AS
DAMAS DA INSTRUÇÃO CRISTÃ EM OLINDA
1897
- 1812
SÍNTESE da dissertação apresentada de Por Ramsés Nunes e
Silva (ramsesnunes@gmail.com)
para obtenção do título de Mestre em Educação do Programa de Pós Graduação em
Educação da Univerdidade Federal da Paraiba (UEPB)
João Pessoa – 2006
***
As Dames D`Intruction Cretienne (aqui denominda pela
abreviação DIC (Damas da Instrução Cristã), enquanto Congregação dedicada à
instrução, foi fundada a partir de um grupo de religiosas francesas do mesmo
nome, que se a1808, ainda como instituto, onde iniciaram suas atividades de
instrução na primeira metade do século XIX.
Devido aos conflitos das guerras napoleônicas, esse
número inicial de religiosas retornaria à França inaugurando um período de
apartamento entre s duas designações, ficando as Damas da Instrução Cristã como
uma legítima congregação belga dedicada à educação a partir de 1814.
O parecer favorável delimitado pela Congregação dos
Bispos e Regulares em Roma aprovaria a 1º de agosto de 1827, tanto a
Instituição como a Congregação instrucional quanto suas Constituições.
Aquele documento em seu Código II do livro anexo às
Constituições do Instituto das Damas da Instrução Cristã, apresentava a
designação que estabelecia:
o
serviço preferencial dos jovens e pobres.
Assim como em seu artigo 1, a missão do Instituto,
tornado Congregação posteriormente, é a de se dedicar à educação católica. De
acordo como o documento desdobrava-se: na educação dos jovens: escolas
maternais, escolas primárias e secundárias, universdades, grupos de estudo,
grupos de jovens.
Verdadeira jornada missionária fundamentada sob o
estandarte da educação confinada como lustre cultural.
Irmã Aghate Vehele seria responsável direta pela
fundamentação doutrinária da Congregação. Primeira Superiora Geral designaria e
produziria o modelo conventual a ser instalado, bem como o internato
propriamente dito fundado em Ponto Uchoa, bairro do grande Recife.
A década de 1820 e,
especialmente, de 1830, foi de importância crescente na difusão e fundação dos
colégios internos sob a batuta das DIC na Bélgica.
As DIC surgiram essencialmente naquela conjuntura como
uma instituição dedicada á instrumentalização do internato como espaço
educacional, mas também como esforço doutrinal no qual estavam noviças, a
aprenderem o ofício educacional, freiras já detentoras do hábito, e educandos
sob a prescrição de um catolicismo avesso à secularização instrucional. Estando
a religiosa Aghate Vehele nos primeiros anos da instituição, não só como
liderança maior, mas como uma incentivadora da organização de escolas católicas
que se dispusessem a exercerem sobre o alunado o confinamento instrucional como
prática usual. Foi assim na fundação daqueles colégios na primeira metade do
século XIX e nas primeiras décadas do século XX.
As DIC desde o primeiro momento se dispunham a atuarem inspiradas nos preceitos
organizacionais dos jesuítas adaptando-os a seus propósitos, de modo a estarem
a serviço da hierarquia eclesiástica, especialmente durante os duros conflitos
que se abateram nos países baixos durante a primeira metade do século XIX.
Seguiam, pois, as Regras da Companhia de Jesus adaptadas
por Madre Agathe que, (embora sem o texto) as sabia de cor.
Algumas irmãs a ajudaram a redigi-las, de maneira que
puderam remetê-las a Leão XIII. E assim
obtiveram a aprovação da sociedade e das Regras das Damas da Instrução Cristã,
a 10 de agosto de 1827.
A Congregação aderia á solicitação papal de se fazer
presente na América como crítica à mundaneidade secular aí presente, quanto
tornar visível aqui que era a Europa e o catolicismo romanizado que ditariam as
práticas a serem adotadas na guerra de morte contra o secularismo e a laicidade.
Tratava-se de desenvolver em terras inóspitas (!) a missão de civilizar a juventude (!) à
luz do catolicismo bem como a luta contra a secularização dos costumes.
Manifestação da qual se declaravam inimigas.
“À América do Sul estava destinada a recepção de uma nova
dimensão instrucional, salvacionista, da qual as DIC se consideravam pontas de
lança, seja enquanto missionárias da qual se revestiam discursivamente seja
como “desbravadoras” de uma prática que pretendiam reforçar... Ainda mais sendo
a Congregação experiente na construção de internatos e sua propagação havia
décadas na Europa. Estavam as DIC por se lançarem sobre um espaço que, enfim,
era também visto como atrasado, necessitado e frouxo em suas convicções
dogmáticas” (Ramsés Nunes e Silva).
A Madre Loyoa Steyaert, líder das chamada pioneiras,
consolava o pai, inconformado com sua retirada para o Brasil, que ele via como
uma expatriação que Deus estava
pedindo, dizendo-lhe é preciso terminar o holocauto. (Carta
a 13 de agosto de 1896).
“Paladinas de uma concepção de um mundo
sacralizado...Essa posição não é inerente à Congregação, é fruto, de se verem,
à revelia, como atores sociais...
A descrição realizada pelo DCSFO (= Diário da Casa da
Sagrada Família de Olinda) de junho de 1895, aborda um fato que circunscreve
exatamente na realização, dos dois lados do Atlântico, de ações circunstanciais
ligando a reação católica brasileira à europeia. Convocadas a se posicionarem
frente às novas deliberações do missionarismo, e convidadas pelos beneditinos
belgas a se deslocarem ao Brasil, sob a proteção dos monges daquela
Congregação - baseados em Olinda – as DIC entrariam em nova fase.
Aliás, a identificação do DCSFO da convocação como um
signo da submissão ao projeto de Leão XIII de recatolização da América, seria
uma constante.
A escolha de Pernambuco e Olinda, especialmente, estaria
atrelada à ajuda que se prontificaram os beneditinos a dar à Congregação, mas
especialmente às instalações monacais daqueles monges que serveriam
momentaneamente de internato e hospedariam as primeiras missionárias da DIC.
O Jornal do Commercio a 16 de outubro de 1896 noticiava a
chegada de 8 religiosas das Damas.
Sua
primeira casa em Olinda foi o Convento de São Francisco.
A utilização das antigas dependências do Convento para
receber as primeiras alunas andava de vento em popa.
“Os dormitórios estavam prontos e o refeitório já se
munia do necessário (Nov. de 1896)”.
A 2 de fevereiro de 1897 comemorava-se a primeira festa
escolar, por ocasião do aniversário de Madre Loyola Steyart.
Em 1901 compraram um sítio em Ponte de Uchoa, próximo ao
Recife mas não necessariamente ás ruas centrais. Para lá se transferem as
Damas. Aí as alunas poderiam desenvolver perfeitamente suas atividades.
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