quarta-feira, 13 de novembro de 2013


AS DAMAS DA INSTRUÇÃO CRISTÃ EM OLINDA

1897 - 1812

SÍNTESE da dissertação apresentada de Por Ramsés Nunes e Silva (ramsesnunes@gmail.com) para obtenção do título de Mestre em Educação do Programa de Pós Graduação em Educação da Univerdidade Federal da Paraiba (UEPB)

João Pessoa – 2006

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As Dames D`Intruction Cretienne (aqui denominda pela abreviação DIC (Damas da Instrução Cristã), enquanto Congregação dedicada à instrução, foi fundada a partir de um grupo de religiosas francesas do mesmo nome, que se a1808, ainda como instituto, onde iniciaram suas atividades de instrução na primeira metade do século XIX.

Devido aos conflitos das guerras napoleônicas, esse número inicial de religiosas retornaria à França inaugurando um período de apartamento entre s duas designações, ficando as Damas da Instrução Cristã como uma legítima congregação belga dedicada à educação a partir de 1814.

O parecer favorável delimitado pela Congregação dos Bispos e Regulares em Roma aprovaria a 1º de agosto de 1827, tanto a Instituição como a Congregação instrucional quanto suas Constituições.

Aquele documento em seu Código II do livro anexo às Constituições do Instituto das Damas da Instrução Cristã, apresentava a designação que estabelecia:

o serviço preferencial dos jovens e pobres.

Assim como em seu artigo 1, a missão do Instituto, tornado Congregação posteriormente, é a de se dedicar à educação católica. De acordo como o documento desdobrava-se: na educação dos jovens: escolas maternais, escolas primárias e secundárias, universdades, grupos de estudo, grupos de  jovens.

Verdadeira jornada missionária fundamentada sob o estandarte da educação confinada como lustre cultural.

Irmã Aghate Vehele seria responsável direta pela fundamentação doutrinária da Congregação. Primeira Superiora Geral designaria e produziria o modelo conventual a ser instalado, bem como o internato propriamente dito fundado em Ponto Uchoa, bairro do grande Recife.

 A década de 1820 e, especialmente, de 1830, foi de importância crescente na difusão e fundação dos colégios internos sob a batuta das DIC na Bélgica.

As DIC surgiram essencialmente naquela conjuntura como uma instituição dedicada á instrumentalização do internato como espaço educacional, mas também como esforço doutrinal no qual estavam noviças, a aprenderem o ofício educacional, freiras já detentoras do hábito, e educandos sob a prescrição de um catolicismo avesso à secularização instrucional. Estando a religiosa Aghate Vehele nos primeiros anos da instituição, não só como liderança maior, mas como uma incentivadora da organização de escolas católicas que se dispusessem a exercerem sobre o alunado o confinamento instrucional como prática usual. Foi assim na fundação daqueles colégios na primeira metade do século XIX e nas primeiras décadas do século XX.

As DIC desde o primeiro momento se  dispunham a atuarem inspiradas nos preceitos organizacionais dos jesuítas adaptando-os a seus propósitos, de modo a estarem a serviço da hierarquia eclesiástica, especialmente durante os duros conflitos que se abateram nos países baixos durante a primeira metade do século XIX.

Seguiam, pois, as Regras da Companhia de Jesus adaptadas por Madre Agathe que, (embora sem o texto) as sabia de cor.

Algumas irmãs a ajudaram a redigi-las, de maneira que puderam remetê-las a Leão XIII. E assim obtiveram a aprovação da sociedade e das Regras das Damas da Instrução Cristã, a 10 de agosto de 1827.

A Congregação aderia á solicitação papal de se fazer presente na América como crítica à mundaneidade secular aí presente, quanto tornar visível aqui que era a Europa e o catolicismo romanizado que ditariam as práticas a serem adotadas na guerra de morte contra  o secularismo e a laicidade.

Tratava-se de desenvolver em terras inóspitas (!)  a missão de civilizar a juventude (!) à luz do catolicismo bem como a luta contra a secularização dos costumes. Manifestação da qual se declaravam inimigas.

“À América do Sul estava destinada a recepção de uma nova dimensão instrucional, salvacionista, da qual as DIC se consideravam pontas de lança, seja enquanto missionárias da qual se revestiam discursivamente seja como “desbravadoras” de uma prática que pretendiam reforçar... Ainda mais sendo a Congregação experiente na construção de internatos e sua propagação havia décadas na Europa. Estavam as DIC por se lançarem sobre um espaço que, enfim, era também visto como atrasado, necessitado e frouxo em suas convicções dogmáticas” (Ramsés Nunes e Silva).

A Madre Loyoa Steyaert, líder das chamada pioneiras, consolava o pai, inconformado com sua retirada para o Brasil, que ele via como uma expatriação que Deus estava pedindo, dizendo-lhe é preciso terminar o holocauto. (Carta a 13 de agosto de 1896).

“Paladinas de uma concepção de um mundo sacralizado...Essa posição não é inerente à Congregação, é fruto, de se verem, à revelia, como atores sociais...

A descrição realizada pelo DCSFO (= Diário da Casa da Sagrada Família de Olinda) de junho de 1895, aborda um fato que circunscreve exatamente na realização, dos dois lados do Atlântico, de ações circunstanciais ligando a reação católica brasileira à europeia. Convocadas a se posicionarem frente às novas deliberações do missionarismo, e convidadas pelos beneditinos belgas a se deslocarem ao Brasil, sob a proteção dos monges daquela Congregação - baseados em Olinda – as DIC entrariam em nova fase.

Aliás, a identificação do DCSFO da convocação como um signo da submissão ao projeto de Leão XIII de recatolização da América, seria uma constante.   

A escolha de Pernambuco e Olinda, especialmente, estaria atrelada à ajuda que se prontificaram os beneditinos a dar à Congregação, mas especialmente às instalações monacais daqueles monges que serveriam momentaneamente de internato e hospedariam as primeiras missionárias da DIC.

O Jornal do Commercio a 16 de outubro de 1896 noticiava a chegada de 8 religiosas das Damas.

Sua primeira casa em Olinda foi o Convento de São Francisco.

A utilização das antigas dependências do Convento para receber as primeiras alunas andava de vento em popa.

“Os dormitórios estavam prontos e o refeitório já se munia do necessário (Nov. de 1896)”.

A 2 de fevereiro de 1897 comemorava-se a primeira festa escolar, por ocasião do aniversário de Madre Loyola Steyart.

Em 1901 compraram um sítio em Ponte de Uchoa, próximo ao Recife mas não necessariamente ás ruas centrais. Para lá se transferem as Damas. Aí as alunas poderiam desenvolver perfeitamente suas atividades.   

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