VOLTANDO ÀS RAÍZES
Em meu livro “Em Busca das Raízes – Genealogia de Famílias Bezerrenses” (Livro Rápido, Olinda – PE, 2011),
Sustentei a tese de que várias famílias de Bezerros e do Agreste pernambucano descendem da união do Comandante Francisco Xavier de Lima com a índia a quem ele deu o seu nome: Francisca Xavier de Lima .
Resumidamnte, temos p o seguinte quadro:
FRANCISCO XAVIER DE LIMA E FRANCISCCA XAVIER DE LIMA (ÍNDIA DA CAMARATUBA)
Pais biológicos de:
F1 (ÙNICA) – Maria Francisca Lima ou Maria Conceição Lima. Nasceu cerca de 1813. Casou, em data anterior a 1638, pois neste ano é testemunha de casamento da cunhada Teresa, com o Alferes Joaquim José Bezerra da Silva.Maria Francisca faleceu a 11.10.1880, com 67 anos. Em 1842 é batizado escravo do Tenente Joaquim José Bezerra da Silva, sendo padrinho Francisco Xavier de Lima, da Sapucaia. O major Joaquim faleceu em 1877, com 68 anos. No inventário de Francisco Xavier de Lima, de 1879, ambos eram falecidos, sendo representados por 9 filhos:
1. Rufina Francisca Pais de Lira.
2. Maria Francisca, casada com Manoel Francisco Paes de Mello.
3. Joaquim José Bezerra e Silva, Coronel Quincas Joça.
4. Major Francisco Apolinário Bezerra e Silva, casado com Maria Nazaré Bezerra e Silva.
5. Major Miguel Arcanjo Bezerra e Silva.
6. Antonia Maria Bezerra e Silva, casada com Francisco Coelho.
7. Ana Bezerra da Silva, casada com José Francisco da Silva Vieira.
8. Joaquina Bezerra e Silva, casada com José Pantaleão Xavier de Lima.
9. Maria Laurinda (seg. Yony, Lourença) Bezerra da Silva , solteira, de maior, por ocasião do Inventário. A mesma Tia Quina,Tia Lô de Socorro laurentino, casadfa com José Fautino Paes de Lira (Tio Zumba), pais de Zumbinha (José Fautino) e de Dionísio Pantealeão,
Pais de:
N1 – Rufina Francisca Pais de Lira. Casou com José Faustino Pais de Lira.
N2 – Joaquim José Bezerra da Silva Júnior (Quincas Jaca). Nasceu cerca de 1839. Em 1872 era Tenente Quarte – Mestre do Batalhão de Infantaria da Guarda Nacional de Bezerros. Ainda como Tenente era proprietário do Engenho Sapucaia, com 100 escravos, em 1882. Primeiro prefeito de Bezerros. Faleceu a 5.8.1918, com 87 anos. Casou com Joaquina Francisca Bezerra e Silva. Faleceu a 15.3.1881.
N3– Manoel. Batizado com 15 dias, a 25 de março de 1840, sendo padrinhos José Rodrigues Leão e Antonia Marcella da Silva, moradores no Riachão. Deve ter falecido criança.
N4 – Maria Francisca. Casou com Manoel Francisco Paes de Mello.
N5 – Antonia Maria Bezerra e Silva. Batizada a 9.10.1842, na matriz de Bezerros, com 10 dias, filha de Joaquim José Bezerra da Silva e Maria Francisca Lima, moradores na Sapucaia, sendo padrinhos Manoel Bezerra dos Santos e Rufina Josefa de Freitas Lima. Casou com o Capitão José Francisco Coelho, Cazuza, filho de João Francisco Vieira de Mello Coelho.
