias Teves, Frei Cornélio Neises, Frei Huberto Triffterer. Cf.   I Livro de Crônica do Convento de N. Senhora das Neves, de Olinda, 1923, p. 102.
[14]  Cf. a Crônica do Convento de Ipojuca escrita pelo próprio Frei Casimiro, apud Santo Antônio, N. 2., 1 Jahrgang, August 1923, pp. 61-62.
[15] Cf. Arquivo Provincial Franciscano, Pasta “Frei Casimiro Brochtrup”, B. VII, Doc. 8: “Frei Casimiro – Crônica do Convento do Recife”, 1932, p. 1.
[16] Cf. as Crônicas do Convento do Recife e de Ipojuca, apud Santo Antônio, N. 2 , 2. Jahrgang, August 1924, respectivamente, pp.  61 e 62-63.
[17] Cf. a Crônica do Convento do Recife, apud Santo Antônio, N. 2 , 2. Jahrgang, August 1924, p. 61.
[18] Cf. a Crônica do Convento do Recife, apud Santo Antônio,  N. 1, 3. Jahrgang, April 1925, p. 36.
[19] Cf. Livro de Crônica do Convento do Recife, início do ano de 1925.
[20]  Id. Op. cit. P. 58.
[21]  Por  ocasião das Bodas de Ouro de vida religiosa de Fr. Casimiro, a 7 de janeiro de 1944, publicava Agamenon Magalhães artigo intitulado FREI CASSIMIRO,  em que pergunta: Quem não tem admiração e respeito por esse franciscano? Quem não lhe inveja a vida tão cheia de renúncias e de beleza cristã?  A igreja e a escola de Frei Cassimiro na Macaxeira não estão hoje  mais rodeadas de mocambos. As vilas populares destacam a cruz e a escola que o apóstolo erigiu, indo a Liga Social Contra o Mocambo ao encontro da civilização que ele sozinho, lutando contra tudo, plantou à beira dos mangues, recuperando almas e centenas de crianças das trevas da maldade e do vício. ( Apud FOLHA DA MANHÃ, RECIFE, PE, 8-1-1944, Edição das 16 horas, p. 3 ).
[22]  PERÉA, Padre Romeu -, op. cit., pp. 19 -20.
 
 
 



 
 
 
 
LANÇAMENTO DE LIVRO
 
 
DADOS BIOGRÁFICOS
DE FREI JOSÉ MILTON:



Nasceu a 19 de outubro de 1934, em Bezerros, no Agreste pernambucano.

É o primogênito entre 5 irmãos (3 homens e duas mulheres), filhos de Heriberto Coelho e Inês de Azevedo Coelho, ambos falecidos.

Cursou os primeiros anos do Primário em sua terra natal. Em 1946 ingressou no Colégio Seráfico de Santo Antônio de Ipuarana (Lagoas Seca  / PB). Em 1947 integrou a primeira turma que inaugurou a Escola Apostólica de São Boaventura, em Triunfo / PE. Tendo completado aí o curso Primário, foi mandado para o colégio de Ipuarana em 1949. Concluído nesse seminário franciscano o curso de Humanidades, ingressou no Noviciado Franciscano de Sirinhaém / PE, em 1955. Cursou Filosofia no Instituto Franciscano de Olinda e Teologia no Convento de São Francisco de Salvador / BA, onde se ordenou sacerdote aos 22 de julho de 1961. Lecionou por 9 anos no Seminário de Ipuarana. 

Com o fechamento do Colégio  Seráfico de Ipuarana, foi transferido para Salvador, onde cursou, por um ano o Curso Superior de Catequese. Em 1973, foi  transferido para Fortaleza, colaborando com Dom Aloísio Lorscheider no Regional da   CNBB – NE1.

Em 1976 foi mudado para Olinda, como Definidor,  Guardião do Convento e Vigário de Campo Grande  – Recife. Em 1979 continua como Pároco de  Nossa Senhora do Bom Parto, mas morando no Recife como Guardião do Convento Santo Antônio. 

Em 1982, deixa o cargo de Guardião mas continua como Vigário de Campo Grande. Em fevereiro de 1984 deixa Campo Grande, ficando a Paróquia a cargo de frei José Maria Limeira. Frei José Milton não estava bem de saúde, bastante esgotado devido ao trabalho estafante na defesa das populações da Ilha do Joaneiro, Chié, Vila da Saramandaia (Campo Grande) e mesmo de Santo Amaro e Ilha Santa Tresinha, luta que culminou com o Projeto Ponte do Maduro que evitou a expulsão dos seus moradores. Apesar da estafa, se sentia contente com o resultado do Interdito Proibitório que acionou o Estado abrindo esperança de um futuro melhor para aquele povo.

