O Século 19 foi um século de coincidências que podemos chamar de felizes para a Itália e para o Brasil. Estou pensando em duas figuras que engrandecem a Igreja lá e cá: a do Padre Nicola Mazza e a do Padre Antônio Maria Ibiapina. Ambos se inspiram no mesmo propósito de se colocarem a serviço do Povo de Deus, evangelizando os mais desprezados da sociedade, fazendo-os agentes de sua própria promoção e do resgate dos valores humanos e cristãos da sociedade deslumbrada com a industrialização e o consumismo desenfreado.
Uma realidade sócio-econômica, política e religiosa eivada de grandes conflitos que geraram mudança de mentalidade e transformações na vida social, cultural, política, econômica e religiosa e que perduram até aos nossos dias.
Vejamos o que escreve Edilma Sabino da Silva em "Padre Nicola Mazza e a vivência dos valores evangélicos autotrancendentes" (Universidade d´Oeste de Santa Catarina, Associação Transcender - UNOESC- São Paulo, 2007):
(...) Ganham cidadania os novos conceitos de liberdade individual, soberania popular e igualdade de todos perante a lei.
(...) A revolução inustrial trouxe ao mundo um sistema de produção que solidificou as bases do capitalismo de caracteríticas selvagens e explorador da matéria-prima da natureza. Com isso veio a necessidade da mão de obra e daí o êxodo rural. Portanto, o povo saiu do campo e passou a viver nas grandes cidades, cuja situação de vida era totalmente desprovida das condições de uma vida digna, pois submetiam-se a trabalhos incansáveis em oficinas sem ventilação e com total falta de higiene. Neste mesmo contexto trabalhavam também mulheres e crianças, já que eram presas fáceis de se
tornarem máquinas de exploração a serviço do sistema.
Esta realidade tocou profundamente a alma dos missionários Mazza, na Itália, e Ibiapina no Nordeste do Brasil.
Continua.
terça-feira, 17 de abril de 2012
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