N6 – Major Miguel Arcanjo Bezerra e Silva. Batizado a 28.12.1843, com 8 dias, filho do Major Joaquim José Bezerra da Silva e Maria Francisca Lima moradores na Sapucaia, sendo padrinhos .... Xavier dos Santos, morador na ..., e Delfina Maria, solteira. Faleceu a 21.4.1912. Casou com Olímpia Pulcidônia da Silva Lima, filha de João Antônio Pinheiro Paes de Lyra e Theotônia Francisca Lima. Pais de:
Bn1– Arcemina Olympia Bezerra da Silva. Faleceu a 31.10.1919. Casou com Manoel Francisco Coelho, nascido a 18.5.1872 e falecido a 11.1.1934. Avós de Frei José Milton
N7 – Major Francisco Apolônio Bezerra e Silva. Faleceu a 21.2.1894. Casou com Maria Nazaré Bezerra e Silva. Dele diz Nelson Barbalho;” agricultor-proprietário em Bezerros, e tão habilidoso que naqueles tempos brabos sem médicos e dentistas na região, receitava a matutada ao redor e arrancava dentes do povo com incrível habilidade”. (Barbalho, 10 Famílias de Caruaru). Pais de filhos e filhas, dos quais Nelson cita dois:
- Umbelina Bezerra da Silva. Casou com Valdevino Xavier de Lima, de São Caetano da Raposa.
– Dorival Xavier de Lima. Foi gerente de campo da Usina Lajinha, em União dos Palmares, Alagoas. Casou com Edilia Espósito de Lima, havendo muitos filhos do casal, inclusive:
– Genésio Espósito de Lima. Poeta, solteiro, residente em Caruaru, amigo de Nelson Barbalho.
N8 – Ana Bezerra da Silva. Casou com José Francisco da Silva Vieira.
N9 – Joaquina Bezerra e Silva. Casou com José Pantaleão Xavier de Lima.
N10 – Maria Lourença da Silva. Solteira. CITADA POR YONY.
NOTE BEM: MARIA FRANCISCA LIMA, CONFORME HIPÓTESE DE FREI JOSÉ MILTON, TERIA SIDO ADOTADA COMO FILHA POR THEREZA MARIA DE JESUS, ESPOSA DE FRANCISCO XAVIER DE LIMA.
Vejmos o que diz o primo Yony, após tratar dos troncos remotos Pedro Pais de Lira e João Pais de Lira:
"Frei José Milton desdobra parte da descendência destes Sargento-mor Pedro Pais de Lira e Capitão-comandante João Pais de Lira, acima citados, a qual forma parte do núcleo central povoador de São José dos Bezerros.
Assim, a história que se conta, com franciscana paciência, obstinada fé e amor filial aos ancestrais, une os pioneiros a uma civilização agrestina que se espraia e se amplia em muitas famílias. Que molda o desenvolvimento de toda uma região, dando-lhe tessitura, engenho humano que amplia as oportunidades e faz surgir o progresso.
Frei José Milton busca as origens, esclarece parentescos, identifica as muitas contribuições no definir as feições da Bezerros de hoje, ou talvez mais propriamente da religiosa São José dos Bezerros, nascida e crescida em volta da primitiva capela que se torna Curato no distante 1768.
Com paciência franciscana traz à luz registros perdidos em livros de batismo, casamento e óbito iniciados no século XVIII. Acresce notas de inventários e de outros processos amarelecidos em arquivo cartorial. Mas também com amor ouve os mais velhos, anota histórias e lendas nunca escritas, mas guardadas na tradição oral. Algumas não confirmadas pelos documentos mas acaso reveladoras de fatos próximos, aproximações ou tradições de ainda maior antiguidade, pois onde há fumaça há fogo. Aos poucos vai-se descortinando um panorama social e político que dá continuidade a essa gente que aqui se estabeleceu com propósitos duradouros e que mantém vivo o sangue dos pioneiros ao longo dos séculos XVIII ao atual XXI que se inicia.
Mas, como povo acolhedor, sempre ampliando os laços, torna antigos, pelo entrelaçamento, os novos emigrados que aqui vêm para trabalhar e contribuir para o avançar dessa gente e dessa terra.”
Mas o primo discorda de minha tese, baseada na tradição oral, segundo a qual grandes famílias de Bezerros e da região descendem da união do Comandante Francisco Xavier de Lima com uma índia da Serra da Camaratuba, na Sapucaia, a quem deu o seu próprio nome: Francisca Xavier de Lima.
São dignos de toda consideração os argumentos apresentados por Yony Sampaio, com vasta experiência adquirida no campo genealógico e a cultura advinda do manuseio permanente de documentos de cartórios, de igrejas, de fórum.
Vejamos o que me diz por e-mail:
Caro primo:
Encontrei este testamento de Teresa Maria de Jesus. Nele ela detalha os 12 filhos que constam do inventário, sendo 11 vivos e uma ùnica falecida.