De fevereiro de 1985 a outubro de 1986 permanece em Ipojuca: O  Congresso Capitular de Janeiro de 1985 transferiu Frei José Milton de Azevedo Coelho, do Recife para Ipojuca, como ele havia sugerido ao Visitador Geral antes do Capítulo. Sua Provisão Canônica de Vigário Paroquial de São Miguel de de Ipojuca é de 15 de março de 1985, passada por Dom Helder Câmara e subscrita pelo Vigário Geral D. José Lamartine e pelo Secretário do Arcebispado Cônego Isnaldo Fonseca.
Em Ipojuca integra a comunidade da Casa do Noviciado com Frei Bernardo Syri e frei Hermano Wiggenhorn. Mas estão ao mesmo tempo a serviço do Povo de Deus da Paróquia de São Miguel, com suas povoações (Nossa Senhora do Ó, Porto de Galinhas, Cupe, Camela, Rurópolis, Oiteiro, Gaipió)); com as Capelas dos seus sítios (Penderama, Mercês, Água Fria, Tabatinga, Currais de São Miguel); com seus inúmeros Engenhos, entre ao quais São Paulo, São Pedro, Cachoeira, Pindoba, Califórnia,´Boa Sica, Maranhão); com as Usinas Salgado e Ipojuca)..
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No dia 23 de outubro de 1986, Frei José Milton, atacado de uma pneumonia, foi ao médico no Recife. À noite foi acometido de dores terríveis no intestino. Internado no Hospital do Tricentenário no dia 24 pela manhã, foi transferido, no mesmo dia, para o Hospital Santa Joana, do Recife, graças à compreensão de Frei Antônio Carlos que, tomando conhecimento da incúria do Hospital em caso tão grave (queriam que ficasse “sine die” em observação...!) logo o permitiu. Foi operado pela madrugada do dia 25, de emergência. Na mesma ocasião foi-lhe extraída a vesícula que também se achava em más condições. Foi convalescer em casa de sua irmã em Casa Caiada (Olinda). Foi muito visitado e agradeceu muito as orações que por ele foram feitas. No dia 06 de novembro de 1986 recebeu do M. Prov. Fr. Antônio Carlos a transferência para o Convento de Olinda, pois estava claro que Frei José Milton não estava se dando bem de saúde em Ipojuca.
Em 1991, passou a Integrar a equipe que deveria preparar as comemorações do 1º Centenário da Restauração da Ordem Franciscana no Brasil. Daí nasceram duas obras suas: Frei Casimiro, o Apóstolo dos Mocambos – da memória à profecia, que está sendo lançada, e Frei Matias Teves, ofm, um dos restauradores e presença franciscana junto aos intelectuais, ainda inédita.
Em 1993, foi encarregado pelo M. Provincial Frei Antônio Carlos de Góis Cajueiro de restaurar o madeiramento do Convento de Olinda, adaptando as instalações para o funcionamento do IFTO (Instituto Franciscano de  Teologia de Olinda), de cuja direção fazia parte,   trabalho este  que se prolongou até dezembro de 1994, com ajuda e apoio do Guardião Frei Francisco Fernando (o “Padre Mestre”)  O IFTO funcionou de 1991 a 2005.
Em 1995, pertencendo ao Convento de Olinda, foi mandado a Sirinhaém como Vigário Interino, no lugar de Frei Mário Barbosa Silva , que faleceu vítima de um desastre automobilístico a 17 de julho de 1995  . Lá celebrou a missa de 1º aniversário de sua morte.
Permaneceu como Vigário em Sirinhaém até junho de 1996, voltando a Olinda.
Em 1998 foi morar no Rio Doce em companhia de Frei Angelino Caio Feitosa, adaptando a casa anexa à Capela para servir de Casa de Oração.
Aí construiu o grande muro que cerca o terreno, aguardando que o Governo da Província decidisse o que fazer naquele terreno a ela pertencente, após resolver o problema da posse com a Prefeitura de  Olinda. Frei Angelino mudou-se para o sítio Oiteiro, em Ipojuca. Frei José Milton realizou também uma ampla restauraçãio da Capela de Santana, com a orientação do Dr. Jorge Passos, do Centro de Preservação dos Sítios Históricos de Olinda ainda quando Frei Angelino residia no Rio Doce.
No ano  de 2000 foi transferido para Penedo (Al).  Em  fevereiro de 2003, foi transferido para Triunfo (PE), como Superior do Convento e Vigário da Paróquia.
Por motivo de saúde, renunciou ao cargo em 2005, sendo transferido para o Convento de Ipuarana. Em 2006, mais uma vez é transferido para o Casa de Noviciado de Ipojuca, ajudando na formação dos Noviços, sendo Cooperador da Paróquia de São Miguel e continuando a se dedicar à Pastoral da Saúde, com seu laboratório de plantas medicinais.
 Em Ipojuca, passou a fazer parte da equipe franciscana de Justiça, Paz e Ecologia que atua na pastoral da Mata Sul, na evangelizaçação, na promoção humana, na defeza do meio ambiente e da vida ameaçada pelas indústrias do projeto SUAPE.
Faz parte  do grupo de trabalho que está implantando o Arquivo Público Municipal de Ipojuca, com assessoria dos diretores do Arquivo Estadual Pernanbucano, com o fito de preservar o arcervo de documentos históricos de Ipojuca e  de conscientizar a comunidade ipojucana para não perder a memória histórica do Município, inclusive suas tradições orais.
Em fevereiro de 2012, foi transferido para o convento de Olinda.
Em 2013 ultimou o livro Frei Casimiro, o Apóstolo dos Mocambos – da memória à profecia.
Entre os trabalhos conventuais e pastorais, sempre encontrou tempo para estudar a história dos Franciscanos e da Igreja em Pernambuco, tendo realizado pesquisas no acervo da Torre do Tombo (Lisboa) e no Arquivo Secreto do Vaticano (Roma).
Frei José Milton é licenciado em Filosofia pela Universidade Católica de Pernambuco e, em Letras, pela Universidade Federal de Campina Grande (PB).


    

 

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