domingo, 16 de maio de 2010

GERENCIAMENTO ECONÔMICO, ECOLÓGICO E COSTEIRO

A pedido do confrade Frei Sinésio, OFM, faço postagem de seu artigo
Recordação do Gerenciamento Econômico, Ecológico e Costeiro, que considerode muito oportuno.

"Governava o Estado de Pernambuco no ano de 1998, Miguel Arraes e foi durante o seu governo que implantou as bases do desenvolvimento sustentável da zona costeira através da firme determinação de realizar o Gerenciamento Econômico Ecológico e Costeiro para o litoral norte e sul. O diagnóstico, planejamento, objetivava identificar as zonas de desenvolvimentos: comércio, indústria, hotelaria, preservação e conservação de áreas de interesse ambiental. Foi uma iniciativa que hoje podemos chamar de preparação para a sustentabilidade econômica e ambiental. Em relação ao litoral sul posso falar com bastante propriedade, pois participei das oficinas com representantes do setor industrial, hotelaria, comércio, meio ambiente, pescadores, representantes das prefeituras, universidades e de várias entidades do governo do Estado. Éramos um grupo eclético e representativo.
O Distrito industrial de SUAPE, pertencente ao município do Ipojuca, sabíamos que cedo, iria atrair inúmeras fábricas devido a sua importância geográfica de proximidade com outros continentes no que facilitaria o comercio e o desenvolvimento regional. Hoje, já é uma realidade incontestável. Contudo, observo que os grandes objetivos e intuições do GERCO, ainda são atuais no qual podemos recuperar este instrumento para servir de norte no planejamento econômico, industrial e ambiental. Recomendo a leitura desta legislação Estadual de Pernambuco a todos, principalmente quem trabalha na área de planejamento e assessoria.
Em relação às Unidades de Conservação mesmo ainda não existindo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da lei 9985/2000, o GERCO, já indicava áreas para a criação de Reservas Extrativistas a exemplo da que está em curso nos municípios de Sirinhaém/ Ipojuca, através do ICMBIO. Tal RESEX, só não foi criada na época por carência de uma legislação e a saída para resolver o conflito fundiário não logrou êxito e os mesmos problemas continuam existindo. Sendo RESEX, o que não é segredo para ninguém, as ilhas que hoje ainda estão aforadas retornariam para a Gerência regional do Patrimônio da União através da prévia e justa indenização cabível e esta passaria para o Instituto Chico Mendes da Biodiversidade que fará a gestão da Unidade de Conservação com todos os atores interessados: governo do Estado, Município, pescadores e outros.
Com tantos atores envolvidos e principalmente com a valiosa participação do governo do Estado poderíamos colocar em prática as orientações do GERCO, nesta faixa litorânea com plenas possibilidades de executarmos com firme propósito e diálogo a pratica da economia sustentável nesta cidade tão carente e sofrida no qual as pessoas terão oportunidade de continuar na sua profissão pesqueira, trabalhar na área da hotelaria e industrial já que fica perto do pólo industrial ou através de empresas instaladas em Sirinhaém. Para facilitar esse trabalho o Serviço de Patrimônio da União através da portaria N.89, de 15 de abril de 2010, publicada no Diário Oficial da União em 16/04/10, seção 01, orientação disciplinando o aproveitamento dos imóveis da União em favor das comunidades tradicionais que notadamente podem ser colocadas a serviço de todos.
Tenho plena convicção que não existe espaço para qualquer dificuldade, pertencemos à mesma matriz de pensamento, pois o histórico, a compreensão da realidade e os propósitos comuns já foram postos e que cada um dentro da sua competência faça a sua parte."

Frei Sinésio Araujo (Bacharel em Direito )

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