De olhar documentos antigos sei da seriedade com que os mesmos eram encarados. Até no registro civil, filhos naturais de casais que coabitavam, viviam maritalmente ou amancebados eram registrados como naturais, mesmo quando declarados os pais; outras vezes só as mães eram identificadas.
Testamento, nos quais a pessoa se encomendava a Deus, tinham toda a solenidade de uma última declaração, pela situação já encarando a prosperidade. Assim, dificimente a verdade não seria declarada. Vi muitos testamentos nos quais os autores declaram filhos naturais, filhos nascidos em periodo de viuvez ou quando solteiros.
Assim, quando Teresa declara que "é viúva do Coronel Francisco Xavier de Lima de cujo casamento existem os filhos seguintes.... e os filhos de sua falecida filha Maria Francisca Lima, acho dificil não serem filhos do casal.
Não é uma prova definitiva mas creio ser outra forte evidência. Não acompanhei a memória oral da tradição da india da serra, para saber quais as fontes, sua extensão e antiguidade. Quanto mais espalhada a história, pelos vários ramos da família, e quanto mais antigas as primeiras versões, mais credibilidade. Nesta epoca, 1810 a 1820, restavam muito poucos indios na área, a maioria tinha entrado para o interior em epoca mesmo anterior ao quilombo dos Palmares, antes de 1700. Pouquissimos são os registros de indios nos livros eclesiasticos, embora existam pardos, já mistura de sangue. Devemos sim, ter sangue caboclo, nas nossas raizes, mas com mais certeza em meados do seculo anterior (XVIII).
Enfim, as interpretações são livres, mas segue o documento.
Grande abraço,
Yony “
Em nova edição da Genealogia, conservarei a minha tese, mas não deixarei de transcrever, a bem da verdade, a hipótse de Yony Sampaio. Merecem muita consideração os argumentos de Yony. Podería alguém perguntar: Por que não mencionar no Testamento que o marido tinha aquela filha da Índia? Por que chamar Maria Franciosca Lima " minha falecida filha"? Por que não dizer "minha filha adotiva?" Por que esconder que era filha de uma índia?
Eu poderia responder que na época era, talvez, vergonhoso dizer que alguém era índio, uma vez que os remanescentes indígenas não gozavam de nenhuma automia e viviam, como em Calcaia (CE) bêbados e jogados no lixo, ao contrário dos remanescentes negros que sabiam preservar sua idetidade quilombola.
Era praxe declarar alguém como filho natural, filho adulterino. Normalmente ninguém seria descriminado por isso. Mas dizer que era índio talvez já soasse bem diferente. Conheci no Ceará a comunidade de Uruburetama (Diocese de Itapipoca), onde se perdera totalmente a consciência de serem remanescentes indígenas. Não havia necessidade de se recorrer á história ou a etnologia para se constatar que estávamos diante de uma povoação indígena; via-se na fisionomia dos habitantes, nos seus hábitos e costumes. Quando me referi a isto em conversa com pessoas de lá, notei o desagrado ou a indiferença das mesmas. Não admira que hoje se sintam anchas se consideradas quilombolas.
A população de lagoa Seca na Paraíba vem de ancestrais indígenas. Há 30 anos atrás era mais visível este antecedente racial. Mas, culturalmente também, Lagoa seca ou Ipuarana ou Ipauarana se aproximava bastante do modelo indígena. Ainda vi nas casas a manipueira sendo espremida no tipiti de palha. O próprio nome Ipuarana ou Ipauarana (falsa lagoa) visava a traduizir para o tupi Lagoa Seca, a fim de evitar dois municipios no Brasdil com o mesmo nome (consta que por sugestão do jornalista pernambucano Mário Mello). Procurava-se também conservar a origem indígena do lugar.
Mas quem de Lagoa Seca (o nome antigo voltou) tem idéia de sua origem tupi? Creio aceitarem com mais facilidade uma origem africana que indígena. Ainda conheci em Lagoa Seca mulheres com cabelos que chegavam às ancas. Hoje certamente não faltam os cabelos à moda africana, com todos os requintes dominados pelas cabeleireiras em seus salões. As índias saem de lá anchas, com requebros africanos.
Cabelos grandes já era.
Diziam os antigos que todas as famílias da Sapucaia eram descendentes do casal Francisco Xavier de Lima e da índia da Serra da Camaratuba Francisca Xavier de Lima.
