Ao assumir o Guardianato de Olinda, uma das preocupações de Frei Francisco Rogério da Silva (nosso Bin-Laden) foi valorizar o nosso sítio, especialmenta o Bosque ecológico onde se encontra uma das fontes de água que nunca secou. Não foi fácil abrir a trilha que permitisse até aos turistas o acesso ao local.O capim era muito alto e fechado. Mas aos poucos se conseguiu realizar a pretensão. Parabéns, Frei Chico!
Na obra "OLINDA uma história por trás das estórias" (de Argus Vasconcelos de Almeida e outros organizadores) se encontra: "Na cartografia holandesa de Olinda (Barlaeus e Nieuhoiff), no conjunto franciscano aparece a bica assinalada por um pequeno quadrilátero por trás do mosteiro. Isto significa que a sua construção data de antes da ocupação holandesa".
Os autores lembram que Frei Jaboatão fala da construção e manutenção de uma "cIsterna" em meados do século 18. (Jaboatam, Frei Antonio de Santa Maria, "Novo orbe seráfico brasilico; chronica dos frades menores da provincia do Brasil, Recife, 1979 edição fac-similar (Rio de Janeiro; Typ. Brasiliense de Máximo Gomes Ribeirnanao, 1858) p. 232. Parece tratar-se da cisterna localizada no terraço-mirante do convento, como hoje a vemos.
Consta no Arquivo do Convento de Olinda uma folha sem em que se lê: "Do tempo em que a doadora (Maria da Rosa) principiou ou fundou esta nossa igreja (de Nossa Senhora das Neves) nada posso dizer. Da demarcação das terras deste Ex-Colégio de Olinda, consta que junto à fonte de um Rocio está a pedreira que Maria da Rosa descobriu. A fonte é esta que fica de fora do nosso muro para a parte do Norte. O campo ou Brejal da mesma fonte. he o Rocio A pedreira é a que na linguagem comum chamam Pedreira do Colegio, que está no entrar do mato deste mesmo Rocio. Foi feita esta demarcação no ano de 1575, no 1 de Março, em tempo do segundo Donatario deste Pernambuco, chamado Duarte Coelho de Albuquerque, Podemos entender que no dito tempo, já esta nossa igreja estava fabricada, e que a sua e a nossa Fundadora no dito tempo cuidaria do Claustro e mais oficinas do Connvento"
"A fonte d'água, que estava escondida pelo mato,
virou mais uma atração do convento
Foto: Edmar Melo/JC Imagem
Um bosque com pés de aroeira,
coco, goiaba, pitanga, araçá, fruta-pão, cajá, trapiá, caju, manga e jenipapo é
a nova atração do Convento São Francisco, na Cidade Alta de Olinda. O sítio, no
oitão do histórico refúgio dos frades, sempre esteve ali. Mas só agora os
religiosos resolveram estimular as visitas.
A ideia de abrir o quintal ao público surgiu em agosto último, nas férias dos 14 frades estudantes, moradores do convento. Durante o dia, eles trocaram os livros por pás, enxadas e facões, para fazer uma faxina no bosque. Corta mato aqui, tira mato dali e os jovens se depararam com uma raridade: a bica dos franciscanos, há anos escondida na vegetação.
“É uma das cinco bicas que existiam na Cidade Alta e, no passado, servia para o abastecimento humano. Estamos fazendo pesquisas para tentar resgatar essa história”, conta frei Bruno Santana, um dos estudantes (professo temporário, no termo mais adequado). Os religiosos querem saber a data de construção e o uso dado à fonte, se era privativo dos frades ou coletivo.
A construção de tijolos antigos ainda preserva o nicho, onde, imagina-se, ficava uma representação de São Francisco, e parte dos elementos decorativos. “Vamos providenciar exames químicos, físicos e biológicos para avaliar a qualidade da água, oriunda de uma cacimba por trás da bica. Queremos recuperar o acesso à fonte e a utilidade da água para o convento e a população”, declara frei Bruno.
A ideia de abrir o quintal ao público surgiu em agosto último, nas férias dos 14 frades estudantes, moradores do convento. Durante o dia, eles trocaram os livros por pás, enxadas e facões, para fazer uma faxina no bosque. Corta mato aqui, tira mato dali e os jovens se depararam com uma raridade: a bica dos franciscanos, há anos escondida na vegetação.
