quinta-feira, 1 de outubro de 2009
JUBILEU DO COLÉGIO FREI OTO STOHLDREIER, OFM
* 27 de agosto de 1908
+ 28 de agosto 1973
Transcorreu a 27 de agosto de 2008 o Centenário de nascimento de Frei Oto Stohldreier, OFM, o Apóstolo de Mossa Senhora do Ó. Faleceu na Alemanha a 28 de agosto de 1973, com 65 qnos de idade. Nem os seus irmãos de hábito de Ipojuca, nem a Paróquia de Nossa Sernhora do Ó se lembraram de comemorar o jubileu de um frade que por 10 anos seguidos dedicou integralmente a sua Vida à Paróquia de São Miguel de Ipojuca, especialmente a Nossa Senhora do Ó, cuja capelania era a menina dos seus olhos. Amou Nossa Senhora do Ó como se fosse a sua terra natal, queria um bem tão grande aos seus paroquianos que não media esforços para vê-los felizes. Desejava mais do que ninguém a autonomia política e religiosa do seu povo e, port causa disto mesmo foi perseguido e caluniado por alguns que se julgavam donos do mundo pelo fato de terem dinheiro e poder a sua disposição. Anunciar e denunciar é a missão profética, dizia domingo passado o nosso Arcebispo Metropolitano Dom Fenando Saburido, em missa transmitida pela Rádio Olinda. Foi precisamente o que fez Frei Oto, de saudosa memória. Tive a felicidade de conhecer Frei Oto em Campo Formoso, alto Sertão da Bahia. Eu era Diácono franciscano e Frei Oto Cooperador do Vigário Frei Lino, justamente aquele que fora Guardião e Vigário de Frei Oto em Ipojuca, um frade querido de todos nesta região ipojucana, e que deu todo apoi a Frei Oto, seu Coadjutor em Nossa Senhora do Ó.
O lema de Frei Oto em seu apostolado em nossa região era "Sem Justiça não é possível a Paz", podemos concluir pelo que ele escreve no Livro de Crônica do Convento. Lamenta que os pequenos se degladiem em favor os grandes (intrigas entre os distritos de Camela e Nossa Senhora do Ó, e destes com pojuca), "grandes que querem a paz mas não querem fazer justiça".
Condenou o desvio o dinheiro público para obras de fachada ou que não visavam ao bem do povo. Denunciou a exploração do latifúndio que deixava tanta gente sem instrução e com fome. Lamentava que a Usina Salgado não cumprisse o seu papel social. Denunciou a grave injustiça cometida contra Nossa Senhora do Ó por um "Prefeito da Ditadura" (1937) que desmembrou Camela do seu território, juntamente com as praias e engenhos que, em virtude de sua própria natureza sempre pertenceram a Nossa Senhora do Ó. Que que é duro para um padre ouvir o que Frei Feliciano Trigueiro ouviu de um Prefeito de Ipojuca quando lhe foi pedir alguma coisa em benefício de Nossa Senhora do Ó: "O senhor me peça tudo, menos em benefício de Nossa Senhora do Ó!" (Livro de Crônica, pg. 264).
Como não teve ter exultado no céu o bom do Frei Oto com a criação da Paróquia de Nossa Senhora do Ó! Como desejava naquele tempo (de stembro de 1946 a dezembrom de 1956) o crescimenrto econômico e, sobretudo, religioso do seu povo! Como apoiou Frei Lino, seu Superior e Vigário, a regularizar o patrimônio de Oiteiro e a começar a colocar em dia o Patrimônio de Nossa Senhora do Ó, principalmente os Sítios de Canoas! O Livro de Crônica do Convento de Iojuca, apresenta farta matéria sobre o Apostolado de Frei Oto e demais frades em Nossa Senhora do Ó.