Diz ainda Socorro Laurentino que sua tataravó Maria Francisca de Lima está sepultada também na Matriz de S. José de Bezerros e que era da Sapucaia.
Trata-se da sepultura de Maria Francisca Leite e de José Joaquim Bezerra da Silva, que deram origem à grande família Bezerra e Silva de Bezerros e do Agreste pernambucano. De acordo com a tradição destas famílias, Maria Francisca Leite era a filha única da índia Dona Francisca Xavier de Lima e do Comandante Francisco Xavier de Lima que a batizou e lhe deu o próprio nome. Ainda novinha, teria sido adotada por Theresa Maria de Jesus, com quem o Comandante se casou talvez no mesmo ano do nascimento da menina. (Fr. F. M. Genealogia, Ed. Definit. III, pg. 109).
Não é preciso ser especialista em genealogia ou etnografa para perceber a importância geográfica de lugares como, por exemplo, a Sapucaia, a Serra Negra. Muitas famílas do Agreste pernambucano tiveram seu berço nessas paragens, ainda hoje muito belas e férteis. Fazem lembrar o paraíso bíblico tanto pela sua beleza como pela gênesis de tantas famílias que aí tiveram o seu berço. A Sapucaia é um berço privilegiado como demonstramos em nossa “Genealogia”, trazendo à baila personagens, de primeira grandeza uns, humildes e quase anônimos outros, dos quais descendem quase todas as famílias mais antigas de Bezerros e da região.
Voltarei ao blog com mais detalhes.
Em meu livro “Em Busca das Raízes – Genealogia de Famílias Bezerrenses” (Livro Rápido, Olinda – PE, 2011),
Sustentei a tese de que várias famílias de Bezerros e do Agreste pernambucano descendem da união do Comandante Francisco Xavier de Lima com a índia a quem ele deu o seu nome: Francisca Xavier de Lima .
Resumidamnte, temos p o seguinte quadro:
FRANCISCO XAVIER DE LIMA E FRANCISCCA XAVIER DE LIMA (ÍNDIA DA CAMARATUBA)
Pais biológicos de:
F1 (ÙNICA) – Maria Francisca Lima ou Maria Conceição Lima. Nasceu cerca de 1813. Casou, em data anterior a 1638, pois neste ano é testemunha de casamento da cunhada Teresa, com o Alferes Joaquim José Bezerra da Silva.Maria Francisca faleceu a 11.10.1880, com 67 anos. Em 1842 é batizado escravo do Tenente Joaquim José Bezerra da Silva, sendo padrinho Francisco Xavier de Lima, da Sapucaia. O major Joaquim faleceu em 1877, com 68 anos. No inventário de Francisco Xavier de Lima, de 1879, ambos eram falecidos, sendo representados por 9 filhos:
1. Rufina Francisca Pais de Lira.
2. Maria Francisca, casada com Manoel Francisco Paes de Mello.
3. Joaquim José Bezerra e Silva, Coronel Quincas Joça.
4. Major Francisco Apolinário Bezerra e Silva, casado com Maria Nazaré Bezerra e Silva.
5. Major Miguel Arcanjo Bezerra e Silva.
6. Antonia Maria Bezerra e Silva, casada com Francisco Coelho.
7. Ana Bezerra da Silva, casada com José Francisco da Silva Vieira.
8. Joaquina Bezerra e Silva, casada com José Pantaleão Xavier de Lima.
9. Maria Laurinda (seg. Yony, Lourença) Bezerra da Silva , solteira, de maior, por ocasião do Inventário. A mesma Tia Quina,Tia Lô de Socorro laurentino, casadfa com José Fautino Paes de Lira (Tio Zumba), pais de Zumbinha (José Fautino) e de Dionísio Pantealeão,
Pais de:
N1 – Rufina Francisca Pais de Lira. Casou com José Faustino Pais de Lira.
N2 – Joaquim José Bezerra da Silva Júnior (Quincas Jaca). Nasceu cerca de 1839. Em 1872 era Tenente Quarte – Mestre do Batalhão de Infantaria da Guarda Nacional de Bezerros. Ainda como Tenente era proprietário do Engenho Sapucaia, com 100 escravos, em 1882. Primeiro prefeito de Bezerros. Faleceu a 5.8.1918, com 87 anos. Casou com Joaquina Francisca Bezerra e Silva. Faleceu a 15.3.1881.