“É uma das cinco bicas que existiam na Cidade Alta e, no passado, servia para o abastecimento humano. Estamos fazendo pesquisas para tentar resgatar essa história”, conta frei Bruno Santana, um dos estudantes (professo temporário, no termo mais adequado). Os religiosos querem saber a data de construção e o uso dado à fonte, se era privativo dos frades ou coletivo.
A construção de tijolos antigos ainda preserva o nicho, onde, imagina-se, ficava uma representação de São Francisco, e parte dos elementos decorativos. “Vamos providenciar exames químicos, físicos e biológicos para avaliar a qualidade da água, oriunda de uma cacimba por trás da bica. Queremos recuperar o acesso à fonte e a utilidade da água para o convento e a população”, declara frei Bruno.
Possivelmente, a bica remonta ao
século 16 e é anterior à chegada dos franciscanos a Olinda, diz frei José
Milton de Azevedo Coelho, veterano no convento. Segundo ele, documento de 1575
faz referência à fonte do rossio, no local mais tarde ocupado pelo templo dos
religiosos. A área pertencia a Dona Maria da Rosa, benfeitora que havia erguido
uma casa e uma capela no terreno e doou aos franciscanos, logo após a chegada
dos frades ao Brasil, em 1585, conta frei Milton.
No verão de 1976, para economizar a água do prédio, frei Milton e os demais frades tomavam banho de cuia na fonte, que fica na parte baixa do terreno. “Tinha um banheiro ao lado da bica, usávamos só para o banho, pois não sabíamos se a água era poluída”, recorda. O Convento São Francisco de Olinda é o primeiro da ordem franciscana no Brasil.
Os frades querem integrar as visitas ao patrimônio histórico – a edificação é composta da Igreja de Nossa Senhora das Neves, das capelas de Sant’Ana e de São Roque e do claustro – com passeios pelo bosque. “O sítio é um espaço ecológico, um lugar sossegado para a pessoa sentir o vento e o cheiro da natureza, bem de acordo com a filosofia de São Francisco. Falta mais estrutura”, diz frei Bruno.
No verão de 1976, para economizar a água do prédio, frei Milton e os demais frades tomavam banho de cuia na fonte, que fica na parte baixa do terreno. “Tinha um banheiro ao lado da bica, usávamos só para o banho, pois não sabíamos se a água era poluída”, recorda. O Convento São Francisco de Olinda é o primeiro da ordem franciscana no Brasil.
Os frades querem integrar as visitas ao patrimônio histórico – a edificação é composta da Igreja de Nossa Senhora das Neves, das capelas de Sant’Ana e de São Roque e do claustro – com passeios pelo bosque. “O sítio é um espaço ecológico, um lugar sossegado para a pessoa sentir o vento e o cheiro da natureza, bem de acordo com a filosofia de São Francisco. Falta mais estrutura”, diz frei Bruno.
Vamos providenciar exames químicos, físicos e
biológicos para avaliar a qualidade da água, oriunda de uma cacimba por trás da
bica
afirma frei Bruno Santana
Protetor dos animais, São Francisco de Assis viveu no século 13 e é considerado o padroeiro da ecologia na Igreja Católica, título conferido pelo Papa João Paulo II. No bosque há bem-te-vis, sabiás e guriatãs-de-coqueiro, entre outros bichos. Os religiosos abriram uma pequena trilha até a fonte e pretendem ampliar a vereda.
O projeto de recuperação do sítio também prevê o reflorestamento da área com espécies da Mata Atlântica (substituindo invasoras) e o plantio de frutíferas. O pomar ficaria mais próximo do convento, fornecendo frutas aos frades. Por segurança, as pessoas só descem até o bosque acompanhadas de um dos estudantes, usando sapatos fechados e calça comprida.
Não é cobrada taxa para conhecer o monumento, no alto de uma colina da Cidade Patrimônio Cultural e Natural da Humanidade. Doações são espontâneas e o dinheiro da contribuição dos visitantes é usado na manutenção do prédio – construído no século 16, reconstruído no século 18 e decorado com azulejos portugueses, forros com pinturas sacras, móveis de jacarandá, imagens barrocas – e no projeto de resgate do bosque e da fonte d’água.
JC Cidades
Galeria de imagens
Franciscanos
abriram trilha no bosque do convento, em Olinda.Visitantes já desfrutam do
passeio
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