Não vou terminar esta matéria sem enfatizar o seu empenho pela educação da Juventude. Por todos os recantos da Província Franciscana de Santo Antônio por onde Frei Oto passava, deixava a marca do seu carisma que era o de professor. Na Alemamnha, para onde fora transferido em 1964, e donde não mais voltou, dedicou-se ao ensino em Mettinggen, onde os franciscanos mantinham uma Casa de Formação para vocações adultas. Em Nossa Senhora do Ó, com a permissão do Ministro Provincial Franciscano e do Senhor Arcebispo, fundou em fins de 1949 ou princípio de 1950, uma Escola Paroquial "a qual foi instalada no oitão desocupado da igreja" (1° Livro de Crônica do Convento Santo Antõnio de Ipojuca, pg. 246). Conforme a tradição oral de Nossa Senhora do Ó, foi esta Escola Paroquial que deu origem ao "Colégio Frei Oto". É que, tendo conhecimento da situação financeira apertada por que passava a Escola, mandou da Alemanha uma boa quantia que conseguiu de benfeitores, verba com a qual o frade que o sucedeu no apostolado de Nossa Senhora do Ó resolveu construir um grande Colégio ao qual foi dado o nome de frei Oto, hoje, não se sabe por que, chamado de ´"Colégio Padre Pedro Souza Leão", nome de um grande filho da terra, sem dúvida, mas que poderia ter sido dado ao colégio que hoje tem o nome de frei Oto. Fica aqui a sugetão de Frei José Milton: façam a permuta do nome, será bom para a memória de Frei Oto e também para a memória do meu saudoso amigo Pe. Pedro Souza Leão, o grande apóstolo de Pontezinha. Qual o frade que sucedeu Frei Oto em Nossa Senhora do Ó? Logo depois de Frei Oto, foi Frei Benjamin Soares de Alcântara, que muito fez pela conservação da igreja. Teria sido ele o construtor do Colégio? Teria sido o seu sucessor Frei Valentin A. Pereira? Há um lamentável hiato no Livro de Crônica: nada se registrou de 25 de setembro de 1958 a 8 de novembro de 1960. Não teria sido dessa época a construção do "Colégio Frei Oto"? E, por fim, um evento que serve para mostrar de sabejo, o zelo missionário de Frei Oto : as Santas Missões realizadas em outubro de 1956 (Em N. Sra. do Ó a partir de 15 de outubro): os próprios Missionários ficaram surpresos com o resultado: a participação macissa dos homens (maior que a das mulheres!) pá diz tudo. A igreja sempre cheia nas celebrações, boa participação nas palestras para homens e mulheres, no catecismo de jovens e crianças. A procissão de encerramento foi uma apoteose. Nos Engenhos e praias a participaçãon tambem fou muito boa. Na opinião dos mais velhos, nunca houve Missão tão concorrida em Nossa Senhora do Ó como aquela. O bom êxito superou o das Santas Missões pregadas anteriormente em Ipojuca, sede da Paróquia (de 7 a 14 de outubro). Onde estava o segredo do grande sucesso das Missões? Na preparação esmerada do Capelão com os seus colaboradores. Mas, sem dúvida nenhuma, o que pesou mais foi o fato de Frei Oto passar meses visitando, a cavalo, um por um todos os Engenhos, uma por uma, todas as praias, convidando o povo para a Santa Missão (1° Livro de Crônica do Convento de Santo Antônio de Ipojuca, pg. 263).
Esperamos que ainda este ano se comemore o Jubileu de Frei Oto, ou seja a festa dos 100 ano do seu nascimento já que em 2008 passou em branca nuvem.
E que já se comece a preparar a comemoração ainda este ano, dos 60 anos (Bodas de Diamante) da Escola Paroquial fundada por Frei Oto em 1949, ou, no próximo ano, o da sua instalação em fevereiro de 1950. Foi esta Escola que deu origem ao "Colégio Frei Oto".
Voltaremos com uma pequena biografia de Frei Oto.
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