N3– Manoel. Batizado com 15 dias, a 25 de março de 1840, sendo padrinhos José Rodrigues Leão e Antonia Marcella da Silva, moradores no Riachão. Deve ter falecido criança.
N4 – Maria Francisca. Casou com Manoel Francisco Paes de Mello.
N5 – Antonia Maria Bezerra e Silva. Batizada a 9.10.1842, na matriz de Bezerros, com 10 dias, filha de Joaquim José Bezerra da Silva e Maria Francisca Lima, moradores na Sapucaia, sendo padrinhos Manoel Bezerra dos Santos e Rufina Josefa de Freitas Lima. Casou com o Capitão José Francisco Coelho, Cazuza, filho de João Francisco Vieira de Mello Coelho.
N6 – Major Miguel Arcanjo Bezerra e Silva. Batizado a 28.12.1843, com 8 dias, filho do Major Joaquim José Bezerra da Silva e Maria Francisca Lima moradores na Sapucaia, sendo padrinhos .... Xavier dos Santos, morador na ..., e Delfina Maria, solteira. Faleceu a 21.4.1912. Casou com Olímpia Pulcidônia da Silva Lima, filha de João Antônio Pinheiro Paes de Lyra e Theotônia Francisca Lima. Pais de:
Bn1– Arcemina Olympia Bezerra da Silva. Faleceu a 31.10.1919. Casou com Manoel Francisco Coelho, nascido a 18.5.1872 e falecido a 11.1.1934. Avós de Frei José Milton
N7 – Major Francisco Apolônio Bezerra e Silva. Faleceu a 21.2.1894. Casou com Maria Nazaré Bezerra e Silva. Dele diz Nelson Barbalho;” agricultor-proprietário em Bezerros, e tão habilidoso que naqueles tempos brabos sem médicos e dentistas na região, receitava a matutada ao redor e arrancava dentes do povo com incrível habilidade”. (Barbalho, 10 Famílias de Caruaru). Pais de filhos e filhas, dos quais Nelson cita dois:
- Umbelina Bezerra da Silva. Casou com Valdevino Xavier de Lima, de São Caetano da Raposa.
– Dorival Xavier de Lima. Foi gerente de campo da Usina Lajinha, em União dos Palmares, Alagoas. Casou com Edilia Espósito de Lima, havendo muitos filhos do casal, inclusive:
– Genésio Espósito de Lima. Poeta, solteiro, residente em Caruaru, amigo de Nelson Barbalho.
N8 – Ana Bezerra da Silva. Casou com José Francisco da Silva Vieira.
N9 – Joaquina Bezerra e Silva. Casou com José Pantaleão Xavier de Lima.
N10 – Maria Lourença da Silva. Solteira. CITADA POR YONY.
NOTE BEM: MARIA FRANCISCA LIMA, CONFORME HIPÓTESE DE FREI JOSÉ MILTON, TERIA SIDO ADOTADA COMO FILHA POR THEREZA MARIA DE JESUS, ESPOSA DE FRANCISCO XAVIER DE LIMA.
Vejmos o que diz o primo Yony, após tratar dos troncos remotos Pedro Pais de Lira e João Pais de Lira:
"Frei José Milton desdobra parte da descendência destes Sargento-mor Pedro Pais de Lira e Capitão-comandante João Pais de Lira, acima citados, a qual forma parte do núcleo central povoador de São José dos Bezerros.
Assim, a história que se conta, com franciscana paciência, obstinada fé e amor filial aos ancestrais, une os pioneiros a uma civilização agrestina que se espraia e se amplia em muitas famílias. Que molda o desenvolvimento de toda uma região, dando-lhe tessitura, engenho humano que amplia as oportunidades e faz surgir o progresso.
Frei José Milton busca as origens, esclarece parentescos, identifica as muitas contribuições no definir as feições da Bezerros de hoje, ou talvez mais propriamente da religiosa São José dos Bezerros, nascida e crescida em volta da primitiva capela que se torna Curato no distante 1768.
Com paciência franciscana traz à luz registros perdidos em livros de batismo, casamento e óbito iniciados no século XVIII. Acresce notas de inventários e de outros processos amarelecidos em arquivo cartorial. Mas também com amor ouve os mais velhos, anota histórias e lendas nunca escritas, mas guardadas na tradição oral. Algumas não confirmadas pelos documentos mas acaso reveladoras de fatos próximos, aproximações ou tradições de ainda maior antiguidade, pois onde há fumaça há fogo. Aos poucos vai-se descortinando um panorama social e político que dá continuidade a essa gente que aqui se estabeleceu com propósitos duradouros e que mantém vivo o sangue dos pioneiros ao longo dos séculos XVIII ao atual XXI que se inicia.
Mas, como povo acolhedor, sempre ampliando os laços, torna antigos, pelo entrelaçamento, os novos emigrados que aqui vêm para trabalhar e contribuir para o avançar dessa gente e dessa terra.”
Mas o primo discorda de minha tese, baseada na tradição oral, segundo a qual grandes famílias de Bezerros e da região descendem da união do Comandante Francisco Xavier de Lima com uma índia da Serra da Camaratuba, na Sapucaia, a quem deu o seu próprio nome: Francisca Xavier de Lima.
São dignos de toda consideração os argumentos apresentados por Yony Sampaio, com vasta experiência adquirida no campo genealógico e a cultura advinda do manuseio permanente de documentos de cartórios, de igrejas, de fórum.
Vejamos o que me diz por e-mail:
Caro primo:
Encontrei este testamento de Teresa Maria de Jesus. Nele ela detalha os 12 filhos que constam do inventário, sendo 11 vivos e uma ùnica falecida.
De olhar documentos antigos sei da seriedade com que os mesmos eram encarados. Até no registro civil, filhos naturais de casais que coabitavam, viviam maritalmente ou amancebados eram registrados como naturais, mesmo quando declarados os pais; outras vezes só as mães eram identificadas.
Testamento, nos quais a pessoa se encomendava a Deus, tinham toda a solenidade de uma última declaração, pela situação já encarando a prosperidade. Assim, dificimente a verdade não seria declarada. Vi muitos testamentos nos quais os autores declaram filhos naturais, filhos nascidos em periodo de viuvez ou quando solteiros.
Assim, quando Teresa declara que "é viúva do Coronel Francisco Xavier de Lima de cujo casamento existem os filhos seguintes.... e os filhos de sua falecida filha Maria Francisca Lima, acho dificil não serem filhos do casal.
Não é uma prova definitiva mas creio ser outra forte evidência. Não acompanhei a memória oral da tradição da india da serra, para saber quais as fontes, sua extensão e antiguidade. Quanto mais espalhada a história, pelos vários ramos da família, e quanto mais antigas as primeiras versões, mais credibilidade. Nesta epoca, 1810 a 1820, restavam muito poucos indios na área, a maioria tinha entrado para o interior em epoca mesmo anterior ao quilombo dos Palmares, antes de 1700. Pouquissimos são os registros de indios nos livros eclesiasticos, embora existam pardos, já mistura de sangue. Devemos sim, ter sangue caboclo, nas nossas raizes, mas com mais certeza em meados do seculo anterior (XVIII).
Enfim, as interpretações são livres, mas segue o documento.
Grande abraço,
Yony “
Em nova edição da Genealogia, conservarei a minha tese, mas não deixarei de transcrever, a bem da verdade, a hipótse de Yony Sampaio. Merecem muita consideração os argumentos de Yony. Podería alguém perguntar: Por que não mencionar no Testamento que o marido tinha aquela filha da Índia? Por que chamar Maria Franciosca Lima " minha falecida filha"? Por que não dizer "minha filha adotiva?" Por que esconder que era filha de uma índia?
Eu poderia responder que na época era, talvez, vergonhoso dizer que alguém era índio, uma vez que os remanescentes indígenas não gozavam de nenhuma automia e viviam, como em Calcaia (CE) bêbados e jogados no lixo, ao contrário dos remanescentes negros que sabiam preservar sua idetidade quilombola.
Era praxe declarar alguém como filho natural, filho adulterino. Normalmente ninguém seria descriminado por isso. Mas dizer que era índio talvez já soasse bem diferente. Conheci no Ceará a comunidade de Uruburetama (Diocese de Itapipoca), onde se perdera totalmente a consciência de serem remanescentes indígenas. Não havia necessidade de se recorrer á história ou a etnologia para se constatar que estávamos diante de uma povoação indígena; via-se na fisionomia dos habitantes, nos seus hábitos e costumes. Quando me referi a isto em conversa com pessoas de lá, notei o desagrado ou a indiferença das mesmas. Não admira que hoje se sintam anchas se consideradas quilombolas.
A população de lagoa Seca na Paraíba vem de ancestrais indígenas. Há 30 anos atrás era mais visível este antecedente racial. Mas, culturalmente também, Lagoa seca ou Ipuarana ou Ipauarana se aproximava bastante do modelo indígena. Ainda vi nas casas a manipueira sendo espremida no tipiti de palha. O próprio nome Ipuarana ou Ipauarana (falsa lagoa) visava a traduizir para o tupi Lagoa Seca, a fim de evitar dois municipios no Brasdil com o mesmo nome (consta que por sugestão do jornalista pernambucano Mário Mello). Procurava-se também conservar a origem indígena do lugar.
Mas quem de Lagoa Seca (o nome antigo voltou) tem idéia de sua origem tupi? Creio aceitarem com mais facilidade uma origem africana que indígena. Ainda conheci em Lagoa Seca mulheres com cabelos que chegavam às ancas. Hoje certamente não faltam os cabelos à moda africana, com todos os requintes dominados pelas cabeleireiras em seus salões. As índias saem de lá anchas, com requebros africanos.
Cabelos grandes já era.
Diziam os antigos que todas as famílias da Sapucaia eram descendentes do casal Francisco Xavier de Lima e da índia da Serra da Camaratuba Francisca Xavier de Lima.
Diz ainda Socorro Laurentino que sua tataravó Maria Francisca de Lima está sepultada também na Matriz de S. José de Bezerros e que era da Sapucaia.
Trata-se da sepultura de Maria Francisca Leite e de José Joaquim Bezerra da Silva, que deram origem à grande família Bezerra e Silva de Bezerros e do Agreste pernambucano. De acordo com a tradição destas famílias, Maria Francisca Leite era a filha única da índia Dona Francisca Xavier de Lima e do Comandante Francisco Xavier de Lima que a batizou e lhe deu o próprio nome. Ainda novinha, teria sido adotada por Theresa Maria de Jesus, com quem o Comandante se casou talvez no mesmo ano do nascimento da menina. (Fr. F. M. Genealogia, Ed. Definit. III, pg. 109).
Não é preciso ser especialista em genealogia ou etnografa para perceber a importância geográfica de lugares como, por exemplo, a Sapucaia, a Serra Negra. Muitas famílas do Agreste pernambucano tiveram seu berço nessas paragens, ainda hoje muito belas e férteis. Fazem lembrar o paraíso bíblico tanto pela sua beleza como pela gênesis de tantas famílias que aí tiveram o seu berço. A Sapucaia é um berço privilegiado como demonstramos em nossa “Genealogia”, trazendo à baila personagens, de primeira grandeza uns, humildes e quase anônimos outros, dos quais descendem quase todas as famílias mais antigas de Bezerros e da região.
Voltarei ao blog com mais detalhes.
Amei este blog, pois busco descobrir mais sobre minhas origens, embora veja seu que sou descendente da família Bezerros, meus pais são de Bezerros, sou bezerrense.
ResponderExcluirTambém adorei este blog, eu busco por informações da minha árvore genealógica e uma coisa me chamou muita atenção, minha tia avó Gercina Bezerra Silva dizia quando viva que sua avó foi uma índia pega no mato a laço e hoje li sobre índia em Bezerros-PE, quero saber mais, mas não sei como fazer
ExcluirAh eu estava esquecendo, queria saber também sobre a família Nascimento em Bezerros-PE se alguém souber por favor me fala?! Obrigado
ExcluirOlá! Tenho familiares com a linhagem "Bezerra", há rumores de que meus quinto avós sejam da cidade de BEZERROS-PE. O suposto nome deles seria Isabel Bezerra da Costa e Raymundo da Silva Pacheco.
ResponderExcluirGostaria de saber mais informações sobre os meus ancestrais, meu saudosos Avos José Francisco da Silva casado com Maria Francisca da Silva já falecidos, assim como meus tios cidadãos bezerrense... Questionei meu tio mais velho e o mesmo disse que a família está na cidade desde o princípio... Gostaria de saber mais eram moradores do sítio cruzeiro do oeste onde construíram o grupo escolar
ResponderExcluirEu gostaria de saber como comprar seu livro de genealogia Bezerrense.
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